Capítulo 39

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Ano de 2006

Felipe
4° DIA
Estava de manhã quando acordei e logo pude sentir uma tremenda dor de cabeça, a luz muito forte do sol já invadia o quarto e isso só piorou tudo, levantei-me da cama e me sentia como se eu tivesse dormido em uma cama de alfinetes. Pude olhar no relógio de parede que já se passava das 10:00 horas e Elizabeth estava sentada no sofá enquanto digitava alguma mensagem no telefone.

- Bom dia para o mais novo cachaceiro da casa. - Elizabeth falou sem desviar os olhos do telefone.

- Agora eu entendo o motivo de nunca ter me embebedado antes!
Ela riu.
Continuei falando:

- Se comprometa de nunca mais permitir que eu faça isso novamente.
Mais uma vez ela sorriu e respondeu:
- Não diga que eu não tentei te impedir.

- Mas, afinal, o que aconteceu depois de eu te levantar para dançar comigo? Houve um corte na minha memória após isso.

Elizabeth ficou uns segundos tentando se lembrar.

- Ah! Você ficou mais um longo e insuportável tempo fazendo piadinhas sem graça, dizendo coisas propícias de bêbados dizerem, cantando como uma gralha e dançando de um modo que me fez querer morrer. Uma hora você começou a tirar a roupa e gritou "Praia de nudismo!", mas felizmente te impedi de se humilhar novamente e com muito custo te convenci a ir dormir.

- Praia de nudismo. - repeti enquanto ria. - Mas eu não disse nada muito ruim, certo?

- Não, você só falou que eu sou chata, careta e apesar de ser extremamente bonita tenho uma alma de oitenta anos após eu me recusar pela quinquagésima vez a dançar com você. - enquanto falava, Elizabeth se mantinha séria mas eu sabia que ela estava se controlando para não rir.

- Pelo menos eu não menti.

- Idiota. - ela falou com um sorriso no rosto.

Fui em direção a cozinha e coloquei um pouco de café na xícara, fui cortar um pão para comer acompanhado do café e acidentalmente esbarrei em uma panela e a deixei cair no chão. O som da panela caindo fez com que eu me sentisse como se meu cérebro estivesse se rasgando ao meio.

Fiz questão de que o resto da manhã fosse calmo, silencioso e com pouca claridade. Mas isso não me impediu de realizar o meu quarto desejo: "Gastar muito dinheiro com comida".

Logo após almoçar saí de casa e comprei todas as coisas calóricas, açucaradas e maléficas pra saúde que pude encontrar, que por sinal, são as mais saborosas comidas que podemos comer. Às vezes eu desejava que alface entupisse veias e chocolate fizesse bem para o corpo. Uns meses atrás eu me preocuparia muito em comer todas essas coisas de uma vez só, afinal, poderia me dar tantas doenças que me matariam com 40 anos. Mas... SURPRESA! Eu já tenho uma doença que pode me matar, a única diferença é não vai me matar com 40 anos porque eu só tenho 22.

Eu não posso gastar todo o meu dinheiro com comidas extremamente gostosas e tentadoras, porque eu ainda tenho mais 11 dias pra sobreviver. E mesmo que sejam poucos dias, ainda há muito dinheiro pra ser gasto. Por isso, gastei dinheiro suficiente para me dar doces e salgados pelos próximos dias, mas não fui inconsequente e nem impulsivo a ponto de gastar tudo que tenho.

Ao chegar em casa, eu e Elizabeth nos aventuramos em mais filmes e comemos bastante, mas tivemos que parar pois aquela enorme quantidade de doce nos causou dor de barriga. E preferimos evitar uma provável diarreia que teríamos se continuássemos comendo, então guardamos o resto da comida para o dia seguinte.

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