Capítulo 16

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Ano de 2005

Natália
Em menos de uma hora Diogo já havia chegado.

- O que foi, Natália? - ele perguntou ao chegar.

- Pode me explicar que merda é essa? - mostrei a ele a foto que eu arranquei do meu armário.

Ele pegou a foto da minha mão e falou com indiferença:

- Ah, essa louca me agarrou anteontem. Esquece isso, é bobagem!

- Louca, Diogo? Chega disso, assuma seus erros. Que mania de sempre colocar a culpa nos outros por causa da sua infantilidade. - sem perceber eu já estava gritando.

Eu não estava triste mais, eu estava com ódio.

- Olha o seu tom de voz comigo! Já falei que não foi culpa minha.

- Já que você é tão santo como diz, e uma mulher conseguiu te agarrar a força pra conseguir te beijar e sem querer você retribuiu o beijo, me diga o motivo de não ter me contado o que aconteceu.

- Não sei, Natália. Que merda! Achei que não era importante.

- Cansei disso, Diogo. Acabou, acabou tudo! Pode ir embora e faça o favor de não me procurar mais.

- Eu que estou cansado disso, todo mês você terminando comigo. Escuta o que vou te falar: você não vai se separar de mim. É com você que eu estou e com você que vou ficar.

- Diogo, eu não quero mais! Tem como você respeitar as minhas escolhas pelo menos uma vez?

- Você não quer, mas eu quero. Chega dessa conversa, vem aqui pra eu te relembrar o motivo de você estar comigo.

Ele agarrou o meu braço e me puxou pra perto dele.

- Me solta! Me solta, tá me machucando! - eu gritava pra ele e quanto mais eu gritava, mais ele me apertava.

- Natália, é melhor você parar com isso. Eu estou fazendo isso pro nosso bem.

Ele me jogou na cama e subiu em cima de mim.

Eu enfiei as minhas unhas no braço dele até começar a sangrar. Diogo soltou um grito de dor.

- Você está louca? - ele gritou.

- Sai de cima de mim agora!

- Não se faça de durona, você quer isso tanto quanto eu. - ele me olhou com malícia.

Fechei meu punho e bati com toda a minha força no rosto dele. No mesmo instante, eu tive a brecha que precisava para soltar-me dos braços dele.

Diogo levantou-se rapidamente e me empurrou na parede, os olhos dele estavam repletos de fúria e eu tremia de medo. Ele me prendia na parede e por mais que eu me esforçasse para me soltar, todo o esforço era insuficiente.

Foi uma pancada atrás da outra, primeiro ele me deu um soco na barriga, depois no meu olho, depois no meu nariz. Eu não conseguia enxergar direito pois havia sangue por toda a minha face, naquele instante eu não sentia dor alguma suponho que por causa da adrenalina. Ele poderia acabar me matando e eu não fazia ideia de como sair dali. Usei toda a força que eu tinha para dar uma joelhada nas genitais dele, foi quando consegui me soltar.

No mesmo segundo eu corri, corri o máximo que minhas pernas conseguiam. E foi nesse momento que comecei a chorar, dessa vez eu chorava de medo. Olhava para trás uma vez ou outra pra ver se ele estava me perseguindo, mas eu não o via.


Bati e Elizabeth abriu a porta na terceira batida.

- Natália! O que aconteceu? - Elizabeth me olhava preocupada e assustada ao ver como eu estava.

Corri para os braços dela e a abracei. Mesmo ainda com medo, só naquele momento meu coração se acalmou.

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