Capítulo 37

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Ano de 2006

Felipe
Chegamos lá e o salão de festas já estava lotado e entregamos os ingressos para os seguranças que estavam na porta. Lá dentro, as pessoas estavam muito bem arrumadas então suponho que lá é predominantemente frequentado por pessoas de alta renda. Garçons passavam por todo lado servindo bebidas e comidas que pareciam estar deliciosas. Uma música clássica tocava ao fundo mas poucos estavam dançando, a maioria estava reunida em grupos onde conversavam e bebiam. As pessoas dançavam perfeitamente bem e realmente parecia que vieram de um filme dos anos 50, o que me fez crer que eram dançarinos contratados para aquela noite. A decoração estava impecável e as vezes eu me pegava perguntando se eu tinha usado uma máquina do tempo e voltado pra 1950 porque tudo estava exatamente como nos filmes que assisti.

Elizabeth e eu sentamos em uma das poucas cadeiras que estavam desocupadas e começamos a comer desesperadamente e a beber, optamos por bebidas não alcóolicas então bebíamos refrigerante.

- Já que pagamos caro por isso então vamos comer e beber até falir esse lugar. – Elizabeth falou.

- Não vamos exagerar porque se isso acontecer não vamos conseguir dançar com o estômago pesado. Então vamos comer um pouco, dançar bastante e depois voltamos aqui e comemos toda a comida que tiver nesse lugar.

- Combinado, me parece a ideia perfeita.

E novamente voltamos a comer, mas dessa vez com moderação.

- E então, me concede essa dança? – perguntei e pude ver os olhinhos dela brilhando.

Levantei-me da cadeira e estendi a minha mão pra Liz segurar. Logo em seguida ela levantou-se também e disse acompanhado de um sorriso:
- É claro!

Ela segurou a minha mão e andamos até o local em que os casais dançavam.

Tocava uma música lenta então coloquei a mão na cintura dela e ela colocou a mão no meu ombro e começamos a dançar.

- Eu devia estar usando um salto maior. – ela comentou enquanto dançávamos.

Eu a olhei sem entender muito bem o que aquilo queria dizer. Então ela continuou a falar:

- Não podemos dançar de rosto colado com o meu um e sessenta de altura. – ela falou em um tom de voz melancólico.

Não pude conter a risada.

- É uma pena mesmo você ser só um projetinho de gente, parece uma ‘nenenzinha’. – falei com deboche.
- Não começa. – ela revirou os olhos.

Pisamos algumas vezes no pé do outro, mas nada fugiu do controle. Algumas músicas eram bem animadas e tínhamos que observar os outros dançarinos para podermos imitar os passos. Dançamos tanto que até perdemos a noção do tempo, nossas pernas doíam como se tivéssemos corrido uma maratona, mas foi tudo muito revigorante.

Voltamos a nos sentar na mesa e precisamos de muita água para recuperar o fôlego, e isso nos causou algumas idas ao banheiro. E finalmente começamos a comer de tudo que tínhamos direito, podíamos notar que os garçons evitavam passar por nossa mesa pois sabiam que parecíamos dois famintos, algumas pessoas nos olhavam com um olhar de reprovação mas isso tudo só nos arrancou boas gargalhadas.

Logo ao fim da noite voltamos para casa e tudo que precisávamos era uma boa noite de sono para recuperar as energias.

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