Sonhado

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Capítulo não revisado.
#Preguiça
Me avisem dos erros que encontrarem.
😘😘😘

Está escuro demais pra estar tão quente ou, quem sabe quente demais pra estar tão escuro. Um dos dois está fora do lugar.
Estou agachado na escuridão atrás da frágil proteção de um arbusto raquítico de creosoto, suando toda a água que restava em meu corpo. Há quinze minutos, o carro saiu da garagem. Nenhuma luz se aproximou. A porta de vidro está aberta cinco centímetros, permitindo que o frescor do brejo faça seu trabalho. Posso imaginar a sensação do ar úmido e fresco soprando através da janela. Quisera pudesse me alcançar.
Meu estômago ronca, e eu comprimo os músculos abdominais para abafar o barulho. Faz silêncio o suficiente para o murmúrio se propagar.
Estou com tanta fome...
Há outra necessidade que é mais forte- outro estômago esfomeado escondido em segurança a distância na escuridão, esperando sozinho na caverna tosca que é a nossa casa temporária. Um lugar apertado, denteado de pedras vulcânicas. O que ele vai fazer se eu nao voltar? Toda a pressão da parternidade sem nenhum conhecimento ou experiência. Sinto me tão horrivelmente so. Jack está com fome.
Não há nenhuma outra casa perto dessa aqui. Estou vigiando desde que o sol ainda estava brando e quente no céu, e acho que não tem cachorro, tampouco.
Levanto um pouco para me aliviar da posição, as panturrinhas guinchados em protesto ao agachamento, mas continuo curvado a altura da cintura, tentando ficar menor que o arbusto. O caminho pelo leito seco do riacho é de areia lisa, uma pálida vereda a luz das estrelas. Não ha ruído de carros na estrada.
Eu sei o que eles vai pensar quando voltarem, os monstros que parecem um simpático casal de 50 e poucos anos. Eles saberão exatamente o que eu sou, e a busca vai começar imediatamente. Preciso estar longe. Tenho muita esperança de que tenham saído para a noite na cidade. Acho que é sexta feira. Eles conservam os nossos habitos tão perfeitamente que é difícil ver alguma diferença. Foi como eles venceram no começo.
A cerca ao redor do pátio é baixa, bate na minha cintura. Passo por cima dela facilmente, sem fazer barulho. Mas o solo é de cascalho, e tenho de andar com muito cuidado para impedir que meu peso o desloque. Atravesso até a calçadinha do patio.
As cortinas estão abertas. A luz das estrelas é suficiente para que eu veja que os cômodos estão vazios, sem movimentos. O casal partidário é de uma decoração espartana, despojada, e eu fico grato. É mais difícil de alguém se esconder. É claro, tampouco deixa algum lugar para eu me esconder, mas se as coisas chegarem a ponto de eu precisar me manter as escondidas, de qualquer maneira já será tarde demais.
Abri devagar primeiro a porta de tela e, depois, a de vidro. Ambas deslizam silenciosamente. Ponho o pé com cuidado sobre a lajota do piso, mas isso é apenas por causa do hábito. Ninguém está me esperando aqui.
O ar fresco parece o paraíso.
A cozinha fica a minha esquerda. Da pra ver o brilho das bancadas de granito.
Pego o saco de lona em meu ombro e começo pela geladeira. Há um instante de ansiedade quando a luz se acende no momento em que a porta se abre, mas acho o botão e o mantenho pressionado com o dedão. Meus olhos estão cegos. Mas não tenho tempo pra deixar que se adaptem. Vou pelo tato.
Leite, fatias de queijo, sobras numa tigela plastica. Tomara que seja o troço de galinha com arroz que eu o vi cozinhando para o jantar. Nos vamos comer essa noite.
Suco, um saco de maçãs. Minicenouras. Isso vai ficar em bom estado até amanhã de manhã.
Corro para a despensa. Preciso de coisas que durem mais tempo.
Consigo enxergar melhor enquanto pego tudo que posso. Hummm, biscoitos com lascas de chocolate. Fico doido para abrir o pacote agora mesmo, mas cerro os dentes e ignoro a sensação de contração do meu estômago vazio. A sacola fica pesada rápido demais. Isso só vai dar para uma semana, mesmo que sejamos cuidadosos. E não estou com vontade de ser cuidadoso; estou querendo me fartar. Enfio barras de granola nos bolsos.
Só mais uma coisa. Corro até a pia e encho meu cantil. Então ponho a cabeça sob o jato e bebo direto da bica. A água faz barulhos estranhos quando bate em meu estômago oco.
Começo a entrar em pânico agora que o trabalho está terminado. Quero sair daqui. A civilização é mortal.
Presto atenção no chão ao sair, com medo de tropeçar em minha sacola pesada, motivo pela qual não vejo a silhueta negra no pátio até a minha não estar na porta.
Escuto sua maldição murmurada ao mesmo tempo que um grunhido estúpido de medo escapa da minha boca.  Viro me para correr pela porta da frente, na esperança de que não esteja trancada, ou, ao menos não seja difícil de destrancar.
Não chego nem mesmo a dar dois passos antes que mãos ásperas e duras me agarrassem pelos ombros e me puxem violentamente para trás, contra seu corpo. Grande demais, forte demais para ser uma mulher. A voz grave mostra que eu estou certa.
"Um som e você está morto" ameaça ele bruscamente. Fico chocado ao sentir um gume fino e afiado em minha pele, sob o queixo.
Não compreendo. Ele não devia me dar uma escolha. Quem é esse monstro? Eu nunca ouvi falar em um que quebrasse as regras. Respondo do único modo que posso.
"Ande logo", cuspo por entre os dentes. "Vamos. Não quero ser um parasita nojento!"
Espero pela faca, e meu coração está doendo. Cada batida tem um nome: Jack, Jack. O que vai acontecer com você agora?
"Esperto", resmunga o homem, e não parece estar falando comigo. "Deve ser uma Buscadora. E isso quer dizer uma armadilha. Como eles sabiam?" O aço some da minha garganta, mas so pra ser substituído por sua mão tão dura quanto ferro.
Eu não posso respirar sob o aperto.
"Onde estão os outros?", interpela ele, apertando.
"Estou sozinho", balbucio em tom rascante. Não posso leva lo a Jack. O que Jack vai fazer quando eu nao voltar? Jack está com fome!
Lanço meu cotovelo contra a barriga dele- e machuca de verdade. Os músculos de seu abdome são como ferro- duros como sua mão. O que é muito estranho. Músculos assim sao produtos de uma vida dura ou de obsessão, e os parasitas não tem nenhum dos dois.
Ele nem sequer resfolega ao meu golpe. Desesperado , mando meu calcanhar no peito do pé dele. Isso o pega desprevenido, e ele bamboleia. Dou um respelao para escapar mas ele agarra minha bolsa, puxando me de volta para seu corpo, e sua mão agarra minha garganta outra vez.
"Bem briguento para um sequestrador de corpos amante da paz, não acha?"
As palavras dele não fazem sentido. Eu pensava que os alienígenas fossem todos iguais. Vai ver eles também tem suas excentricidades, afinal.
Giro e dou uma unhada, tentando me livrar do seu aperto. Minhas unhas pegam seu braço, mas isso só faz com que  ele comprima mais a minha garganta.
" Eu vou matá lo, seu ladrão de corpos imprestavel. Não estou blefando."
"Mate logo, então!"
De repente, ele ofega, e me pergunto se algum dos braços ou pernas com que tentei bater fez contato.
Ele solta meu braço e segura meus cabelos. Deve ser isso. Ele vai cortar minha garganta. Eu me preparo para o corte da faca.
Mas a mão em minha garganta se afrouxa, e então seus dados estão apalpando minha nuca, ásperos e quentes sobre minha pele.
"Impossivel", arqueja ele.
Algo vai no chão com um baque. Ele deixou cair a faca? Tanto pensar num jeito de pega lá. Talvez se eu caísse. A mão em volta de meus cabelos não está tão apertada o bastante para me impedir de dar um puxão e soltar- me. Acho que sei, pelo som, onde a lâmina foi parar.
Ele me faz girar de repente. Há um clique, e a luz cega meu olho esquerdo. Arquejo assustada e instintivamente tento me retorcer para me soltar. A mão dele aperta meus cabelos. A luz pisca em meu olho direito.
"Eu não acredito", sussurra ele. "Você ainda é humano."
Suas mãos agarram meu rosto de ambos os lados e, antes que eu possa me livrar, seus lábios se abaixam sofregamente sobre os meus.
Por um segundo, fico atordoado. Nunca tinha sido beijado em toda minha vida. Não um beijo de verdade. É algo que pensei que nunca fosse sentir. Não estou certa, contudo, da sensação. Há pânico demais, terror demais, adrenalina demais.
Com um impulso brusco, dou lhe uma joelhada.
Ele sufoca fazendo um chiado, e eu estou livre. Em vez de correr para a parte da frente da casa outra vez, como ele espera, eu me abaixo sob seu braço e pulo pelas portas abertas. Acho que posso ganha lo na corrida, mesmo com minha carga. Saí antes dele, e ele ainda está dando gemidos doloridos. Sei para onde estou indo - não vou deixar pegadas que ele possa ver no escuro. Não deixei cair a comida, e isso é bom. Mas acho que perdi as barras de granola.
"Espere!", grita ele.
Cale a boca, penso, mas não grito de volta.
Ele está correndo atrás de mim. Posso ouvir sua voz se aproximando.
"Eu não sou um deles!"
Com certeza. Mantenho meus olhos no caminho e acelero. Meu pai dizia que ri corria como um guepardo. Eu era o mais rápido da equipe de corrida, campeão estadual, antes do fim do mundo.
"Ouça me!" Ele ainda está gritando a plenos pulmões. "Olhe! Eu vou provar. Apenas pare e olhe para mim!"
Duvido. Dou uma guinada pra fora do leito seco e passo voando por entre as algarobeiras.
"Eu não achava que ainda restasse alguem! Por favor,  preciso falar com você!"
A voz dele me surpreende - está perto demais.
"Desculpe me de ter beijado você! Foi uma estupidez. É que eu estou sozinho faz muito, muito tempo!"
"Cale se" Não digo isso alto, mas sei que da pra ele ouvir. Ele está chegando cada vez mais perto. Nunca me ganharam na corrida antes. Redobro o esforço e minhas pernas.
Há um grunhido baixinho na respiração dele quando ele acelera também.
Alguma coisa grande bate em minhas costas, eu caio. Há gosto de terra em minha boca, e eu estou preso por algo tao pesado, que mal posso respirar.
"Espere. Um. Minuto", disse ele ressentido.
Ele desloca o peso e me faz girar. Está montado no meu tórax, prendendo meus braços sob suas pernas. Está esmagando minha comida. Rosno e tento uma contorcao para sair debaixo dele.
"Olhe. Olhe. Olhe" diz ele, pegando um pequeno cilindro do bolso do quadril e girando a parte superior. Um facho e luz sai da ponta.
Ele vira a lanterna para seu rosto.
A luz amarela sua pele. Ele tem malares acentuados, além de um nariz longo e fino. Seus lábios estão distendidos num amplo sorriso, mas da pra notar que são cheios, para um homem. Seus cílios e sombrancelhas estão esbranquiçados pelo sol.
Mas não é isso que ele está me mostrando.
Seus olhos, de um castanho- esverdeado bem claro a luz, brilham com reflexos perfeitamente humanos. Em balança a luz entre o esquerdo e o direito.
"Tá vendo? Tá vendo? Sou igualzinho a você."
"Deixe eu ver seu pescoço." A suspeita é expressa em minha voz. Não me permito acreditar que isso seja mais que um truque. Não compreendo o sentido do enigma, mas estou certo que é um truque. Não há mais esperanças.
"Bem...Isso não vai exatamente ajudar. Os olhos não são o bastante? Você sabe que não sou um deles."
"Por que não me mostra o seu pescoço?"
"Por que tenho uma cicatriz la", admite ele.
Tento me contorcer para sair debaixo dele novamente, e suas mãos prendem meus ombros.
"Eu mesmo fiz", explica ele. "E acho que o trabalho está muito bom, apesar de ter doído como o diabo. Embora claro eu tenha meu cabelo para cobrir meu pescoço não posso deixar de me prevenir. A cicatriz ajuda a me misturar"
"Sai de cima de mim"
Ele hesita, depois se levanta num movimento fácil, sem precisar usar as mãos. Então estende uma delas, a palma virada para mim.
"Por favor, não fuja. E, bem, eu gostaria que não me chutasse outra vez."
Não me mexo. Sei que ele pode me pegar se eu tentar fugir.
"Quem é você?", pergunto num sussurro.
Ele da um sorriso largo.
"Meu nome é Sam Campbell. Há mais de dois anos não falo com nenhum ser humano, de modo que que tenho certeza que devo estar parecendo...um pouco amalucado. Por favor, perdoe me, e mesmo assim diga seu nome."
"Gabriel" sussurro.
"Gabriel" repete ele " Não posso dizer o prazer que estou sentindo em conhece lo"
Pego minha bolsa com força, mantendo meus olhos nele. Ele estende a mão devagar para baixo, na minha direção.
Eu a pago.
Só depois de ver minha mao se enrolar volutariamente na dele percebo que acredito nele.
Ele me ajuda a levantar e não solta minha mao depois aí fico de pé.
"E agora?", pergunto cautelosamente.
"Bem, a gente não pode ficar aqui por muito tempo. Você volta comigo até a casa? Eu deixei minha bolsa. Você chegou primeiro a geladeira."
Eu balanço a cabeça.
Ele parece compreender o quanto estou fragilizada, como estava perto da fuga.
"Você vai me esperar aqui então?" pergunta ele com com voz suave "Vou ser muito rápido. Deixe me pegar um pouco mais de comida para nós."
"Nos?"
"Acha mesmo que eu vou deixar você desaparecer? Seguirei você mesmo que me diga pra não fazer isso."
Não quero me afastar dele.
"Eu..." Como deixar de confiar completamente em outro humano? Nos somos família - ambos da mesma irmandade em extinção. "Eu não tenho tempo. Tenho que ir muito longe e...Jack está esperando"
"Você não está sozinho" compreende ele. Sua expressão mostra incerteza pela primeira vez.
" É meu irmão. Ele é so um adolescente e fica morrendo de medo quando eu nao estou. E vai levar metade da noite para chegar aonde ele está. Ele vai ficar sem saber se fui pego. E está com muita fome." Como para reforçar meu argumento, meu estômago ronca alto.
O sorriso de Sam está de volta, mais brilhante que antes.
"Vai ajudar se eu lhe der uma carona?"
"Carona?" repito
"Proponho um acordo. Você espera aqui enquanto pego mais comida, e levo você a qualquer lugar que quiser no meu jipe. É mais rápido que correr...mais rápido até que você correndo."
"Você tem carro?"
"É claro. Acha que com correndo até aqui?"
Eu penso nas seis horas que levei pra andar até aqui, e minha testa se enche de vincos.
"A gente vai estar de volta com seu irmão num instantinho - promete ele. "Não saia daqui, está bem?"
Concordo aceando com a cabeça.
" E coma alguma coisa, por favor. Não quero que seu estômago nos denuncia." Ele sorri, e seus olhos sa estreitam, projetando um leque de mim a partir dos cantos. Meu coração da uma batida forte, e sei que vou ficar esperando aqui mesmo que leve a noite inteira.
Ele ainda está segurando minha mão. Ele a solta devagar, sem tirar os olhos de mim. Da um passo para trás então para.
"Por favor, não me chute", roga ele, inclinando e segurando meu queixo. Ele me beija de novo, e dessa vez sinto seu beijo. Seus lábios mais suaves que as mãos, e quentes, mesmo na noite quente do deserto. Uma revoada de borboletas promove um tumulto em meu estômago e me rouba o fôlego. Minhas mãos o procuram instintivamente. Todo Todo pele tépida de sua face, os pelos asperos do seu pescoço. Meus dados deslizam levemente sobre uma linha de pele enrugada, uma aresta em relevo sob a linha do couro cabeludo.
Eu grito.

Acordei coberto de suor. Antes mesmo de estar completamente desperto, meus dedos estavam em minha nuca, localizando a pequena linha deixada pela inserção. Eu mal podia detectar a marca rosa claro com a ponta dos dados. Os remédios que o Curandeiro tinha usadi cumpriram seu papel.
A cicatriz malfeita de Sam nunca fora um verdadeiro disfarce.
Acendi a luz ao lado de minha cama, esperando que minha respiração se acalmasse, as veias cheias de adrenalina do meu sonho realista.
Um sonho novo, mas em essência muito parecido com muitos outros que me haviam infligido nos últimos meses.
Não, não um sonho. Certamente uma memória.
Eu ainda podia sentir os lábios de Sam sobre os meus. Minhas mãos se estenderam sem minha permissão, procurando no lençol amarrotado, buscando algo que não acharam. Meu coração doei quando elas desistiram, caindo flacidas e vazias na cama.
Pisquei para eliminar a unidade indesejada em meus olhos. Eu não sabia quanto mais poderia aguentar. Como alguém sobrevivia neste mundo, com esses corpos cujas lembranças não ficavam no passado, como deveriam?Com essas emoções tão fortes, que eu já nem podia mais saber o que eu sentia?
Eu estaria exausto aquela manhã, mas sentia me tão longe do sono, que sabia que ia levar horas antes aí eu conseguisse me relaxar. Eu também podia cumprir meu dever e acabar logo com isso. Talvez isso ajudasse a tirar de minha cabeça coisas nas quais preferiria não pensar.
Rolei pra fora da cama e cambaleei até o computador sobre a mesa, que, não fosse por ele estaria vazia. Levou uns segundos ate a tela brilhar avivada, e outros poucos segundos para abrir o programa de correspondência. Não era difícil encontrar o endereço da Buscadora; eu so tinha quatro contatos: a Buscadora, o Curandeiro, meu novo empregador e a esposa dele, minha Confortadora.

Havia um outro humano com meu hospedeiro, Gabriel Novak.

Digitei, sem me incomodar com uma saudação.

O nome dele é Jack Novak; ele é irmão dela.

Por um momento de pânico, me perguntei sobre o controle dele. Todo esse tempo, e nunca havia sequer conjeturado a existência do garoto - não porque ele não lhe interessasse, mas por que ele o protegeria mais ardentemente do que outros segredos não revelados. Ele teria outros segredos tão grandes, tão importantes? Tão sagrados, que ele os escondesse até dos meus sonhos? Ele era tão forte assim? Meus dedos tremeram quando teclei o restante da informação.

Acho que é um jovem agora. Talvez com uns 18 anos. Eles estavam morando num acampamento temporário, que talvez ficasse ao lado norte da cidade de Cave Creek, no Arizona. Mas isso foi a muitos anos. Ainda assim, você poderia comparar aquelas linhas que lembrei antes com um mapa. Como sempre, se souber de mais alguma coisa, eu digo.

Enviei a mensagem. Assim que partiu, um terror me possuiu.
Jack não!
A voz dele na minha cabeça foi tao clara quanto a minha própria em voz alta. Tremi, horrorizado.
No momento mesmo em que lutava contra o medo do que estava acontecendo, fui tomado pelo desejo insano de passar outro e-mail a Buscadora, pedindo desculpas por ter lhe enviado mais sonhos loucos. Dizer que estava um pouco adormecido, que ela não devia dar atenção a fila mensagem que lhe havia enviado. O desejo não era meu.
Desliguei o computador.
Eu odeio você, rosnou a voz na minha cabeça.
"Então talvez devesse ir embora", disse eu rispidamente e eu fiz alta,  o que me fez tremer outra vez.
Ele não havia falado comigo desde os primeiros momentos que chegara aqui. Não havia dúvida de que estava ficando mais forte. Assim como os sonhos.
E isso estava fora de questão; eu ia visitar minha Confortadora amanhã. Lagrimas de desapontamento e humilhação brotaram em meus olhos ao pensamento.
Voltei para a cama, pus um travesseiro sobre o rosto e tentei nao pensar, de forma nenhuma.

Até o próximo
😜

A Hospedeira/DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora