Tocado

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— O que acho sobre o quê? 

— Sobre a nossa... discussão lá fora — esclareceu Dean. 

O que eu achava daquilo? Eu não sabia.
De algum modo, Dean era capaz de olhar para as coisas segundo meu ponto de vista,do meu ponto de vista alienígena. Ele achava que eu tinha conquistado o direito de ter a
minha vida.
Mas ele estava com... ciúme? De Sam?
Ele sabia o que eu era. Ele sabia que eu era apenas uma criatura diminuta
amalgamada por trás do cérebro de Gabriel. Uma lacraia, como Adam havia dito.
Contudo, até Adam achava que Dean estava "apaixonado" por mim. Por mim? Isso não era possível.
Ou ele queria saber o que eu achava de Sam? Meus sentimentos sobre a
experiência? Mais detalhes sobre minhas respostas ao contato físico? Estremeci.
Ou meus pensamentos sobre Gabriel? Os pensamentos de Gabriel sobre a conversadeles? Se eu concordava com Sam sobre os direitos dele?
Eu não sabia o que pensar. Sobre nada disso. 

— Na verdade, não sei — disse. 

Ele aquiesceu pensativamente. 

— É compreensível. 

— Só porque você é muito compreensivo. 

Ele sorriu para mim. Era estranho o modo como seus olhos eram capazes de
queimar e excitar. Especialmente com uma cor que era mais próxima do gelo que do fogo. Eles estavam muito cálidos naquele momento. 

— Eu gosto muito de você, Cas. (N/A: Ja nao era sem tempo!!!)

— Estou apenas começando a ver isso. Acho que devo ser um pouco lento. 

— É uma surpresa para mim também. 

Nós dois pensamos no que foi dito.
Ele franziu os lábios. 

— E... suponho... que isso seja uma das coisas sobre as quais você não sabe como se sente, não é? 

— Não. Quer dizer, sim, eu... não sei. Eu... eu... 

— Tudo bem. Você não teve muito tempo para pensar a respeito. E isso deve parecer... estranho. 

Concordei com a cabeça. 

— Sim. Mais que estranho. Impossível. 

— Diga-me uma coisa — disse Dean após um momento.

— Se eu souber a resposta. 

— Não é uma pergunta difícil. 

Ele não perguntou de uma vez. Em vez disso, estendeu os braços através do espaço estreito e pegou minha mão, que segurou entre as suas por um instante. Em seguida,passou lentamente os dedos da sua mão esquerda no meu braço, do punho até o
ombro. Com a mesma lentidão, ele fez o caminho de volta. Dean ficou olhando para a pele do meu braço em vez de para o meu rosto, observando os arrepios que se formaram ao
longo do caminho dos seus dedos. 

— A sensação é boa ou ruim para você? — perguntou. 

Ruim, insistiu Gabriel. 

--Mas não machuca, protestei. 

Não é isso que ele está perguntando. Quando ele diz boa... ah, é como falar com uma criança! 

--Eu não tenho sequer um ano de idade, você sabe. Ou agora já tenho? -Minha atenção se desviou enquanto eu tentava calcular a data. 

Gabriel não se distraiu. Boa, para ele, quer dizer do jeito que a gente sente quando o Sam toca na gente.

 A lembrança que ele forneceu não foi aquela das cavernas. Foi no ambiente mágico do cânion ao pôr do sol. Sam estava de pé atrás dela e suas mãos seguiam o contorno dos seus braços, dos ombros até os punhos. Estremeci ao prazer do mero toque. Assim. 

A Hospedeira/DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora