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Vocês shippam o Adam (Irmão Sam e Dean) com quem?

❤🌻❤🌻❤🌻❤🌻❤🌻❤🌻

A luz finalmente estava morrendo do lado de fora da janela. O dia quente para o mês de março tinha se prolongado ininterruptamente, como se relutasse em acabar e me libertar.
Funguei e retorci o lenço em mais outro nó.
— Mary, você deve ter outras obrigações. John deve estar se perguntando onde
você está.
— Ele vai entender.
— Não posso ficar aqui para sempre. E nem chegamos mais perto da resposta.
— Consertos rápidos não são a minha especialidade. Você está decidido a não aceitar um novo hospedeiro...
— Estou.
— Então lidar com isso provavelmente vai levar algum tempo.
Cerrei meus dentes, sentindo frustração.
— E será mais rápido e mais fácil se você tiver alguma ajuda.
— Eu vou me sentir melhor marcando meus próprios encontros, prometo.
— Não é exatamente isso que pretendo, embora eu espere que os marque.
— Você quer dizer ajuda... de outra pessoa? — Eu me encolhi à ideia de ter de aliviar o sofrimento de hoje com um estranho. — Tenho certeza de que você é tão qualificada quanto qualquer Confortador... mais ainda.
— Eu não quis dizer outro Confortador. — Ela deslocou o peso na poltrona e se
espreguiçou. — Quantos amigos você tem, Castiel?
— Quer dizer, o pessoal do trabalho? Eu vejo outros professores quase todos os
dias. E há vários estudantes com quem converso nos corredores.
— E fora da escola?
Eu a fitei inexpressivamente.
— Hospedeiros humanos têm necessidade de interação. Não está habituado à solidão, querido. Você compartilhava os pensamentos de todo um planeta.
— A gente não saía muito. — Minha tentativa de humor caiu no vazio.
Ela sorriu ligeiramente e continuou.
— Você está lutando tanto com seu problema, que é tudo em que consegue se concentrar. Talvez a resposta seja não se concentrar tanto. Você disse que Gabriel se aborrece durante suas horas de trabalho... que fica menos ativo. Talvez, se você desenvolvesse relacionamentos com seus colegas, eles também o aborrecessem.
Franzi os lábios pensativamente. Gabriel, desgastado pelo longo dia de tentativas de conforto, pareceu muito pouco entusiasmado com a ideia.
Mary meneou a cabeça.
— Envolva-se com a vida em vez de com ele.
— Faz sentido.
— E depois há os impulsos físicos que esses corpos têm. Nunca ouvi falar de nada igual. Uma das maiores dificuldades que nós da primeira onda tivemos de superar foi o instinto sexual. Pode acreditar, os humanos percebem quando você não transa. — Ela
sorriu e revirou os olhos a uma recordação qualquer. Quando não reagi conforme ela esperava, ela deu um suspiro e cruzou os braços impacientemente.
— Oh, vamos, Castiel! Você deve ter notado.
— Bem, é claro — resmunguei. Gabriel agitou-se inquieto. — Obviamente. Eu lhe disse sobre os sonhos...
— Não, eu não quis dizer apenas recordações. Você não passou por ninguém a quem seu corpo tenha respondido no presente... num nível estritamente químico?
Pensei na pergunta dela com cuidado.
— Acho que não. Não que tenha notado.
— Pode confiar — disse Mary secamente. — Você teria notado. — Ela balançou a cabeça. — Talvez você deva abrir os olhos e olhar a seu redor em busca especificamente disso. Pode lhe fazer muito bem.
Meu corpo recuou a esse pensamento. Registrei a aversão de Gabriel, espelhada pela minha própria.
Mary leu minha expressão.
— Não permita que ele controle seu modo de interagir com sua espécie, Castiel.
Não deixe que ela controle você.
Minhas narinas chamejaram. Esperei um momento para responder, controlando a
raiva à qual nunca me habituara de fato.
— Ele não me controla.
Mary ergueu uma sobrancelha.
A raiva apertou minha garganta.
— Você não pareceu muito distante de seu companheiro atual. Foi uma escolha controlada? — perguntei.
Ela ignorou minha raiva e considerou a pergunta refletidamente.
— Talvez — disse ela finalmente. — É difícil saber. Mas numa coisa você tem razão.
— Ela tirou um fio na bainha de sua saia e então, como se compreendesse que estava evitando meu olhar, entrelaçou as mãos resolutamente e endireitou os ombros. — Quem sabe quanto vem de qualquer hospedeiro de qualquer planeta dado? Como disse antes, acho que provavelmente o tempo será a resposta. Ou ele vai se tornar gradualmente mais apatico e silencioso, permitindo que você faça outra escolha além
desse Sam, ou... bem, os Buscadores são muito bons. Eles já estão procurando por ele, e talvez você se lembre de alguma coisa que ajude.
Não me mexi enquanto o significado do que ela dissera entrava em minha mente.
Ela pareceu não notar que eu estava paralisada.
— Talvez eles encontrem o amor de Gabriel, e então vocês possam ficar juntos. Se os sentimentos dele forem tão ardentes quanto os dele, o novo âmago provavelmente será receptivo.
— Não! — Eu não tinha certeza de quem tinha gritado. Pode ter sido eu. Eu estava horrorizado, também.
Eu estava de pé, abalado. As lágrimas, que vinham tão facilmente, por uma vez
ficaram ausentes, e minhas mãos tremiam, os punhos apertados.
— Castiel?
Eu, no entanto, me virei e corri para a porta, lutando contra as palavras que não podiam sair de minha boca. Palavras que não podiam ser minhas palavras. Palavras que não faziam sentido, a menos que fossem dele, mas que eu sentia minhas. Elas não podiam
ser minhas. Elas não podiam ser ditas.
Isto é matá-lo! Isso é fazer com que ele deixe de existir! Eu não quero outra pessoa. Eu quero Sam, não um estranho em seu corpo! O corpo não significa nada sem ele.
Ouvi Mary gritar meu nome atrás de mim enquanto eu corria para a rua.
Eu não morava longe do consultório da Confortadora, mas a escuridão na rua me desorientou. Eu já havia percorrido dois quarteirões quando percebi que estava correndo na direção errada.
As pessoas olhavam para mim. Eu não estava vestida para fazer exercício, eu não estava fazendo jogging, estava fugindo. Mas ninguém me incomodou; as pessoas desviavam os olhos educadamente. Intuíam que eu era nova nesta hospedeira. Agindo como uma criança.
Diminuí a passada, virando para o Norte para poder fazer a volta sem passar pelo
consultório de Mary outra vez.
Meu passo era apenas ligeiramente mais lento que uma corrida. Eu ouvia meus pés batendo rápido demais na calçada, como se estivessem tentando acompanhar o ritmo de
uma música dançante. Slap, slap, slap, contra o concreto. Não, era como a batida de uma bateria: eu estava muito enraivecida. Como violência. Slap, slap, slap. Alguém batendo
em alguém. Estremeci, expulsando a horrível imagem.
Pude ver a luz acesa sobre a porta de meu apartamento. Não demorei muito para cobrir a distância. Mas não atravessei a rua.
Sentia-me enjoada.
Lembrei-me de como era a sensação de vomitar, embora nunca
tivesse vomitado. Uma umidade fria orvalhou minha testa, um som oco soou em meus ouvidos. Eu tinha certeza de que estava prestes a ter eu mesma aquela experiência.
Havia um espaço gramado ao lado da calçada. E em volta de um poste de luz, uma cerca viva bem cuidada. Não tive tempo de procurar um lugar melhor. Cambaleei até a luz e agarrei o poste para me manter de pé. A náusea estava me deixando tonta.
Sim, definitivamente eu ia experimentar vomitar.
— Castiel, é você? Castiel, está passando mal?
Foi impossível me concentrar na voz vagamente familiar. Mas aquilo piorava as coisas, saber que eu tinha uma plateia quando abaixei o rosto junto do arbusto e me sufoquei violentamente com minha refeição mais recente.
— Quem é o seu Curandeiro aqui? — perguntou a voz. Ela soou muito longe
através do zumbido nos meus ouvidos. Sua mão tocou minhas costas arqueadas. — Precisa de uma ambulância?
Tossi duas vezes e balancei a cabeça. Estava certa de que havia acabado; meu estômago estava vazio.
— Não estou doente — disse, enquanto me levantava usando o poste como apoio.
Olhei para ver quem estava observando meu momento de desgraça.
Com o celular na mão, a Buscadora de Chicago tentava decidir que autoridade
chamar. Dei-lhe uma boa olhada e me dobrei sobre as folhas outra vez. Estômago vazio ou não, ela era a última pessoa que eu queria ver agora.
Porém, enquanto meu estômago se contraía inutilmente, compreendi que deveria
haver uma razão para a presença dela.
Oh, não! Oh, não não não não não não!
— Por quê? — disse ofegante, o pânico e a náusea roubando o volume de minha
voz. — Por que você está aqui? O que aconteceu? — As palavras muito inquietantes da Confortadora retumbando em minha cabeça.
Olhei para as mãos que agarravam a gola do terninho preto da Buscadora por dois segundos antes de compreender que eram minhas.
— Pare! — disse, e havia afronta em seu rosto. Sua voz estrondeava.
Minhas mãos se abriram num salto e pousaram sobre meu rosto.
— Desculpe-me — bufei. — Sinto muito. Eu não sabia o que estava fazendo.
A Buscadora olhou zangada para mim e alisou a parte da frente de sua roupa.
— Você não está bem, e acho que devo tê-lo assustado.
— Eu não estava esperando vê-la — sussurrei. — Por que está por aqui?
— Vamos a uma instalação de cura antes de falarmos. Se estiver com uma gripe, é melhor tratar. Não há por que deixar essas coisas estragarem seu corpo.
— Eu não estou gripada. Não estou doente.
— Comeu alguma coisa estragada? É preciso informar onde foi que a obteve.
A inquirição dela era muito irritante.
— E não comi nada estragado, tampouco. Estou saudável.
— Por que não fazer um exame com um Curandeiro? Uma varredura rápida... você não deve negligenciar seu hospedeiro. É irresponsabilidade. Especialmente quando a
assistência de saúde é tão acessível e eficiente.
Respirei fundo e resisti ao impulso de sacudi-la outra vez. Ela era uma cabeça maior que eu. Mas, seria uma briga que eu venceria.
Uma briga? Eu a deixei para lá e andei rápido em direção a minha casa. Eu estava perigosamente emotivo. Precisava me acalmar antes que fizesse alguma coisa indesculpável.
— Castiel? Espere! O Curandeiro...
— Eu não preciso de Curandeiro — disse sem me virar. — Foi apenas um...
desequilíbrio emocional. Estou bem agora.
A Buscadora não respondeu. Eu me pergunto como terá entendido a minha
resposta. Dava para ouvir os sapatos dela — saltos altos — batendo atrás de mim, de modo que deixei a porta aberta, sabendo que me seguiria. Fui até a pia e enchi um copo d’água. Ela esperou silenciosamente enquanto eu bochechava e cuspia. Quando acabei,
encostei-me na bancada, olhando fixo para a cuba.
Ela logo se enfastiou.
— Então, Castiel... bem, você ainda usa este nome? Eu não quis ser rude
chamando-a assim.
Não olhei para ela.
— Continuo a me chamar Castiel.
— Interessante. Eu a tomei por alguém que escolheria o próprio nome.
— Eu escolhi. Escolhi Castiel.
Há muito tinha ficado claro para mim que a quase briga que eu ouvira em segredo no primeiro dia, logo depois que acordei na instalação de Cura, fora culpa da Buscadora. Ela era a alma mais antagonista que eu havia encontrado em nove vidas.
Meu primeiro Curandeiro, Gadreel era calmo, gentil e sensato, mesmo
para os padrões de uma alma. Ainda assim, não tinha sido capaz de não reagir a ela. Isso fez eu me sentir melhor quanto à minha própria reação.
Virei-me para encará-la. Ela estava no meu pequeno sofá, aninhada confortavelmente como se para uma longa visita. Sua expressão era de satisfação presunçosa, os olhos
saltados com um semblante divertido. Controlei o desejo de fazer cara feia.
— Por que está aqui? — perguntei novamente. Minha voz era monocórdia.
Contida. Eu não perderia o controle novamente na frente daquela mulher.
— Faz tempo que não tenho notícias suas, então pensei em conferir pessoalmente. Não fizemos nenhum progresso em seu caso.
Minhas mãos apertaram a beira da bancada atrás de mim, mas mantive o tremendo alívio que senti longe de minha voz.
— Parece-me... excessivamente zeloso. Além disso, eu lhe mandei uma mensagem na noite passada.
Suas sobrancelhas se juntaram daquele jeito dela, um jeito que a fazia parecer
zangada e enfadada ao mesmo tempo, como se você, não ela, fosse responsável pela raiva
que ela sentia. Ela pegou seu palm top e tocou na tela umas poucas vezes.
— Oh! — disse, constrangida. — Eu não olhei minha correspondência hoje.
Ela ficou em silêncio enquanto examinava o que eu havia escrito.
— Eu a enviei nas primeiras horas da manhã — disse. — Estava um pouco
adormecida. Não tenho certeza se o que escrevi era memória ou sonho... ou
sonambulismo, talvez.
Eu acompanhei as palavras — palavras de Gabriel — conforme elas fluíram
facilmente de minha boca; e até mesmo acrescentei minha própria gargalhada
despreocupada ao final. Foi desonesto de minha parte. Um comportamento
vergonhoso. Mas não ia deixar a Buscadora saber que eu era mais fraca que meu hospedeiro.
Pelo menos desta vez, Gabriel não ficou presuncoso por ter me superado. Estava
aliviado demais, grato demais pelo fato de eu, por minhas próprias razões mesquinhas, não o ter entregado.
— Interessante — murmurou a Buscadora. — Mais um solto por aí. — Ela balançou a cabeça. — A paz continua a nos escapar. — Ela não pareceu desanimada à
ideia de uma paz frágil — antes, isso parecia agradar-lhe.
Mordi o lábio com força. Gabriel queria tanto negar novamente, afirmar que o
menino era apenas parte de um sonho. Não seja tolo, disse-lhe. Seria óbviodemais. Dizia muito sobre a natureza repulsiva da Buscadora o fato de ela poder colocar Gabriel e eu
no mesmo lado de uma disputa.
Eu a odeio.
O sussurro de Gabriel foi penetrante, dolorido como um corte.
Eu sei, eu sei.
Quisera eu pudesse negar que sentia... quase o mesmo. O ódio era uma
emoção imperdoável. Mas a Buscadora era... muito difícil de gostar. Impossível.
A Buscadora interrompeu minha conversação interna.
— Então, além da nova localização a examinar, você não tem mais nenhuma ajuda para mim sobre os mapas rodoviários?
Senti meu corpo reagir ao seu tom crítico.
— Eu nunca disse que eram linhas num mapa rodoviário. Isso é suposição sua. E não, não tenho mais nada.
Ela estalou a língua três vezes, bem rapidinho.
— Mas você disse que eram indicações.
— É o que acho que são. Mas não estou conseguindo mais nada.
— Por que não? Você ainda não dominou o humano? — Ela riu alto. De mim.
Dei-lhe as costas e me concentrei em acalmar-me. Tentei fingir que ela não estava ali. Que estava completamente só em minha austera cozinha, olhando pela janela o pequeno retalho de céu noturno e as três estrelas brilhantes que eu podia ver através dela.
Bem, tão só quanto sempre estive.
Enquanto olhava para os pequeninos pontos de luz na escuridão, as linhas que eu tantas vezes vira — em meus sonhos e em minhas memórias fragmentadas, surgindo
em momentos estranhos e não relacionados — cintilaram em minha mente.
A primeira: uma curva lenta, difícil, depois uma virada fechada para o Norte, outra curva fechada voltando na direção oposta, guinando de novo para o Norte a uma distância maior, e então o declive abrupto para o Sul, que se nivelava de novo numa curva aberta.
A segunda: um zigue-zague desigual, quatro zigue-zagues fechados e íngremes, o quinto ponto estranhamente brusco, como se estivesse quebrado...
A terceira: uma onda suave, interrompida por um pico repentino que apontava um dedo fino e longo para o Norte e depois de volta.
Incompreensível, aparentemente sem sentido. Mas eu sabia que era importante para Gabriel. Desde o comecinho, sabia disso. Ela protegia esse segredo mais encarniçadamente que qualquer outro, ligado ao garoto, seu irmão. Eu não tinha ideia
da existência dele antes do sonho da noite passada. Perguntei a mim mesmo o que haveria de tê-lo subjugado. Talvez, conforme ganhasse volume em minha cabeça, ele me revelasse mais seus segredos.
Talvez ele tropeçasse, e eu pudesse ver o que essas linhas estranhas significavam. Eu sabia que significavam algo. Que levavam a algum lugar.
E naquele momento, com o eco da gargalhada da Buscadora ainda pairando no ar, de repente compreendi por que elas eram tão importantes.
Elas levavam de volta a Sam, é claro. De volta a ambos, Sam e Jack. Onde mais?
Que outro local poderia conservar qualquer significado para ela? Só então percebi que não era de volta, pois nenhum deles jamais tinha seguido aquelas linhas. Linhas que
tinham sido um mistério tão grande para ela quanto eram para mim, até...
O paredão foi lento em me bloquear. Gabriel estava distraido, prestando mais
atenção que eu na Buscadora. Com um ruído atrás de mim, ele vibrou em minha cabeça e isso foi a primeira coisa a me dar consciência da aproximação da Buscadora.
A Buscadora deu um suspiro.
— Eu esperava mais de você. Seu registro parecia tão promissor...
— É uma pena que você mesma não estivesse livre para a tarefa. Tenho certeza de que se tivesse de lidar com um hospedeiro resistente, seria uma brincadeira de criança
para você. — Não me virei para olhar para ela. Minha voz permaneceu uniforme.
Ela fungou.
— As primeiras ondas foram desafiadoras o bastante, mesmo sem hospedeiros resistentes.
— Sim. Eu mesma experimentei umas poucas colonizações.
— As Algas Visionárias eram difíceis de domesticar? Elas fugiam?
Mantive a voz calma.
— Nós não tivemos nenhum problema no Polo Sul. Já no Norte, é claro, foi outra coisa. Foi mal administrado. Perdemos uma floresta inteira.

A tristeza daquele
tempo ecoou por trás de minhas palavras. Milhares de seres sensíveis fechando os olhos para sempre, em vez de nos aceitar. Eles enrolaram suas folhas para não expô-las aos
sóis, e então morreram de fome.
Bom para eles, sussurrou Melanie. Nenhuma malignidade ligava-se ao pensamento, só aprovação ao saudar a tragédia em minha memória.
Que enorme desperdício. Deixei a angústia daquele conhecimento, o sentimento dos pensamentos moribundos que nos haviam torturado com a dor de nossa floresta irmã,
levar minha cabeça.
Era morte de qualquer modo.

A Buscadora falou, e tentei me concentrar em apenas uma conversa.
— Sim. — A voz dela estava pouco à vontade. — Foi mal executado.
— Na hora de delegar poder, todo o cuidado é pouco. Alguns não são tão
cuidadosos quanto deveriam ser.
Ela não respondeu, e a ouvi recuar uns poucos passos.
Todos sabiam que o passo em falso por trás do suicídio em massa fora dos Buscadores, que, como as Algas Visionárias não podiam fugir, haviam subestimado sua capacidade de escapar. Eles procederam negligentemente, começando o primeiro assentamento antes que
tivéssemos números adequados à disposição no local para uma assimilação de grande
escala. Quando perceberam o que as Algas Visionárias eram capazes de fazer, o que estavam desejando fazer, era tarde demais. O embarque seguinte de almas hibernadas demoraria demais e, antes que elas chegassem, a floresta setentrional foi perdida.
Encarei a Buscadora então, curiosa de julgar o impacto de minhas palavras. Ela estava impassível, olhando fixamente para o nada branco da parede nua do outro lado
do cômodo.
— Sinto muito por não poder ajudá-la mais. — Pronunciei as palavras com firmeza, tentando deixar a despedida clara. Eu estava pronta para ter minha casa para mim outra
vez.
Para nós, corrigiu Gabriel maliciosamente.
Dei um suspiro. Agora ele estava
muito cheio de si. — Você não deveria ter se incomodado de vir de tão longe.
— É o trabalho — disse a Buscadora, dando de ombros. — Você é a minha única atribuição. Até encontrar o restante deles, eu também posso grudar em você e esperar ter sorte.

🌻❤🌻❤🌻❤🌻❤🌻❤🌻❤
Eu sei que está um pouco "teórico" demais mas vai melhorar.
Eu prometo.
E votem por favor💖



A Hospedeira/DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora