Acordo com o despertador e fico aproximadamente 30 minutos olhando para a parede. Como eu poderia imaginar que iria para um intercâmbio? Nunca pensei em sair da Itália, mas quero conhecer lugares e pessoas novas. Os Estados Unidos parece um lugar legal, estou ansiosa para chegar lá semana que vem.
Levanto e vou fazer algo para me entreter, vou para a cozinha e como biscoitos com leite no café da manhã.
— Bom dia, filha. — meu pai diz vindo se sentar na mesa para tomar café comigo — Está ansiosa para o intercâmbio?
— Sim papai, estou. Bom dia. — respondo educadamente, meu pai parece tenso com algo.
Meu pai é um homem sério, ele tem cabelos grisalhos graças aos seus 50 anos de idade. Ele está bastante estranho nos últimos dias, parece estar com medo de algo...
— Onde está a mamãe, o senhor a viu? — pergunto.
— Ela está dormindo, acho que acordará tarde. — responde.
O celular dele toca e ele se retira da mesa, aproveito sua retirada e vou para o meu quarto. Meu cabelo está um pouco ressecado, como estou com tempo, resolvo dar uma passadinha no salão de beleza. Preciso ficar impecável para atrair muitos olhares. O que não vai ser difícil, afinal eu já sou linda.
Peço para Donatella, uma das empregadas da minha casa que eu particularmente acho a melhor, que ela reserve uma hora para mim no salão e chame meu motorista particular. Depois de uma hora eu já estou pronta para sair e vou até o salão.
Fico lá por mais ou menos uma hora, fiz uma super hidratação em meu cabelo, pintei minhas unhas e fiz uma limpeza de pele. Saio de lá completamente linda, porém quando viro a primeira esquina depois do salão, dou de cara com um homem de terno preto que aponta uma arma pra mim e meu coração dispara. Mio Dio, o que eu faço?
— ENTRA NO CARRO, AGORA! — diz meu pai, correndo em minha direção.
— Papai, o que está acontecendo? — falo assustada porém o obedeço.
Eu estou com medo, nunca vi ao menos uma arma pessoalmente antes. Aquele homem queria me matar!
Ouço o barulho de um tiro e me encolho dentro do carro, papai entra e eu percebo uma arma em sua cintura.
— Está tudo bem agora, meu amor. — meu pai fala e tenta me abraçar mas eu me afasto.
Mio Dio, ele matou aquele homem!
— O que foi isso? O que acabou de acontecer? — pergunto e meu pai fica sério — Por que o senhor está armado?
Infelizmente eu já sabia a resposta.
— Isso não é assunto seu, Giovanna.
— O senhor matou aquele homem. Se não me disser o que está acontecendo agora, eu te denuncio para a polícia! — ameaço mesmo sabendo que eu nunca teria coragem de fazer algo assim.
— Você não ousaria fazer isso. Eu sou seu pai, Giovanna! — ele duvida da capacidade que eu realmente não tenho.
— Se eu fosse o senhor não duvidaria de mim.
Não me julguem, meu pai é um assassino e eu não sei o que fazer.
— Vamos falar sobre isso em casa. — ele levanta as mãos se rendendo.
Chegamos em casa, meu pai está nervoso e tenso. Eu estou com medo do que vem pela frente.
— Bom, eu não sei como falar isso para você. — diz meu pai — Eu mexo com negócios errados, Giovanna, você não entenderia.
— Vá direto ao ponto, não tem por que o senhor ficar enrolando. — digo nervosa.
— Eu mexo com algo que pode te prejudicar se você souber, minha filha...
— Fala logo, para de enrolação. Você e a mamãe vivem escondendo as coisas de mim. Eu já tenho 18 anos e quero saber o que está acontecendo! — Estou nervosa com toda essa enrolação que não vai nos levar à lugar algum.Eu já tenho idade suficiente para saber o que o meu pai anda aprontando.
— Eu mexo com a Máfia Italiana. — ele finalmente diz e eu arregalo os olhos. Não consigo acreditar no que acabei de ouvir, ele só pode estar brincando.
Fico o encarando por alguns segundos na esperança de ele começar a rir e dizer que isso não é verdade mas infelizmente ele não o faz, o que confirma que ele realmente é um mafioso.
— O senhor o que? Você é um monstro! Não consigo acreditar que você mata pessoas e outras coisas mais. — saio o mais rápido possível daquela sala.
— GIOVANNA MARTINELLI!
Escuto os gritos do meu pai me chamando mas nem se quer olho para trás. Tenho que sair desse lugar o mais rápido possível, não quero mais olhar na cara dele e pensar que o homem bom que me criou virou isso.
O que eu faço agora? Eu não posso ficar mais tempo nessa casa.
Entro no meu quarto e fico chorando em cima da cama. Eu só queria acordar e descobrir que isso tudo foi um pesadelo.
Ligo para a agência de viagens e peço para reagendarem minha viagem para amanhã.
Durmo e acordo com o despertador. Minha única notícia boa é que deu tudo certo para minha viagem e daqui à duas horas, estarei pegando voo direto para Nova York.
Me levanto para me arrumar o mais rápido possível, não vejo a hora de sair desse lugar. Se uma vez pensei em ficar, esquece pois é maluquice minha.
Coloco minha roupa rosa favorita. Eu amo rosa, é a minha cor preferida, acho que fica ótimo em mim, na verdade tudo fica ótimo em mim.
Desço as escadas de minha casa o mais rápido possível levando 7 malas de roupas minhas com a ajuda de alguns empregados. Entro no carro sem olhar para trás, só fico triste porque não vai dar tempo de me despedir de mamãe, por mais que eu ache que ela não sentirá minha falta.
Meu motorista me deixa no aeroporto e depois de realizar os procedimentos necessários, eu entro no avião dando adeus para Milão. Sinto minhas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Meus pais são ruins, mas vou sentir falta deles.
Após cansativas horas de voo, chego em Nova York e vou direto para o prédio. Ele é bem grande e luxuoso, e eu amo luxo.
Entro no meu quarto e coloco minhas minhas malas no chão, me pergunto o por quê de ter outra cama se o quarto é só meu. Sento-me na minha cama e acabo me lembrando de tudo o que eu passei em minha casa. Acabo chorando e ouço alguém abrir a porta.
— Está brincando, não é? — escuto uma voz feminina falar aparentemente com raiva.
— Posso saber quem é você?
Ela até que é bonita, não mais do que eu, mas ainda é. Ela tem os cabelos pretos e longos, a pele bronzeada e é alta.
— Sou Maria e esse era para ser o meu quarto. Posso saber o motivo do choro?
— Você não precisa saber.
Assim que ela sai do quarto, eu saio para tomar um ar. Essa é minha nova vida, meu novo futuro, o passado ficou para trás, agora irei viver o presente e se der errado... DANOU-SE TUDO, PORQUE EU NÃO SEI MAIS O QUE FAZER.♤♧♤♧
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Alopradas [Reescrevendo]
RandomO que você faria se descobrisse que faz parte de uma máfia? Mais precisamente que seu pai é um mafioso e que agora os inimigos dele estão correndo atrás de você. Você fugiria, certo? Giovanna não tinha outra opção. Um intercâmbio nos Estados Unidos...