Capítulo 24

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+ Maria +

Estamos paradas no mesmo lugar. Já fomos sequestradas, conseguimos fugir mas e agora? Esperar até sermos finalmente mortas?

Sei quem quer nos matar, tenho uma breve ideia do por quê, mas e aí? Aonde isso nos leva? Somente eu, a Giovanna e o Lucca não conseguiríamos lutar contra a porra da mais poderosa máfia, principiante se considerarmos o fato de eu não ter certeza se o Lucca está do nosso lado.

Agora estou rondando os escombros do que uma vez foi um restaurante chinês a procura de algo que possa nos ajudar, porém acabo batendo de frente com três viaturas da polícia local. Merda. Tinha a esperança de poder pegar as armas deles mas com a polícia por perto vai ser praticamente impossível. Viro as costas e saio andando.

— Ei, você. — escuto uma voz masculina me chamando.

Porra. Seria muito suspeito se eu fingir não estar ouvindo? Acho que não.

Continuo andando mas ouço passos apressados atrás de mim.

— Com licença. — a mesma voz me chama novamente.

Puta que pariu, parece até que tem um letreiro em minha cabeça dizendo que fui eu quem explodi o lugar. Me viro para o policial fingindo demência.

— Pois não? — digo naturalmente.

— Desculpe-me senhorita, mas reparei que seu rosto está sujo do que me parece ser cinzas. Pode me dizer onde estava antes de parar em frente aos escombros do restaurante?

Fodeu. Minha distração nesses últimos dias vem sendo prejudicial. Passo a mão em minha testa e ao olha-la percebo estar suja de cinza.

— Estava na casa dos meus avós os ajudando a mexer no fogão à lenha. — merda, nem sei se tem isso nos Estados Unidos — Acabei esquecendo de lavar meu rosto.

— Ela pode comprovar o que você diz?

Caramba, mas será que uma adolescente com o rosto cheio de cinzas passando perto dos escombros de um local que foi visivelmente explodido é tão suspeito assim?

— Ai meu Deus! — forço uma voz dramática — Coitada da criança! Quanta crueldade ser espancada desta forma!

O policial faz cara de confuso e quando olha para trás é a minha deixa para ir embora.

Tenho sorte de ser rápida o suficiente para sair dos lugares sem que ninguém perceba. Continuo andando quando tenho a certeza de que o policial não vai me seguir.

Passo ao lado de um entregador tocando a campainha de uma casa e sem que ele perceba pego a chave da moto do seu bolso. Quando ele percebe o que perdeu, já estou com o capacete tirando sua moto do estacionamento. Me culpo por não ter lhe roubado uma pizza também.

Entro numa rua mais afastada e vejo um homem com um terno preto conversando no celular. A princípio não vejo nada de mais, porém quando passo perto dele vejo a tatuagem da máfia russa em sua mão. Faço a volta no quarteirão para tentar olhar mais atentamente sem levantar suspeitas e quando volto ele está entrando em um carro.

Resolvo segui-lo. Preciso ter mais informações sobre quem está tentando me matar. O homem foi extremamente descuidado durante o caminho pois ele nem se quer percebeu que tinha alguém o seguindo até chegar à um casarão. O lugar era enorme e passava um ar sombrio, havia vários seguranças ao redor.

Passei direto com a moto na tentativa de não levantar mais suspeitas e estacionei em um lugar seguro. Me esgueirei até chegar o mais próximo possível da casa sem ser vista.

Definitivamente quem reside a casa não é pobre, porém a residência é antiga. Qualquer pessoa não teria percebido mas tem inúmeros seguranças rodeando a casa. Droga, entrar ali vai ser difícil, mas não impossível.

Resolvo voltar outro dia com mais preparo para invadir a propriedade sem sair furada igual um queijo.

Volto para casa à pé, preciso andar para esclarecer a mente. Tenho certeza de que meu pai saberia o que fazer, porém não quero envolve-lo nisso.

Lembro-me de que a Giovanna não tem preparo algum para situações de risco. Ela mal sabe pegar numa arma. Infelizmente não tenho paciência para ensina-la a lutar, porém não tenho outra opção.

Chego em casa e a encontro deitada no sofá assistindo televisão.

— Onde você estava?

— Tentando descobrir algo.

Não continuo o assunto e desço até o porão para treinar. Meus músculos estão relaxados de mais para uma situação como essa.

Ignoro os pertences de minha mãe. Meu pai dizia que ela adorava esse lugar, porém ainda não entendo o por que dele ter trazido seus pertences até aqui.

Luto contra a tentação de olhar suas fotos enquanto soco um saco de areia, logo após, faço um levantamento de peso com o mesmo. Faço outros exercícios e termino exausta.

Caminho até a entrada do porão e acho uma foto de minha mãe no chão empoeirado. Queria ter tido mais tempo com ela. Coloco a foto em meu bolso e subo de volta pra casa.Já está tarde então resolvo treinar a Giovanna amanhã mesmo.

Vejo que será um longo dia.

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Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora