Sim, eu estou com raiva. Giovanna simplesmente saiu batendo a porta do quarto e me deixando junto com um estranho. Em outras circunstâncias totalmente diferentes eu poderia ter gostado, mas agora, eu só quero matar aquela mimada filha da puta.
— Tudo bem, sua amiga já saiu então pode me soltar.
O bastardo no chão do quarto começa a tagarelar novamente. Porra, como eu quero matar esse imbecil. Ainda me pergunto por que eu ainda não fiz isso.
— Por que eu ainda não te matei? — pergunto ao cara.
— Porque você é uma garota do bem, não é mesmo? — abre um sorriso falso. Ele está indo contra tudo que ele falou nos últimos minutos.
Pego minha arma que fica escondida debaixo da cama e aponto para ele que se mostra indiferente, como se não ligasse para a morte. Destravo a arma e quando ia atirar, percebo que tem alguém próximo à casa. Se for a Giovanna e ela escutar um tiro, ela mete o pé daqui e coloca nós duas em risco.
O bastardo começa a rir.
— Ficou com medo, Maria?
— Você teve sorte, seu russo de merda. Muita sorte.
Saio do quarto para ver quem é e quando abro a porta dou de cara com o maluco que estava me seguindo.
Puta merda, eu só dou azar hoje?
— Saia daqui. — tento fechar a porta porém ele coloca a mão na frente.
— Eu vi a Martinelli correndo na floresta e quis saber o que está acontecendo.
Era só o que me faltava.
— Porra, mete o pé que eu já estou com problemas demais.
— Olha, a gente começou com o pé esquerdo e eu queria me desculpar. — ele me estende a mão porém eu a ignoro — Me chamo Lucca.
— Poderia dizer que eu me chamo Maria mas quem te mandou já te disse isso.
Ouço um barulho vindo de dentro do quarto e vou até lá ver o que é. Quando chego, o russo havia fugido.
— PUTA QUE PARIU!
Grito com o ódio que estou sentindo. Esse inútil me distraiu.
— Quem estava aí? — ele entra no quarto sem minha permissão.
— Tinha a porra de um russo preso aqui dentro antes de você me distrair. — coloco a mão na testa e ele solta um assobio baixo em um tom debochado — Já que você está aqui, vai me ajudar a achar ele.
Começo a me retirar da casa. Não posso perder tempo.
— Espera aí, a culpa é minha por você ser distraída?
Paro e me viro para ele.
— Caralho, ele vai ir atrás da Giovanna!
Ele faz uma careta e me segue.
Seguimos até a floresta. Sim, uma mini floresta ou reserva, não sei, porém tinha um matagal perto da casa onde a gente estava.
— Você acha mesmo que ela está aí? — pergunta quando paramos.
— Você não a viu correndo?
— Sim, mas...
— De qualquer forma, é bem a cara da Giovanna. — O interrompo.
Começo a andar, torcendo para ele não me fazer mais perguntas.
— E por que ela faria isso?
Fala sério, vou ter mesmo que explicar?
— Ela não sabia com o que o meu pai mexe e o russo contou pra ela. — olho pra trás e vejo ele fazendo uma cara de quem não entendeu — Digamos que minha amiga seja um pouco... dramática.
Felizmente ele não me faz mais perguntas. Andamos por mais cinco minutos e ouço o barulho de uma arma sendo destravada. Escuto o barulho de um tiro e antes que eu possa raciocinar direito, estou no chão com o Lucca em cima de mim.
Puta merda, será que ele levou um tiro?
Ele está olhando nos meus olhos, seu olhar é intenso e eu cometo o erro de olhar para sua boca que está entreaberta, o que me dá uma vontade absurda de beijá-lo. Caralho, desse ângulo ele está mais sexy do que devia. E aqueles olhos... Mas que porra, eu conheço aqueles olhos mas não consigo me lembrar de onde.
Volto a realidade e o empurro quando percebo que se nós continuássemos assim, eu faria algo de que iria me arrepender depois.
Ele me olha com uma cara de desentendido e começa a rir.
— Está rindo do quê, imbecil?
— Nossa... essa é a sua maneira de me agradecer por ter impedido que você levasse um tiro?
O ignoro e começo a correr para tentar pegar o infeliz. Ele está armado e eu realmente espero que ele não tenha achado a Giovanna.
Escuto um barulho alto de madeira quebrando. Olho para o lado e vejo que o russo está no chão e o Lucca segurando um pedaço de madeira.
— Vou procurar a Giovanna.
Volto a correr e não a encontro. Onde será que essa menina se meteu?
— GIOVANNA.
Grito porém não recebo nenhuma resposta.
Volto para trás e encontro o Lucca sentado em cima das costas do russo.
— Onde ela está? — ele pergunta.
— Se ela não está aqui é por que eu não sei, porra.
O russo ainda está desacordado. Me preocupo de ele estar morto e eu não conseguir nenhuma resposta.
— Não vai me ajudar a levar ele pra cabana? — questiona.
Cabana? Isso é uma ofensa à minha casa.
— Você não é fortão? Leva você.
Saio andando na frente.
— Maria, olha o tamanho desse cara. — ele grita lá de trás.
O que ele faria sem mim?
Volto e o ajudo a carregá-lo até a caba... digo, casa.
Abro a porta e vejo uma figura feminina encolhida no sofá.
— Giovanna?
Ela levanta a cabeça e abre um sorriso animado. Essa não.
Ela sai correndo e pula em cima de mim.
— MARIA! — ela grita — Mio Dio, eu pensei que você tinha morrido.
— Isso eu pensei de você, porra. Você é idiota de ir para uma floresta com várias pessoas querendo te matar?
Ela faz uma cara confusa.
— É seu namorado? — ela pergunta apontando para o Lucca que está parado na porta.
Porra, tinha me esquecido dele.
Ele ouve a pergunta e começa a rir.
— Eu sou, Maria? — ele pergunta rindo.
Coloco a mão na testa. Mais essa agora.
— Sai pra lá! Pode soltar o russo aí e mete o pé.
— Para que? Pra você deixar ele fugir de novo?
— Você deixou ele fugir, Maria? — Giovanna indaga, alarmada.
— Ah deixei. Soltei ele e falei " Seja livre! ". — digo, irônica.
— Mas por que você fez isso? E se ele tivesse me machucado?
Devo me lembrar de nunca mais ser irônica com a Giovanna.
— Foi ironia, Giovanna. — responde, Lucca.
Se parar para pensar, essa situação toda chega a ser engraçada. Fala sério, eu preocupada dela ter se perdido ou ter sido sequestrada e ela aqui no sofá da sala.
— Tudo bem, mas o que a gente faz com ele? — Lucca pergunta.
Estou ansiosa para arrancar algo desse russo filho da puta.♤♧♤♧
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alopradas [Reescrevendo]
AcakO que você faria se descobrisse que faz parte de uma máfia? Mais precisamente que seu pai é um mafioso e que agora os inimigos dele estão correndo atrás de você. Você fugiria, certo? Giovanna não tinha outra opção. Um intercâmbio nos Estados Unidos...