Capítulo 2

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Ansiosa? Muito

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Ansiosa? Muito.

Já não estava mais aguentando esperar até chegar em Nova York, principalmente porque eu não gosto de aviões. O ser humano não nasceu com asas para voar e quem garante que aquele troço não iria cair?

Quando desembarquei quase beijei o chão do aeroporto.

Pego um táxi até o prédio onde eu vou ficar. O prédio é enorme com aproximadamente 60 andares, acho que eu nunca vi tanto luxo na minha vida. Não ligo muito para isso, estou acostumada com a simplicidade, porém meu pai insistiu para que eu ficasse ali, disse que era para minha segurança.

Chego no meu quarto e dou de cara com uma confusão cor-de-rosa. Uma menina com os cabelos loiro escuro, pele pálida e vestido rosa estava deitada no que era para ser minha cama.

— Está brincando, não é? — pergunto sem entender porquê que tem uma estranha no meu quarto.

— Posso saber quem é você?

Só então reparo que ela estava chorando.

— Sou Maria e esse era pra ser o meu quarto. Posso saber o motivo do choro?

— Você não precisa saber.

Dou de ombros, não vou insistir. Volto para a recepção para tentar entender esse mal entendido. A recepcionista disse que eu teria uma colega de quarto e que aquilo foi decidido de última hora. Ela me pediu desculpas e disse que poderíamos dividir o aluguel. Muita incompetência na minha opinião mas se for para economizar, para mim está ótimo.

Volto para o quarto e não encontro a garota, porém as malas dela ainda estão por lá. Arrumo as minhas coisas na cama do outro lado do quarto e aproveito para me deitar e ouvir música.

Sinto um toque no meu ombro e pulo de susto.

— Puta que pariu, assombração!

Mio Dio, que desnecessário, não precisa falar assim. O que a senhorita ainda está fazendo aqui?

Abro um sorriso falso com a pergunta e me ajeito na cama.

— Acho que você vai ter que me aturar. — ela faz cara de desentendida — Sou sua nova colega de quarto.

— Não sabia que eu teria uma.

— Nem eu. Mas estou aqui agora e você fica, pois preciso de alguém para dividir o aluguel.

Na verdade eu não preciso. Meu pai irá mandar uma quantia todo mês para eu poder sobreviver por aqui. Tendo alguém para dividir o aluguel, eu vou poder gastar o que sobrar com o que eu quiser.

— Okay. Me chamo Giovanna, e você? — ela diz meio animada.

— Eu já disse meu nome.

Ela dá de ombros e sai.

Uma coisa que eu quero deixar clara é que essa é a pessoa mais esquisita que eu já vi. Praticamente todas as coisas dela eram em tons de rosa ou branco. Ela era o que? Um cosplay da Barbie? A outra coisa que eu quero deixar claro é que eu odeio rosa. Não que isso faça alguma diferença mas prefiro esclarecer isso antes de alguém aparecer e me expor ao ridículo.

Minha cabeça parece que vai explodir e está fazendo um frio dos infernos aqui. Resolvo tomar um analgésico e vou tomar um banho.

O banheiro parece aqueles de filme, todo em mármore branco e dourado e tem uma banheira de hidromassagem. UMA FUCKING BANHEIRA DE HIDROMASSAGEM. Logicamente, eu a encho com a água mais quente o possível e coloco um sabão bem cheiroso que tinha lá.

Coloco minha mão na água pra ver se a temperatura está boa. Dá para cozinhar um frango ali. Prefeito. Estou acostumada com o clima quente do Rio de Janeiro no verão, aquela água é fichinha. Ligo a hidromassagem, me livro das minhas roupas e quase gemo com a sensação maravilhosa daquela água quente entrando em contato com minha pele fria. Está perfeito.

Ouço uma batida na porta.

— O que você quer, Giovanna? — falo ríspida, ela está atrapalhando o meu momento de relaxamento.

— Quero saber onde você vai colocar suas roupas. — diz do outro lado da porta.

— No guarda roupa. Aonde mais eu colocaria?

— Sinto muito, mas todas as minhas roupas já estão lá.

— Vai me dizer que você encheu ele todo com suas tralhas?

Já estou perdendo a paciência.

— Não são tralhas, e sim minhas roupas caríssimas. Ele já está cheio.

— E eu com isso? Pois trate de desocupa-lo.

— E onde eu colocaria minhas roupas?

Enfia no cu.

— Não estou nem aí. Esse guarda roupas não é só seu.

— Vou pedir para a gerente lhe arrumar outro.

Então é assim? Ela enche o guarda roupas e depois é só pedir outro? Riquinhos de merda. Como se a gerente fosse obedecê-la.

— Maria? — escuto Giovanna me chamando do outro lado novamente.

— AI MEU DEUS, O QUE QUE É? — acabo gritando.

— Não precisa gritar, eu não sou surda. A gerente está perguntando qual tamanho você prefere.

E não é que a gerente obedeceu a menina mesmo. Gostei.

— Médio.

Aproveito a hidromassagem. Passar esse tempo com a Giovanna vai ser divertido. Espero que eu não surte até o final do intercâmbio.

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Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora