+ Lucca +
Não me sinto mal por não ter conseguido livrar a Maria de ser pega, para falar a verdade me sinto feliz por ainda estar vivo. Não sabia de sua capacidade com luta até ver uma quantidade de corpos caídos no chão de sua casa, porém vieram muitos para cima de mim, o que tornou impossível ajudá-la. Agora cabe a mim a salvar.
Provavelmente ela vai querer me matar quando vir que eu usei sua amiga como distração. A verdade é que eu não estava mais suportando a italiana então resolvi usar isso ao meu favor.
Ao empurrar a Giovanna na direção em que eu sabia que teria russos, eu subi em uma escada de incêndio enferrujada que havia ao lado do restaurante chinês.
Antes de subir, me deparei com três soldados rondando a lage, soldados esses que explodi seus miolos com o auxílio de um silenciador. Uma vez sobre a lage, adentro no local e vou a procura da herdeira Monteiro.
Conheço a Maria à um bom tempo e realmente me impressiono ao ver que ela não me reconhece. Não me importo com isso, ambos mudamos muito, não só no físico.
Me esgueiro sorrateiramente pelo local pois sei que uma vez visto, não conseguirei sair de lá. Não com vida.
Encontro a Maria amarrada numa cadeira em um quarto escuro no porão do estabelecimento. O local estava consideravelmente escuro mas não estava em um breu. Me pergunto como ela ainda não saiu de lá, visto que é fácil se libertar de uma cadeira velha quando se está presa por algemas, só é necessário aplicar a técnica de deslocamento do dedão. Tenho plena certeza de que a Maria sabe disso.
Adentro o local com cautela e sinto um cheiro estranho.
— Não ligue nenhuma luz e muito menos atire se não quiser que esse lugar inteiro exploda. — reconheço a voz baixa da Maria quando me aproximo.
Constato que o cheiro é de algum gás inflamável.
— Como quer que eu lhe solte então?
Não consigo pensar em nenhuma alternativa.
— Não tem nenhum jeito que não envolva algum de nós morto. — diz mantendo um tom baixo — É uma armadilha, Lucca. Meu peso está pressionando o botão de uma bomba então se eu sair daqui teremos aproximadamente 10 segundos antes dessa porra ir pelos ares.
Com isso eu vejo uma solução.
— Tente se soltar.
Percebo que ela já havia o feito quando escuto o barulho das algemas caindo e ela me mostrando suas mãos livres com um sorriso sarcástico.
— Do que isso adianta?
Tenho certeza de que vou me arrepender depois.
— Quando eu acenar você sai, tudo bem? — ela me olha buscando certeza e depois afirma com a cabeça.
Faço pressão nas costas da cadeira e quando aceno com a cabeça ela se levanta dando lugar para eu imediatamente sentar.
— Cara, você é louco. — ela diz e ri.
Me junto a ela rindo de desespero pois agora nem eu sei se fiz a coisa certa, mas essa foi a única forma que eu achei para tirar nós três daqui, considerando o fato de eu não conhecer o local o suficiente para tirar a Giovanna.
— Mas agora estamos kits pois você tem que salvar sua amiga.
Seu semblante muda na hora.
— Mas que porra a Giovanna está fazendo aqui, imbecil?
Abro um sorriso de canto. Sim, ela vai querer me matar.
— Usei ela como distração. — dou de ombros.
— Filho da puta. — ela diz e sai correndo do local.
Fico lá sentado olhando para o nada até aparecer um homem baixo no porão.
— Veja só Monteiro, não é só você que — ele para no meio da frase ao perceber que não é a Maria que estava lá — Jones?
Porra, ele me conhece. Não é muito difícil me reconhecer se considerar o fato da minha família ter trabalhado para os Monteiros durante anos, porém sua expressão de surpresa e pavor por me ver ali são engraçadas. Surpresa por não ouvirem falar de mim por anos e pavor por perceber que a Maria está à solta.
O fato de eu ter preferido ficar no lugar da Maria é por que eu tenho a certeza de que ela conseguiria fazer um completo estrago estando solta. Eu também conseguiria, obviamente, mas é mais divertido vê-la em ação. Então usei a Martinelli como distração para soltar a fera e deixá-la fazer seu estrago. Me pareceu inteligente na hora.
Abro um sorriso sarcástico ao escutar barulhos de tiro. O homem com sangue nos olhos vem em minha direção mas para ao ouvir eu fazer um "boom" com a boca e se lembrar da bomba. Ele dá um passo para trás aparentemente sem saber o que fazer e sai do porão me deixando novamente sozinho.
Pouco tempo depois entra uma Maria com um semblante divertido no rosto e uma Giovanna com uma cara assustada no porão.
— 10 segundos. — digo me levantando e elas começam a correr junto a mim.
Pulamos a primeira janela que aparece enquanto o restaurante explode atrás de nós.
Consegui aterrissar de maneira confortável visto que a janela não era muito alta. Corremos até um lugar seguro e me deparo com uma Giovanna assustada e uma Maria furiosa.
— Da próxima que usar alguém como isca sem a minha permissão, eu te mato, desgraçado.
Diz Maria e recebo um soco bem dado em meu rosto. Porra, devo ter deslocado a mandíbula.
— De nada por ter te salvado.
Realmente não tenho medo de morrer, principalmente sabendo que ela não teria coragem de me matar. Espero não estar errado.
— Vá se foder Lucca. Você não fez nada mais que sua obrigação.
Sim, nada mais que minha obrigação de "guarda costas". Rio com isso e elas saem andando enquanto eu volto ao meu apartamento.
Que se foda, eu gostei disso. A sensação de perigo me excita, principalmente se esse perigo se chamar Maria Monteiro.
♤♧♤♧
Lucca Jones já tem meu coração, só falta vir buscá-lo 😏
E aí pessoas o que estão achando?
Se gostou não se esqueça de votar :)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alopradas [Reescrevendo]
CasualeO que você faria se descobrisse que faz parte de uma máfia? Mais precisamente que seu pai é um mafioso e que agora os inimigos dele estão correndo atrás de você. Você fugiria, certo? Giovanna não tinha outra opção. Um intercâmbio nos Estados Unidos...