Capítulo 25

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+ Giovanna +

Acordo com a Maria jogando água na minha cara, nem tinha percebido que tinha cochilado.

— ACORDA CACETE, ESTÁ SURDA?
— Maria grita.

— Calma, eu não dormi a noite toda, só consegui cochilar agora.

— Estava fazendo o que para não dormir a noite toda? Você não estava em um motel não é Giovanna? — ela dá um sorriso debochado.

— O que? Está repreendido, eu tenho cara de quem vai para motel agora?

— Loira desse jeito tem cara sim. Agora levanta por que vamos treinar.

— Treinar? Tipo atirando? Eu não tenho boa mira, uma arma em minhas mãos é perigoso.

— Finalmente uma coisa em que concordamos. Mas sem uma arma você morre. Coloque uma roupa confortável, estou te esperando lá fora.

— Está bem, se eu atirar em você ou em qualquer outra coisa em que não devo não venha brigar comigo. — vou até o guarda-roupas e pego a roupa mais confortável que encontro, visto e vou de encontro a Maria.

— Podemos ir agora, aonde vai ser?

Ela simplesmente dá de costas caminhando em direção à floresta. A sigo até que ela para um pouco distante da casa e me entrega uma arma.

— Essa é uma Pistola Spring, muito utilizada para jogos airsoft. Não entregaria uma arma de fogo pra você assim tão cedo.

— Menos mal, aonde é o alvo?

Ela apontou para uma árvore que eu reparei que tem um alvo no meio. A árvore está um pouco longe e eu não consegui acertar de primeira.

— Você é cega Giovanna? Tudo bem não acertar na primeira tentativa mas você passou 15 metros da árvore, porra.

Maria me entrega uma mini bolinha amarela e me ensina como colocá-la na arma. Tento novamente e acerto mais longe ainda, a Maria bate na própria testa.

— Você vai me dar trabalho...

— Eu disse que não sou boa de mira.

Tento pela terceira vez e consigo acertar bem perto.

— Viu? Tudo questão de treino, daqui a pouco eu estou bem melhor que você.
— digo e dou um sorriso.

A Maria da uma risada alta e debochada.

— Talvez na próxima encarnação, Giovanna.

Vou tentando, mas eu erro mais que acerto. A Maria está totalmente sem paciência, sinto que a qualquer momento ela vai sair gritando para todos os lados, xingando minha quinta geração.

— Acho melhor eu desistir, não dou certo para isso. — estava totalmente desanimada, a única coisa que eu sei fazer bem é dançar balé.

— Se tem uma coisa que me irrita mais que você, Giovanna, é gente que desiste fácil. Então você vai atirar até acertar 30 vezes seguidas. — ela se senta no chão — Nem que isso demore o dia todo.

Me viro para a árvore e tento de novo, como dito ficamos o dia todo paradas lá na frente, quer dizer, eu fiquei parada lá tentando acertar enquanto a Maria ficava sentada olhando. Ela me incentivava por dentro, porque por fora ela já tinha perdido a paciência a muito tempo. Quando consegui acertar acertar o alvo as 30 vezes seguidas, me jogo no chão.

— Consegui, agora podemos ir para casa?

— Você não tem ideia do quanto eu queria dizer que sim, mas agora é com a arma de fogo que você deve atirar.

— A gente não pode fazer isso amanhã? Estou cansada, se fizermos isso hoje iremos passar a noite toda acordadas

— Foda-se, melhor passar a noite acordada do que perder outro dia te ensinando.

Ela me entrega outra arma muito mais pesada. Miro na mesma árvore de antes e aperto o gatilho, o impacto do tiro me empurra para trás e só não caio por que a Maria me segura.

— Isso não vai dar certo, já sinto minha alma saindo do meu corpo. — falo e vejo a Maria cruzando os braços.

— Tente me imitar então. — Maria pega outra arma e se posiciona da maneira certa, tento imitar sua pose mas pela cara que ela faz provavelmente está muito errado — Caralho, é pra você simplesmente firmar as pernas de uma forma em que se sinta firme.

Faço o que ela manda e atiro, acerto bem longe do alvo. Percebo que a Maria está totalmente sem paciência, não julgo pois eu também estou ficando sem.

Tento novamente e dessa vez consigo acertar mais próximo do alvo, estou vendo que vamos ficar a noite inteira acordadas.

Escuto uma risada masculina em algum lugar do campo. Olho para trás e vejo o Lucca, Maria está está com uma cara furiosa.

— Desse jeito você não aprender atirar nunca. — diz Lucca e eu reviro os olhos.

— Ah ótimo, se você ensina melhor então vai. — Maria fala e eu não estou gostando nada disso.

— Pode parar dona Maria, eu quero esse cara longe de mim. — viro e miro no alvo, sinto uma presença atrás de mim e um cheiro de perfume masculino forte. — Nem pense em encostar em mim.

Ele ignora o meu pedido e encosta na minha mão me ajudando a posicionar a arma corretamente para atirar. Sinto vontade de lhe dar um chute, porém ignoro. Aperto o gatilho e acerto bem perto do do alvo.

— Tente atirar nessa posição novamente. — Ele diz se afastando.

Atiro novamente e ainda acerto perto, dessa vez tento firmar mais minha mão, atiro de novo e acerto o alvo.

Olho para trás e vejo a Maria fazendo uma cara nada boa. Ela revira os olhos e se apoia em uma árvore.

— Ensino melhor que você Mari. — Lucca diz e eu sinto uma leve tensão no ar.

— Está bem Lucca, obrigada por me ajudar, agora vaza. — digo pois sinto que ele só está fazendo essas coisas para estressar a Maria.

— Essa é sua maneira de me agradecer? Nossa, de nada. — Ele sai e lança uma piscadela para a Maria.

— O que acabou de acontecer aqui?— percebo que a Maria estava meio pensativa, ela volta para a realidade após meu comentário.

— Só continue atirando. — sinto que vem coisa por aí.

Fico treinando até o dia escurecer. Após conseguir acertar o alvo mais 30 vezes seguidas voltamos para casa. Meus músculos estão doendo então tomo um banho quente para relaxar.

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Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora