Alopradas [Reescrevendo]

Capítulo 3

Estou sentada em minha cama enquanto uma menina chamada Maria está no meu banheiro. Tudo bem, no primeiro dia desde que eu cheguei aqui aqui já tem uma pessoa desconhecida no meu quarto, lembrando que essa pessoa em questão é totalmente sem educação.

Levanto-me de minha cama, cama não tenho nada para fazer, talvez mais tarde eu saia para dar uma olhada na cidade. Eu já estive muitas vezes em New York, mas sempre foi com o meu pai e não pude aproveitar muito.

- MARIA – grito.

Não vou ficar aqui parada. Ela tem o quarto dela agora e não tem porquê ficar no meu banheiro. Como eu tenho bastante influência por aqui e meu pai é bastante "famoso" no local, eu consegui um quarto para ela.

- O QUE FOI, PORRA? NÃO POSSO TER UM MOMENTO DE PAZ NESSE LUGAR, NÃO? - Ela grita como se eu fosse surda. Essa menina é muito abusada!

- A senhorita poderia, por favor, ir para o seu quarto? Eu quero usar o meu banheiro. - digo calmamente. Acho difícil alguém me tirar do sério.

- Vai ter que esperar. Não sou obrigada a cumprir suas ordens. - ela diz e eu bufo.

- Eu vou sair para conhecer a cidade e se quando eu voltar você ainda estiver nesse banheiro, eu vou chamar os seguranças para te retirarem. Você está me ouvindo? - Ela dá uma risada alta como resposta.

- Pois chame, quero ver eles me tirarem daqui.

A ignoro. Coloco um macacão rosa simples e saio para conhecer a cidade.

New York realmente é muito bonita. Como eu já havia dito, já vim aqui muitas vezes para afirmar que essa cidade nunca dorme. Vir para um intercâmbio aqui não foi só algo bom, também foi algo para eu escapar do problemas com meu pai, não desejo vê-lo tão cedo.

Paro de pensar sobre isso pois sinto alguém me perseguindo. Olho para trás e não vejo nada, mas tenho certeza que havia alguém me observando. Resolvo voltar para o prédio somente por precaução, tem seguranças lá, o que significa que o local é mais seguro.

Agora vou ter que enfrentar aquela mal educada da Maria. Eu tenho o pressentimento que ela não gosta de mim, não sei por quê, eu sou um amorzinho.

Chegando no prédio eu vou direto para o meu quarto. Entro no meu banheiro e adivinha? Aquela garota ainda não saiu de lá.

Qual é o problema dela?

- MARIA, SAIA DO MEU BANHEIRO AGORA! – grito, se ela pode gritar eu também posso.

- PORRA, VOCÊ É LESADA? VOCÊ ME ARRUMA UM BANHEIRO MEQUETREFE E AINDA NÃO QUER QUE EU USE O SEU? Que venha os merdas dos seguranças, daqui eu só saio se eu quiser.

- POIS EU VOU CHAMAR MESMO. - Grito e desço para a recepção.

Não vou aturar desaforo dessa garota.

- Senhora, você pode por favor chamar os seguranças? Aquela menina inconveniente está no meu banheiro e não quer sair por nada.

- Um instante, por favor. - ela pega o telefone e conversa com alguém do outro lado da linha - Eles já estão vindo.

Subo para o meu quarto acompanhada pelos seguranças e aponto para o banheiro.

- Ela está aí dentro.

- Senhorita, peço que se retire se não vou ter que tomar medidas cabíveis. — diz o segurança.

- VÁ SE FODER! - Maria grita do banheiro.

Os seguranças abrem a porta do banheiro com uma chave especial e vão ate ela. Logo eles a tiram de lá a segurando pelos braços. Ela está só de toalha.

- NÃO PRECISA ME PUXAR, EU TENHO PERNA CARALHO! - Maria grita e olha para mim - Vai ter troco, vadia.

Eles a retiram do quarto e eu me sinto um pouco culpada. Ninguém nunca tinha me chamado assim.

Me deito na cama e começo a chorar. Eu sou muito sentimental, vou fazer o que?

Estou com saudades dos meus pais. Choro mais ainda ao me lembrar que tudo isso aconteceu em tão pouco tempo.

Vou ao banheiro tomar um banho em minha hidromassagem. Aquela água quentinha... dá vontade de ficar aqui o tempo todo. Infelizmente não posso curtir a água quente e a massagem que a pressão da agua faz pois preciso comer.

Me arrumo e vou jantar no restaurante do próprio prédio. Chegando lá, vejo a Maria de longe e quando ela percebe minha presença, faz cara feia. Hoje eu posso dizer que ela me odeia de verdade, mas também, ninguém mandou não querer sair do meu banheiro

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