Capítulo 10

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Ferrada

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Ferrada. Essa é a palavra que define como eu estou agora. Com o trabalho do meu pai, também era perigoso no Brasil, porém agora eu não tenho ele por perto. Poderia chamá-lo mas tenho medo do que ele possa fazer.

Um dos problemas de lidar com a Giovanna é que ela é uma jovem adulta com a inocência de uma criança. A criação dentro da máfia é totalmente diferente com os homens, infelizmente. Mas agora, de alguma forma eu consigo entender o por quê dela ser assim.

Ainda está cedo, não são nem 6 da manhã e está extremamente frio. É engraçado como nos acostumamos com o luxo fácil, já estou com saudades da banheira de hidromassagem. Queria ficar debaixo das cobertas quentinhas porém tenho que sair.  Escrevo um bilhete pra Giovanna não ficar preocupada e saio.

Estou usando roupas brancas, são diferentes das que eu ou a Giovanna estamos acostumadas a usar, também estou com uma touca da mesma cor cobrindo meu cabelo e um óculos de sol.

Entro no carro guardado na garagem, o que eu roubei, acabei queimando para não ser rastreada. Dirijo até dois terços do caminho, o resto eu vou à pé para evitar de ser seguida.

Entro em um restaurante chinês, é o mesmo que eu tinha encontrado as baratas. Após algumas pesquisas, descobri que por trás daquilo havia uma extensa linha de tráfico de drogas e armas. Não gosto disso, porém não tenho outra opção.

— Bom dia. O que deseja? — diz uma garçonete asiática com um perfume enjoativo.

— Um pouco mais de diversão. — esse era um código usado para pedir drogas em locais como esse.

O semblante da moça muda e ela entra na cozinha. Espero um momento e um chinês de idade me atende.

— No que posso ajudá-la, minha jovem? — diz com um sorriso forçado.

— O que você tem?

— Me acompanhe. — ele pede e eu o faço.

Eu não teria o seguido se eu não soubesse me defender. Pelo pouco que eu entendo desse mundo do tráfico, sei que é mais fácil eu sair daqui morta do que viva. Também sei que morrer por aqui nem de longe seria o pior.

Reconheço o perfume enjoativo da garçonete se aproximando rápido atrás de mim, permaneço com o meu semblante o mais neutro possível e quando ela chega mais perto, eu dou uma cotovelada seguida de uma rasteira nela, a fazendo cair no chão. Só então eu olho direito pra confirmar minhas suspeitas e vejo um pano branco em sua mão.

Boa noite Cinderela, tão clichê isso. O maior erro dela foi colocar um perfume forte, isso entregaria a posição dela até para um leigo.

Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora