Capítulo 17

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+ Giovanna +

Vou para a cozinha comer alguma coisa e acho uns pacotes de salgadinho no armário. Essa casa está precisando de coisas novas, só tem porcaria aqui.

Decido me disfarçar e ir fazer umas compras no mercado. A Maria ainda está dormindo, espero que ela não esteja chateada comigo.

Coloco roupas diferentes e um óculos escuro para me disfarçar, então vou no mercado.

Chegando lá, compro umas frutas, saladas e coisas que originalmente tem em casa.

Acabo passando na farmácia, para comprar alguns remédios, curativos e etc. Só para precaução mesmo. Tem muita gente atrás de mim, vai que eu me machuco...

Voltando para casa ouço um grunhido alto de dor e como sou curiosa, sigo o som para ver o que é. Vejo o cara que cara que tentu me matar. Fico assustada, ele está bastante ferido, acho que não faria nada de mal à mim desse jeito.

Espero não me arrepender, mas vou ajudá-lo. Chego perto e quando ele me vê faz uma cara de coitado.

— Você tem que me ajudar. — Ele diz e parece estar com dor.

É óbvio que ele está com dor, não é Giovanna?

Fico quieta olhando para ele. Estou apavorada e parece que meu coração quer sair pela boca. Ele está sem uma das mãos.

— O que aconteceu com você? — digo.

— Adivinhe. — ele falou com uma certa ironia e um sorriso forçado no rosto.

— Você colocou a mão em uma máquina? — longe de mim julgar alguém que faça isso, mas tem que ser muito burro para cometer tal ato.

— Você é muito sonsa para uma herdeira. Foi sua amiga quem fez isso.

— Mio Dio. — sussurro. Não sabia que a Maria torturava alguém a esse ponto.

— Vai me ajudar ou não?

— Vou, só não sei como. — se a Maria descobrir que estou ajudando esse ser humano ela vai querer me matar.

— Você deixaria esse pobre homem sofrendo? Se você o fizesse estaria concordando com sua amiga. — diz fazendo cara de coitado.

— Não vale jogar para o emocional. Eu realmente não sei o que fazer.

Lembrei que tem curativos e remédios na minha bolsa.

— Tinha esquecido que havia comprado algumas coisas na farmácia. — não sei como vou ter estômago para limpar aquilo.

Ele revira os olhos. Nem com dor esse povo para de debochar de mim.

Chego perto dele com soro fisiológico e curativos. Faço uma cara de nojo ao reparar melhor em seu braço. Me viro e saio correndo para vomitar.

— Não brinca que você vai vomitar por causa de um machucadinho desse? — ele levanta o braço sem a mão.

— É melhor você parar com isso ou eu vou embora e o deixo aqui a mercê do destino. — digo e ele fecha a cara.

Volto para perto dele ainda com nojo. Você consegue Giovanna, você consegue.

Pego um remédio e coloco onde era a mão dele. Ele geme de dor.

— Porra, se eu não morrer de hemorragia vai ser você quem vai me matar.

Eu ia responder, mas isso iria me desconcentrar. Depois de passar os remédios enrolei uma faixa em seu braço. O curativo ficou bem feito. Acho que já posso ser médica.

— Pronto. Você tem que procurar ajuda em um hospital logo, antes que isso piore.

— Hospital ou cadeia?

— Tinha me esquecido desse pequeno detalhe. — digo e me despeço — Addio.

Levanto e saio andando. O cara nem disse obrigado. Homem mau educado.

Sigo para casa, não está muito longe daqui.

Ao abrir a porta vêm uma faca em minha direção que por muito pouco não pegava na minha testa.

— Mio Dio, até você quer meu fim. Só Deus para me proteger mesmo.

— Só Deus pra me dar paciência com você Giovanna.

— Só fui comprar comida. Nessa casa não tem nada saudável para comer. — coloco as coisas em cima da mesa.

— No meio da madrugada Giovanna? — ela diz e só então eu percebo que ainda está muito cedo — Cara, eu desisto de você. — ela sai para seu quarto.

— Caramba, o que eu fiz? — sigo ela para o quarto — Acordei e você estava dormindo. Eu não tinha nada para fazer, então eu fui no mercado comprar umas coisinhas.

— Tanto faz Giovanna, só não vou me preocupar mais.

— Você se preucupou comigo? Mas eu só fui no mercado e esqueci de avisar.

— Foda-se. Você foi seguida? — Ela ainda está brava comigo pelo visto.

— Não fale palavrão porque eu não gosto. E respondendo sua pergunta, não fui. Não que eu saiba.

Ela dá de ombros e sai.

Bom, ela parece estressada. Provavelmente comigo, vou deixar ela em paz.

Acabo me lembrando do homem. Eu sabia que a Maria ia torturar ele, mas não daquele jeito. Ele ficou sem a mão! Espero que ele fique bem.

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Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora