Capítulo 46

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+ Maria +

Sapos são uma das piores pragas já criadas, aquele bicho é nojento e me dá arrepios. Lucca Jones será um homem morto por ter trago aquele anfíbio asqueroso para o meu quarto e Giovanna irá ter baratas em sua cama por ter achado graça. Mas é assim, você tenta ser uma boa amiga, dá conselhos, mesmo ruins, mas sempre tenta ajudar, e o que ganha em troca? Sapos no seu quarto.

Com toda certeza, hoje o dia promete. Vicenzo nos chamou para um "almoço em família" e como eu sei que isso nunca dá certo, estou animada. Principalmente porque eu insisti para que meu pai ficasse.

Coloco minha jaqueta de couro preta que felizmente está limpa e sem nenhuma mancha de sangue, posso dizer que os empregados dos Martinelli são excelentes, mereciam um aumento. Essa jaqueta esteve comigo em todos os momentos desse intercâmbio, por exemplo, quando eu cheguei em NY ou quando eu fugi dos russos pela primeira vez junto com a Giovanna.

Não gosto do que eu vejo quando me olho no espelho, eu emagreci muito, só comi duas refeições nessa semana. Vou compensar muito com esse almoço, dizem que os italianos, exceto a Giovanna, mandam muito bem na cozinha. Meu cabelo que agora está bem lavado, com os produtos caros da Giovanna, está brilhando, e minha franjinha cobre os cortes em minha testa. Enfim, não estou tão mal assim.

Saio do quarto e desço a escadaria da mansão, vou até o jardim gramado da cozinha onde está a mesa do almoço e todos estão lá. Junto-me à eles e me sento ao lado do meu pai.

— Belo jantar em família. — resolvo quebrar o gelo. Nem de longe isso seria um bom jantar de família.

A empregada ou cozinheira, que eu ouvi a Giovanna chamar de Donatella, coloca o almoço à mesa e se retira.

— Bom, espero que gostem. — diz o dono da casa.

— Claro que eles vão gostar, pai, Dona é a melhor. — diz Giovanna com um sorriso no rosto.

Experimento a comida e quase gemo de tão boa que ela é. Como eu não vim para a Itália antes?

— Porra, isso aqui está perfeito! — elogio com a boca cheia — Vou contratar a Donatella.

— Sem palavrões na mesa, Maria. Não vou contratar uma cozinheira, se você quiser comida, que você mesma faça. — e meu pai como sempre sendo estraga prazeres.

— Você sabe cozinhar, Lucca? O Mik sabe e muito bem. — encaro Lucca com uma sobrancelha arqueada após a pergunta da Giovanna. Coitada, se Mikhail não soubesse cozinhar e ela não tivesse cozinheiros, ela estaria ferrada.

— Claro que sei. Com toda certeza eu cozinho melhor que você, Gio. — já é um começo.

— Acontece, Gio, — enfatizo o Gio — que qualquer um cozinha melhor que você.

— Já chega. — Vicenzo se manifesta — Cozinhar pode não ser o melhor talento da minha filha mas mesmo assim ela é muito talentosa.

O russo observa tudo em silêncio.

— Verdade, papai.

— Me diga um talento, então.

Acho que peguei ele nessa pergunta pois ele se cala por um tempo.

— Papai! — Giovanna parece indignada.

— Ela sabe dançar. — ele dá de ombros.

— Então cozinhe com o pé. — faço um high five com Lucca. Gostei dessa.

— Ela não precisa. — finalmente o russo se manifesta — Com toda certeza eu cozinho melhor que você e posso cozinhar para minha namorada.

Namorada?

Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora