Capítulo 31

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+ Giovanna +

Eu e o papai estávamos em um barco, eu não entendia o que estávamos fazendo aqui, era um mar imenso, meu pai estava em minha frente com um sorriso.

- Papai? O que estamos fazendo aqui? - digo assustada.

- Eu vim me despedir de você, meu amor. Você será uma ótima comandante da nossa famiglia, sua mãe a ajudará. - Ele diz e eu sinto uma tristeza me invadir. Ele não pode ir, é uma das únicas pessoas que se importam comigo e me amam de verdade.

- Como assim despedir? O senhor não pode me deixar! Não pode! Por favor, fica comigo!

- Chegou minha hora, filha. Tenho que ir. - Ele diz e uma tempestade se forma, fazendo nosso barco afundar. Eu não me afogo, eu flutuo, já meu pai é levado pelo mar e o desespero toma conta do meu ser.

- Papai, não! Não vá! Por favor! - digo chorando em desespero enquanto o vejo afundar com os olhos vidrados em mim - Não me deixe sozinha... Por favor.

Uma onda grande vêm em minha direção e acordo assustada. Olho para frente e vejo o Mikhail sentado na beirada da minha cama.

- Boa noite princesa, está sentindo alguma dor? - ele pergunta chegando mais perto e eu estranho - Você está pálida, o que houve?

- Por que você está tão preocupado? A um dia atrás você estava disposto a me matar.

- Sim, é verdade. Porém já desisti disso.

- Por que você desistiu? - pergunto curiosa.

- Então você quer que eu te mate?

- Não, mas se você mudar de ideia, que não seja com uma arma. - digo e ele da uma risada.

- Giovanna, se eu realmente quisesse te matar, já teria o feito faz tempo. - Ele diz e o silêncio invade o quarto.

Reparo no físico do Mikhail, ele tem tantos músculos

Eu o acho um cara legal apesar dele ter tentado me matar. Talvez eu seja um pouco doida por isso.

Sinto um pouco de fome e tento me levantar, porém sinto dor em meu braço. Mikhail prontamente tenta me ajudar.

- Continue deitada. O que a senhorita deseja? - rio com sua formalidade.

- Você já zombou de mim, já debochou da minha cara e agora vem com formalidades? Pode ir parando. - ele solta uma risada. Já falei que a risada dele é linda? - Eu estou com fome e ia levantar para pegar comida, mas já que você se prontificou... - falo e dou um sorriso. Me pergunto aonde está a Maria, provavelmente ela saiu para algum lugar, pois se não já teria aparecido.

- Vou pedir uma pizza - Ele sai com o celular na mão.

Levanto-me da minha cama e vou até o quarto da Maria, sinto um pouco de dor no processo. Olho ao redor e vejo que ela não está no quarto. Onde está essa menina?

- O que você está fazendo em pé, Giovanna? Falei para você ficar deitada.

- Queria ver onde a Maria estava.

- Você acha mesmo que se ela estivesse aqui, eu teria entrado? - ele diz e eu solto uma risada.

- Tem medo dela Mik?

- Mik?

- Sim, fica mais fácil de pronunciar. Tem algum problema te chamar assim? - Pergunto.

- Não, nenhum. - Uma das características do Mikhal é que sua voz é muito grave. - Agora vamos para a cama. - Me assusto com sua frase e arrega-lo meus olhos. Após perceber o que havia dito, ele ri. - Não nesse sentido. Por enquanto.

Dou uma risada e ele me ajuda a voltar para a cama.

- A pizza já está chegando.

Nunca poderia imaginar estar conversando com uma pessoa que um dia pensava me matar. Espero que não seja um plano maléfico em que eu acabe morta no final.

A campainha toca e o Mikhail vai atender, ele volta com a pizza em mãos e me entrega uma fatia.

- E o garfo e a faca? - pergunto.

- Para que garfo e faca? Com a mão é bem melhor. - diz e dá uma mordida na pizza.

- Tudo bem. - mordo a pizza e sinto o gosto maravilhoso daquela obra prima. Olho para o Mikhail, dou um sorriso espontâneo e ele retribui.

O sorriso dele é muito bonito, sem sinais de dúvidas. Ele parecia ser mais malvado mas agora eu vejo que ele é bonzinho comigo. Será que ele é bom só comigo? Tenho muitas dúvidas e resolvo lhe perguntar uma delas.

- Mik? - o chamo e ele me encara - Posso lhe fazer uma perguntar?

- Pode, só não garanto que irei lhe responder.

- Seus pais sabem do seu trabalho? - Pergunto e o seu semblante muda.

- Não tenho pais. - ele diz e eu fico chocada. Que triste.

- Nossa, eu sinto muito. - lembro-me dos meus pais, eu deveria dar mais valor a eles.

Ele fica sério, será que ele ficou chateado com a minha pergunta?

Me levanto com dificuldades e lhe abraço com o meu braço bom.

- Desculpa, não queria lhe trazer más lembranças. - continuo o abraçando e sinto seu maravilhoso perfume. Ele não me corresponde na hora, mas depois retribui o abraço.

Sinto uma forte dor no ombro e gemo de dor. Ele parece perceber.

- Você está bem?

- Sim, estou. - minto.

Ele me leva até a cama novamente, porém ao me soltar no colchão, acaba se desequilibrando e caindo em cima de mim.

Reparo em seus olhos verdes e desço meus olhos para sua boca.

- Queria poder te beijar agora. - ele diz com sua voz rouca.

O QUE?

- Então me beije.

Mio Dio, o que eu estou fazendo da minha vida?

Então ele me beija. Sinto várias borboletas em meu estômago, coloco minhas mãos em seus cabelos e o beijo começa a ficar mais quente, ele desce sua mão até minha cintura.

Ao nos desvencilharmos, ele me encara e eu começo a rir. Seu rosto parece confuso.

- O que foi? - Ele me pergunta.

- Nada. - escuto o barulho da porta se abrindo e só percebo ser a Maria quando ela puxa o Mikhail de cima de mim abrutamente.

- Mas que porra é essa? - Mikhail solta uma risada sarcástica e me pergunto se ele não tem medo de morrer.

- Solta ele Maria. De novo não, por favor. - falo e ela me olha confusa.

- Relaxa, não fiz nada contra a vontade dela. - A Maria me encara e começa a rir.

- Safada. - Ela fala e minhas bochechas esquentam. - Não queria ser uma empata foda porém é estranho o cara que quis te matar querer transar com você. - essa foi uma péssima hora para a Maria ter aparecido.

- A gente não estava... - Antes de eu falar a Maria me interrompe.

- Tudo bem, não vou atrapalhar vocês. Usem camisinha. - ela diz e sai do quarto, estou parecendo um pimentão totalmente constrangida.

Mikhail começa a rir e eu o acompanho.

- Sua amiga tem uma mente bem poluída. - diz com um sorriso no rosto.

- Sim, bastante. - considerando que ela acabou de ver o Mikhail bem em cima de mim - Bom, acho melhor você ir embora.

- Okay, até mais princesa.

Ele sai pela porta e eu fico olhando para o teto, pensando naquele beijo.

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Giovanna arriou os quatro pneus, coitada...

Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora