Capítulo 45

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+ Giovanna +

Me retiro da sala do meu pai o deixando sozinho, ainda estou chocada com a situação, mas não impressionada por saber que minha mãe é inimiga. Agora as peças se encaixam perfeitamente, um filho homem, o ódio que ela tem por mim. Eu não estou sentindo tristeza nem nada do tipo, estou chateada com o meu pai, ele tinha provas na cara dele, ele já viu minha mãe me tratando mal mas sempre falava para mim que era o jeito dela, ela me fazia chorar me obrigando a fazer coisas que eu não queria ou me xingando de algo. Como que aquilo podia ser só o jeito dela?

Entro no meu quarto e me jogo na cama, grande dia. Olho para porta e o Mik está lá, ele provavelmente quer conversar sobre tudo que está acontecendo, mas eu prefiro ficar sozinha agora, sem ninguém em volta de mim. Eu preciso pensar.

— Mik, você pode se retirar? Eu quero ficar sozinha, por favor. — ele sorri e sai fechando a porta.

Que confusão, minha vida simplesmente virou uma loucura de uma hora para a outra. Um dia eu estava em casa me esbanjando de bens materiais, dinheiro e outras coisas, sendo mimada pelo meu pai e vivendo uma vida superficial, e em outro dia, estou fugindo da máfia Russa com uma menina totalmente maluca que virou minha melhor amiga, conheço um possível namorado, vou em um parque de diversão, quase morro sendo torturada e descubro que minha mãe é inimiga da máfia do meu pai. É uma bagunça sem igual, antes eu entendia minha vida, mas hoje eu não entendo nada que está acontecendo.

Depois de algum tempo, vamos entrar em preparo para começar uma guerra com a máfia Russa, eu posso quase morrer mais uma vez, posso perder minha melhor amiga, posso perder meu namorado, posso perder meu pai e ficar sozinha aqui, só de pensar me dá um frio na espinha. Eu não quero perder nenhum deles, são as pessoas mais importantes para mim, me dá uma tristeza só de pensar.

×××

Ouço gritos vindo do quarto da Maria. Será que é alguém tentando fazer algum mal a ela? Por precaução, pego minha arma e vou até lá, quando chego, ela está gritando em cima da cama e olhando para baixo. Quando olho, vejo que é um sapinho muito bonitinho que está ali no chão. Pego ele e fico chocada que a Maria tem medo de algo.

— Maria, você está com medo desse sapinho? Olha, ele não faz nada. — digo e começo a rir.

— Tira. Essa. Praga. Daqui. Giovanna. — diz.

— Não precisa ter medo dele Maria. Aqui, faz carinho nele. — me aproximo e ela se afasta.

Estou gostando de assusta-la, é minha vingança por ela por baratas no meu apartamento.

— Giovanna, se eu pegar minha arma eu te deixo paraplégica, filha da puta.

— Mas não era você a destemida que não tem medo de nada? O sapinho não fez mal a ninguém, não precisa de escândalo. — Digo com um sorriso.

— Eu vou colocar uma barata na sua boca quando você estiver dormindo, porra. — diz gritando.

Lucca entra no quarto, rindo.

— Então é aí que ele foi parar. Me devolve meu sapo.

— Ela está com medo do sapinho Lucca, qual é o nome dele? — pergunto e coloco o sapo em sua mão.

Maria pula da cama e corre em direção à sua arma.

— Lucca Jones, você será um um homem morto se não sair com esse bicho. — ela aponta a arma para ele.

— Eu acho bom você sair, não quero que ninguém seja assassinado por aqui. — digo.

— Não tenho medo da Maria. — ele coloca a mão na cintura e dá um sorriso debochado — Você nem cumprimentou meu amigo. — ele estende a mão com o sapo e Maria destrava a arma.

— Posso não te matar mas posso foder com sua perna boa, e você sabe que isso não é um blefe.

Pelo seu tom ela parece estar falando sério.

Lucca ri e sai com o sapo enquanto a Maria dá um leve suspiro.

— Se algo que aconteceu sair daqui, você vai estar ferrada, Giovanna. — confirmo com a cabeça e saio do quarto.

Quem diria que Maria Monteiro tem medo de sapos... Sigo para o meu quarto de volta e Mikhail está sentado em minha cama, antes de eu manda-lo se retirar ele me interrompe.

— Eu não vou sair daqui. — ele diz sério.

— Eu quero ficar sozinha e pôr meus pensamentos no lugar, Mik. Está prestes a acontecer uma guerra, eu posso perder você, posso perder meu pai, a Maria, eu não quero ficar sozinha. — digo triste.

— Venha, sente-se ao meu lado. — ele diz e eu lhe obedeço — Você não vai ficar sozinha, Gio. Odeio admitir, mas a sua amiga sabe lutar bem, eu sei me virar sozinho e seu pai é o chefe da segunda maior máfia existente. Estamos acostumados com guerras no submundo, vamos sair feridos, mas mortos jamais. Não vamos perder essa guerra. — lhe dou um abraço apertado, eu amo esse homem.

— Mikhail, eu quero lhe fazer um pedido.

— Diga.

— Com tudo isso, mesmo você falando que é bom e não vai morrer, o meu medo continua e eu não quero te perder antes de falar o quanto eu te amo e me sinto feliz em ter você comigo. Eu posso parecer uma doida por ter me apaixonado por você, porque você queria me matar, mas não deu para controlar minhas emoções. Não tenho um anel agora, porque a confusão nessa casa é enorme, mas gostaria de te pedir em namoro. Você aceita? — pergunto ansiosa para a resposta.

A última vez que estive ansiosa assim foi em uma competição de balé, embora eu tenha conseguido o primeiro lugar, fiquei muito chateada por minha mãe não ter ido me ver. Aquela bruxa mal amada.

— É claro que eu aceito, você é amor da minha vida. — Mikhail me tira dos meus devaneios com um sorriso no rosto, ele agarra minha cintura e me dá um beijo. Não podemos ficar muito tempo nos beijando, se meu pai invadir o quarto, Mikhail vai morrer aqui mesmo.

Eu e Mikhail ficamos conversando e fazendo planos para o futuro, o futuro que eu sempre quis e espero ter.

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Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora