Capítulo 23

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+ Giovanna +

Depois que o maldito Lucca me jogou como isca ou distração, os guardas do local me levaram para um quarto pequeno e sujo, me amarraram e me amordaçaram. Eu estava com medo, estava tentando ao máximo não transparecer, mas não dava, eu queria fugir dali o mais rápido possível.

Por que eu fui mexer com o Lucca?

Ouvi passos lentos e pesados, então um homem forte e alto abriu a porta.

— Olha quem está aqui! Giovanna Martinelli. Achei que você ia se esconder em baixo das assinhas do seu pai por mais tempo. — Ele diz e arranca a fita que estava na minha boca.

— O que você quer? Cadê a Maria? Me deixa em paz, eu não fiz nada. — questiono assustada e com os meus lábios doendo por causa da fita.

— O que eu quero? Ainda me pergunta? Você vai me dar bastante dinheiro sua menininha mimada. — ele diz com um sorriso no rosto — Sua amiga já deve estar no inferno agora. — Ele solta uma risada alta.

— Não! Isso é mentira, só pode ser mentira. — digo e sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

— Sabe de quem foi a culpa? Foi sua, totalmente sua. — ele diz e parecia bem feliz com tudo que está acontecendo. Estou desesperada — Ela era a única que se importava com você, mas por culpa sua ela está morta agora. Está satisfeita, Martinelli?

Isso não é verdade, não pode ser verdade. A Maria é minha única amiga.

— Onde está o seu paizinho para te ajudar agora? Ele te deixou de lado, foi? E a sua mãe? Ah, eu me esqueci! Ela te odeia. Será que ela é mesmo sua mãe? Bom, não tenho motivos para duvidar, você é igual a ela. — seu sorriso era sarcástico mas ao mesmo tempo assustador — Impressionante, não é? Com um minuto sem proteção você fez todos serem pegos e ainda fez com que sua melhor amiga fosse morta... — ele anda em direção a porta, para e olha em minha direção — Mais tarde eu venho te visitar e você finalmente poderá ver sua amiga... no inferno.

Ele sai e eu começo a chorar. Ele está certo, eu só trago azar para todos, a Maria se foi, eu praticamente a entreguei para alguém a matar. Eu sou a pior amiga desse mundo.

Escuto passos atrás de mim e quando viro minha cabeça para olhar, percebo ser a Maria. Arregalo os olhos.

— Maria? — digo assustada, meu coração disparado. Ou estou vendo o espírito dela vindo me levar, ou é ela e ela não morreu. Prefiro a segunda opção — Se for mesmo você, por favor me tire daqui, eu imploro! — soluços escapam da minha boca.

— Da pra calar a boca, porra? Tá querendo morrer?

— Desculpa, eu estou com medo. — falo baixo e abaixo a cabeça.

Maria ainda está atrás da cadeira, o que ela vai fazer?

— Não grita. — Ela diz.

— O que você vai fa... — não consigo terminar a frase e sinto a Maria quebrando meu dedo. Solto um grito alto e a Maria tapa minha boca.

— Caralho Giovanna, se você quiser se suicidar, faça em uma hora que você estiver sozinha para não me levar junto.

— Porra, você quebrou meu dedo! — me surpreendo por ter soltado um palavrão. O que a Maria está fazendo comigo...

Sinto as algemas que estavam nas minhas mãos caindo, a Maria me puxa e sai correndo do local. Para onde nós estamos indo eu não sei, mas estou com medo.

Corremos até uma espécie de porão. O Lucca está sentado em uma cadeira. É sério que viemos salvar o Lucca? Por que ela não deixa ele aqui? Ele com a gente não faria diferença alguma. Só sei que com ele eu não mexo mais, não sem a Maria por perto.

Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora