Capítulo 48

35 6 9
                                    

+ Maria +

As últimas horas foram as mais tensas de toda minha vida. O infiltrado do meu pai no FBI entregou todas as provas para os parceiros dele, não sei como funciona por lá mas eles entraram em contato com as forças armadas da Rússia que foram atrás de um por um da lista. Sem os pilares de toda operação da máfia, eles estão mais fracos que nunca e essa é nossa chance de atacar.

Meu pai e o Martinelli traçaram um plano não muito seguro mas que com sorte será eficiente, é impressionante como eles conseguem ser profissionais e esquecerem as diferenças nessas horas.

— O que eu não entendo é como as forças armadas da Rússia não irão notar uma guerra acontecendo e não irão interferir. — cegos eles não são para não notar algo assim.

— O capitão de lá come na minha mão, Maria, desde que eu descobri um segredo bem podre deles.

Acho que foi assim que meu pai ganhou a vida. Ele se encarregou de fazer com que houvesse um evento na cidade bem longe da Mansão do Stepanov, onde ocorrerá a guerra. Assim os policiais e os civis ficam longe de encrenca.

Após algumas horas já estamos com tudo pronto e pegamos vôo para Rússia. Ao chegarmos em uma base segura, o exército do Martinelli e alguns homens que meu pai conseguiu arrumar estão a nossa espera.

É agora que minha ficha cai de onde estou e que merda estou fazendo com minha vida. Caralho, eu estou na Rússia no meio da maior guerra do submundo com as únicas pessoas importantes da minha vida no meio dela. Estamos lutando contra a maior máfia do mundo, a máfia que matou minha mãe e que me torturou. Acho que é normal eu estar estática agora.

— Ser humano algum sobrevive sem respirar, Mari. — Lucca tinha que aparecer logo agora.

— Não me diga.

Ele me abraça. Ele sabe que palavra alguma irá me tranquilizar, ele também sabe que um abraço é o que eu mais precisava no momento. Porra, eu posso perdê-lo hoje. Não quero ir sem que ele saiba o que eu realmente sinto.

— Lucca, eu tenho que te contar uma coisa.

Ele se desvencilha do abraço.

— O que?

— Eu te...

— Maria, Jones, chegou a hora. — Meu pai me interrompe nos chamando para ir.

Sinto um frio na barriga e um arrepio na espinha. Vou até meu pai e lhe dou um abraço, merda, não estou com um pressentimento bom.

— Eu te amo, pai.

— Também te amo, filha.

Ele aperta mais o abraço. Sei que assim como eu, ele está com medo.

Saímos da tenda e entramos no carro. Não terá ataque surpresa dessa vez, já enviamos a primeira tropa para lá e eles já soltaram algumas bombas na mansão.

Quando chegamos, o local já está praticamente destruído. Saio do carro e começo a atirar no primeiro russo que vejo pela frente. Todos estamos com colete a prova de balas e capacete, infelizmente isso não é o bastante pois depois de algum tempo, uma bala passou de raspão em minha perna.

Estamos envolvendo toda a área da mansão e como temos muitos soldados, o lugar está cheio. Nós, o grupo principal, que pelas palavras do co-capitão do exército do Martinelli, devemos ser protegidos, caminhamos em direção à mansão onde o Stepanov está.

Adrenalina corre por todo meu corpo enquanto caminho em direção à morte, é como se eu estivesse caminhando em direção à um ninho de vespas, ao redor não tem muitas mas quanto mais perto eu chego, o número de vespas aumenta e a chance de alguma delas me picar são maiores. Nesse caso as vespas são os russos e os ferrôes são as balas.

Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora