Capítulo 32

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+ Maria +

Aproveitei a deixa da Giovanna dormindo para sair e tentar esfriar a cabeça. As ruas de NY estavam agitadas quando saí em direção ao que antes era a minha casa.

Algumas quadras à frente, vejo o Lucca sentado no telhado de um prédio pequeno. Subo até lá antes que ele me veja.

— Eu realmente espero que você não esteja pensando em fazer algo errado. — o pego de surpresa e ele esboça um sorriso.

— Claro que não. — sua voz está rouca — Gosto da vista daqui.

Sento-me ao seu lado. A vista de Nova York à noite é realmente incrível.

— Sim, é tudo perfeito.

— Obrigado. — ele diz sorrindo de lado e eu lhe dou um soco de leve.

— Imbecil. — ele ri e o acompanho — Me referi à vista.

— Eu sei. Porém seu elogio também pode se aplicar a mim. — refiro os olhos. Vai ser bom pisar no ego dele quando tiver oportunidade — Como vão suas aulas?

Porra, tinha me esquecido disso.

— Uma chacina em uma Universidade é algo que eu prefiro evitar.

Esses filhos da puta da diretoria já devem ter ligado para o meu pai para avisar minhas faltas.

— Onde você estava indo?

— Isso importa? — questiono e ele não responde — Queria ver se sobrou algo nos destroços da minha casa.

— Pensei que a casa era do seu pai. — ele se levanta e me puxa para me levantar também, com a força acabo me chocando contra ele. Merda, eu não devia ter gostado disso, mais que depressa me afasto — É... você quer uma carona?

Afirmo com a cabeça. Não estou muito afim de caminhar até lá.

Descemos o prédio pelas escadas de incêndio as quais eu usei para subir. Andamos um pouco até chegar em sua moto.

— Caralho. — me surpreendo com a beleza do veículo.

— Linda né?

— Obrigada. — copio sua resposta e ele ri.

— Posso me referir a você também.

Sinto minha bochecha esquentar e o ouço rir do meu rubor. Porra, por que não conseguimos controlar as reações do nosso próprio corpo?

— Eu vou pilotar. — tento pegar a chave de sua mão porém ele a tira do meu alcance.

— Nem fodendo. — ele sobe na moto — Foi difícil conseguir roubar essa belezinha aqui.

Filho da puta. Acabo rindo da minha inocência de imaginar que ele teria comprado uma moto dessa.

Subo no automóvel e abraço o seu tronco enquanto ele dá partida. Sinto seu calor através de sua jaqueta. Me sinto confortável perto dele, o que é raro com outras pessoas.

Paramos em frente aos destroços da casa. Ele tinha razão ao pensar que a casa era do meu pai. De fato era, porém quem estava lá era eu, então logo era minha.

O fogo da explosão já havia apagado. Ando pelos entulhos até achar um alçapão aparentemente intacto. O abro com um pouco de dificuldade e adentro o local sendo seguida pelo Lucca. Ligo a lanterna do meu celular e percebo que felizmente a explosão não atingiu o porão.

Ando até um baú no canto do local e o abro. Vejo inúmeras fotos de minha mãe e meu pai, havia algumas minhas quando pequena também. Minha mãe era linda, seus cabelos castanho claro e seus olhos brilhantes. Seus olhos... logo me vem a lembrança deles sem vida. Fecho meus olhos na esperança de afastar tais lembranças porém é em vão. Sinto a mão do Lucca na minha e a aperto.

Alopradas [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora