34 | CLARICE.

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Acordamos bem cedo para, agora, dar tchau para as minhas meninas. Aquilo doía meu peito de uma forma inigualável. Esses dias que elas ficaram aqui foram extremamente incríveis e eu tinha plena certeza que ficariam marcados pra sempre comigo como um dos melhores dias ao lado delas.

Estávamos dentro do carro de Nathan indo levar as minhas melhores amiga até o aeroporto e naquele caminho, eu sentia meu coração apertar mais e mais. Já de manhã, elas estavam bastante falantes e aquilo me deixava muito feliz. Um silêncio absurdo me deixaria ainda mais pensativa e, consequentemente, muito mais triste.

Ao chegarmos no aeroporto, Nate estacionou o carro e nós quatro saímos do mesmo. Andamos até dentro do aeroporto junto das meninas e paramos em frente ao portão de embarque.

As meninas se viram e me olham com um sorriso. Eu retribuo o sorriso e as abraço, deixando as lágrimas caírem e molhar um pouco a roupa delas. Elas me apertam contra si e olham pra Nathan, puxando o braço dele e formando ali, um "abraço de urso". Ficamos naquela posição por alguns minutos até o vôo delas ser anunciado pelo alto falante do estabelecimento.

— Quero que você continue fazendo tudo que eu pedi pra você fazer quando era você se despedindo. — Marilu aperta meus ombros e eu logo lembro do que ela havia me dito quando viajei. Eu ri pelo nariz.

— Por favor, quando chegarem em casa, me mandem mensagem. — Eu peço e elas apenas assentem. Dou uma última olhada para as minhas meninas com os olhos marejados e as puxo pra um abraço enquanto fungo. — Eu amo muito vocês.

— A gente também te ama. — Elisa beija meu rosto e Marilu faz o mesmo. Logo elas se despedem de Nathan e vão em direção ao portão de embarque. Me viro e respiro fundo. Eu estava triste por ter que dizer tchau, porém meu coração agradecia e tremia de felicidade por ter compartilhado dessa experiência incrível com elas. Serei eternamente grata.

Nathan e eu nos dirigimos até o portão do aeroporto em um silêncio fenomenal. Acho que ele percebe que estou quieta demais e abre um sorriso de lado, pousando sua mão nas minhas costas.

— Ei — Ele me chama e eu o olho. — Vamos tomar café. Tenho certeza que tá morrendo de fome.

— Essas coisas de aeroporto são o olho da cara, Nate. Não precisa se dar o trabalho. — Eu nego com a cabeça e ele revira os olhos.

— Recusar agrados é falta de educação, sabia? — Não me dá a oportunidade de responder, pois sai me puxando até o Starbucks que havia por ali.

— Você me paga. — Murmuro e logo dou uma risada.

Logo após falar o que eu queria pra Nate, me sento numa mesa e ele vai fazer nossos pedidos. Esfrego meus cotovelos e respiro fundo. Esse aeroporto fazia um frio absurdo e eu não fazia ideia do porquê não tinha trago um casaco, sabendo que eu não estava no Rio de Janeiro e uma hora dessas eu podia congelar.

Nathan logo volta com nossos pedidos em mãos e eu sorrio.

— Obrigada. — Agradeço e pego o copo em mãos, vendo Nate me olhar estranho.

— Tu tem algum problema de anemia? — Ele questiona e eu arqueio a sobrancelha. — Tá se tremendo toda.

Eu gargalho.

— Não, imbecil. Eu só esqueci o casaco. — Tomo do meu café pelo canudo e passo as mãos novamente nos meus braços numa tentativa de me aquecer.

𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆.  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora