69 | CLARICE.

1.6K 131 27
                                    

Já devia ser umas quatro da manhã. Todo mundo presente já tinha o álcool mais que ativo na cabeça e nas veias. Como uma das primeiras vezes, Marilu estava se divertindo no seu aniversário, mesmo que tivesse algumas garrafas de cervejas agindo ao seu favor.

As meninas e eu dançávamos na pista desde bem cedo. Tínhamos decidido que hoje seria nosso dia. Acabou que, foi mesmo, sendo muito especial pra mim por acabar de ter ficado noiva do cara que eu amo.

Meu Deus do céu.

Eu nunca imaginaria que estaria aos dezoito anos, noiva e com uma bagagem de histórias pra contar nas costas. Desde pequena eu sempre prometi à mim mesma que teria uma história digna de passar horas contando para os meus netos enquanto tomava um café da tarde, porém, realmente houve adições surpreendentes.

Se me dissessem à um ano atrás que eu, com dezoito anos, estaria perdidamente caidinha de amor por um cara lá de fora, noiva e brigada com a minha sogra, eu gargalharia até a barriga doer. Sempre achei inacreditável meninas que se comprometiam à uma só pessoa tão cedo. Mas, o amor nos faz ver coisas novas. Ter princípios novos e muda completamente nossa forma de pensar. Quando é pra valer, remexe com toda a sua vida e não só com o coração.

Rebolando até o chão, a última coisa que eu queria pensar era em como eu estava sendo infiel à Clarice de alguns anos por estar loucamente apaixonada. Com uma garrafa de cerveja na mão — na qual eu levava até minha boca vez ou outra — eu não estava nem aí se o dia estava prestes à amanhecer. Me sinto a mulher mais feliz, em paz e completa do mundo. Com as pessoas que eu amo de bem comigo e sempre ao meu lado é como e eu estivesse no céu.

Depois de ter rebolado lentamente até o chão com os olhos fixados no meu homem, não demorou muito até que ele viesse até mim quando voltei à pousar as mãos no joelho. Sinto ele enroscar sua mão em meus cabelos e segura-los de forma delicada enquanto esfrega seu quadril contra a minha bunda, acompanhando perfeitamente a sintonia da minha cintura que eu rebolava pelo ritmo da música.

Eu sorrio fincando os dentes nos lábios inferiores e continuo rebolando, descendo até o chão sendo acompanhada por ele e cada vez mais sentindo sua ereção crescer dentro da calça larga e roçar em mim. Num piscar de olhos, ele puxa meus cabelos com força pra trás e cola seu corpo no meu, apertando suas mãos contra o meu quadril e rastejando seus lábios pela minha nuca, o que me arrancou arrepios intensos.

— Vamos sair daqui agora antes que eu te coma no meio dessa pista. — Ele diz com a voz carregada de desejo em meu ouvido e eu rio pelo nariz sem abandonar meu sorriso perverso. Passo a língua pelos lábios e desgrudo meu corpo dele, me virando de frente para o mesmo e fixando meus olhos nos seus.

— Então faça.

O desafio apenas, encarando seus olhos por mais alguns segundos e vendo um sorriso de lado crescer na sua boca antes de eu me virar e andar para fora dali rebolando levemente meus quadris. Assim que percebo que já estou afastada dele, apresso meus passos em direção à Elisa que estava pendurada no pescoço de Johnson e cutuco repetidas vezes seu ombro.

— O que é, caralho? — Ela pergunta com a voz embolada.

— Tá com a chave da tua outra casa? — A questiono e ela franze o cenho.

— A que eu tenho aqui? — Assinto rapidamente. — Pra que tu quer?

— Para de me fazer pergunta e me dá esse inferno logo! — Bato meus pés no chão impaciente.

Ela se vira pra mim e olha por cima dos meus ombros. Tinha certeza que Nathan estava bem atrás de mim. Elisa faz uma expressão como se já tivesse entendido tudo e, logo após, uma cara de safada.

𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆.  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora