43 | CLARICE.

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Eu amanheci com a luz do sol iluminando todo o meu quarto por conta das cortinas abertas e um cheiro exageradamente gostoso. Me sento na cama e coço meus olhos, pegando meu celular e vendo que eram quase dez da manhã. Fico de pé e vou até a frente do espelho, notando as inúmeras marcas que estavam espalhadas pelo meu pescoço e eu nego com a cabeça. Teria que inventar uma desculpa das boas para Kami.

Me pego sorrindo ao lembrar da noite de ontem. Agora, eu e Nathan tínhamos oficialmente algo. Não é um namoro, muito menos algo assumido, mas sabíamos que era muito forte e recíproco. Meu coração se esquenta quando me recordo o quanto Nate cuidou de mim. Eu entrei no quarto prestes à ter uma crise de pânico e fui dormir totalmente relaxa e em paz.

Não me incomodo de a cama estar vazia quando acordei, já que tínhamos que saber disfarçar muito bem. Meu maior medo é Nathan não se controlar na frente das pessoas e acabar falando alguma besteira, já conhecendo como ele era.

Me retiro dos meus devaneios e faço minha higiene matinal, tomando um banho gelado e trocando de roupa. Ponho um conjunto preto de um top faixa preto e um short da mesma cor colado e saio do quarto, seguindo o delicioso aroma que emanava por toda a casa.

Um sorriso se abre no meu rosto quando adentro a cozinha e vejo uma cena que se me contassem, eu provavelmente não acreditaria nem ferrando. Nathan estava com as mãos sujas de farinha enquanto Kami afofava a massa com suas mãos gordinhas. Até então, eles não haviam notado a minha presença e eu segurava o riso, vendo que Kami estava à passos de xinga-lo de milhares de nomes por não ter colocado farinha o suficiente. Eu me encosto no batente da porta e cruzo as braços, olhando aqueles dois e deixando um sorriso bobo pendurado na cara.

— Vocês fazem bolo e não me chamam? Realmente se voltaram contra mim só porque não sou do mesmo sangue de vocês? — Digo fingindo indignação e os dois se viram rapidamente para me olhar.

— Bom dia, querida — Kami sorriu e eu me direciono até ela, beijando sua bochecha. — Pode me ajudar com isso? Essa massa está parecendo concreto.

— Me pede alguma coisa de novo pra tu ver, sua ingrata. — Nathan diz irritado e eu gargalho. Ele me olha e, sua expressão brava que reinava seu rosto, deixou o mesmo após ele dar um sorriso fraco.

— Bom dia pra você também, Nathan. Vai lavar essa mão, tá sujando o chão todo. — Eu aponto para os grãos de farinhas que embranqueciam o chão de madeira. Ele bufa antes de se direcionar até a pia.

Eu vou até o banheiro e lavo as minhas mãos, secando as mesmas e prendendo meu cabelo num coque alto logo depois. Volto para a cozinha e começo a ajudar Kami com os preparativos do bolo. Em poucos minutos comigo ali, conseguimos resolver tudo e não muito tempo depois, a massa já estava no forno. Kami dá um suspiro relaxado e relaxa os ombros, se encostando na parede.

— Obrigada pela a ajuda, filha. Não faz ideia do quanto eu estava quase enfiando a cabeça do Nathan dentro desse forno. — Ela diz e semicerra os olhos pro filho, que mostra a língua pra ela e vira a cara. Eu rio baixo.

— Sem problemas, Kami. — Eu passo a mão pela minha testa e ela assente.

A senhora à minha frente para os olhos em mim por um bom tempo e franze o cenho. Um ponto de interrogação enorme cresce em minha testa.

— O que foi? — Pergunto.

— Você está cheia de chupões. — Minhas bochechas se ruborizam no mesmo instante.

Vejo Nathan abaixar a cabeça e segurar a risada. Eu estou à um passo de enfiar a cabeça dele dentro da batedeira.

— Kami, eu... — Eu começo, porém me perco nas palavras. Eu quero morrer de tanta vergonha.

𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆.  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora