O aroma forte de café relaxava meu corpo e colaborava com a minha paz matinal. Enquanto espero o café coar e meu pão na chapa ficar pronto, eu lavo algumas louças sujas do natal que deixaram na pia como passatempo. Não consigo sequer lembrar muito da noite natalina.
Sei que, após a meia noite, eu e meus amigos nos entupimos com a ceia e começamos à beber. Uma das míseras coisas que eu me recordo é de Nathan e eu segurando Lox para não cair de cima da laje, pois queria porque queria dançar em cima da mureta. Essa lembrança definitivamente me traz dor de cabeça. Foi um caos total.
Eu cantarolo Flor de Lis do Djavan enquanto despejo um pouco mais de detergente na esponja para terminar de esfregar a travessa de vidro. O som do café coando me fazia contar os minutos mentalmente pra desligar a cafeteira.
É inevitável não sorrir quando, misturado com o cheiro do café, eu sinto aquele aroma gostoso que eu conhecia muito bem. Seu cheiro invade minhas narinas e aquece meu coração na medida que seus braços me contornam e me apertam contra seu corpo. Sinto uma cafungada gostosa no pescoço e beijos distribuídos pela minha nuca, acompanhando logo depois, um tapa forte na minha bunda.
— Bom dia. — Sua voz rouca por conta do sono diz e eu continuo com meu sorriso no rosto.
— Bom dia, amor.
Continuo lavando o resto das louças enquanto sinto Nate me encarar, encostado na bancada ao meu lado.
— O que foi? — Pergunto. Ele morde o interior da sua bochecha.
— Não tá esquecendo de nada? — Ele ergue a sobrancelha e eu franzo levemente o cenho. Tento me recordar de algo, mas não consigo.
— Acho que não. — Eu entrego a travessa em sua mão. — Seca aí pra mim.
Ele pega o pano que estava em cima do balcão e seca a louça pra mim, enquanto aguardava eu terminar de enxaguar outras para ele poder secar.
— Hoje é aniversário da Marilu.
— Puta que pariu! — Eu deixo um prato cair dentro da pia e dou um grito pelo susto. Por sorte, ele não se quebrou, mas fez um puta barulho alto ao se chocar com os outros metais na pia.
— Quebra, maluca! — Ele me provoca e eu dou um soco em seu braço como resposta.
— Meu pai amado, é aniversário da minha melhor amiga e eu não lembrei. — Eu fechei a torneira em choque e encostei minhas mãos no balcão. — Caralho, como você lembrou disso primeiro que eu?
— Tu acha que só você é amiga dos outros aqui? Tô no bonde, bebê. — Ele levanta dois dedos e faz um bico.
Eu nego com a cabeça e seco minhas mãos. Me encosto na parede e cruzo os braços, respirando fundo e fixando o olhar no teto.
— Preciso convencer ela à fazer alguma coisa hoje. Se não, vai querer passar o aniversário dentro do quarto, vendo filmes e fumando uns vinte baseados.
— Não me parece uma má ideia. — Ele se aproxima de mim. O olho séria.
— É sério, Nathan. — Suspiro. — Ela não gosta de comemorar aniversários.
— Tem algum motivo específico? — Ele cruza seus braços e mantém a postura séria. Imediatamente, sinto minha calcinha molhar. Maldito homem gostoso da porra.
— Na verdade não. Ela só diz que aniversários são entediantes, que não aguenta mais escutar a mesma canção de parabéns todos os anos. — Dou de ombros. — Não julgo, porém, queria levar ela pra sair um pouco dessa rotina chata.
— Então vamos. — Nathan me puxa pela cintura e cola seu corpo no meu, afundando seu rosto no meu pescoço. — Vamos sair hoje à noite. Chama ela e as meninas, os caras estão no hotel e não vão perder uma cachorrada por nada.
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𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆. ✓
Fanfictionna qual clarice faz um intercâmbio em Omaha e a família Maloley a acolhe como sua host family. ⚠️: NÃO aceito adaptações.