46 | NARRADOR.

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MARATONA 3/4

O ritmo agitado do funk carioca estourava as caixas de som. Já que Lox estava sendo a DJ da noite, Morais não pensou duas vezes antes de a atazanar para colocar sua playlist brasileira. Todos estavam extremamente agitados. Com o álcool correndo nas veias e fazendo efeito na cabeça, a garota do vestido reluzente descia até o chão e fazia questão de puxar meninas desconhecidas para se juntar à ela. De longe, o grupo de garotos bebiam seus uísques e observavam a grande aglomeração que se formava em volta da aniversariante. Sammy mantinha seus braços cruzados e Nathan apenas bebericava do seu copo enquanto mexia no seu celular, enquanto os Jack's conversavam sobre coisas aleatórias.

— Não tem necessidade disso — Samuel comenta. Os olhares dos determinados meninos do grupo se voltam para o loiro, que mantinha uma expressão dura no rosto. — Por que ela não pode simplesmente dançar normalmente? Precisa ficar esfregando essa bunda na cara de todo mundo?

— Tá com ciúmes, mano? — Gilinsky questiona o amigo, que se mantém em silêncio enquanto nega com a cabeça. Mesmo que negasse até sua morte, todos ali sabiam o quanto ele sentia por Clarice e o ciúme avassalador que estava sentindo no momento. Transparecia em seus olhos.

— Só acho que não tem o porquê. — Ele leva o seu copo de uísque até a boca e bebe o resto do líquido rapidamente, esvaziando o recipiente de vidro e sentindo sua garganta queimar em busca de amenizar o estresse que estava sentindo.

— Não tem porquê — O tatuado que até então estava quieto começa. — É aniversário dela, ela tá se divertindo e vocês não tem nada. Tu não tem que achar nada não, tu não é pai dela.

Os Jack's fazem uma careta em sinal de surpresa e fazem gestos de incômodo, como pousar a mão no peito e desviar o olhar para os pés. Sammy franze o cenho e trava o seu maxilar, agora se mantendo em silêncio. No fundo, o garoto apaixonado sabia que não podia fazer nada para impedir Clarice de agir como quisesse, já que eles não tinham e provavelmente nunca terão algo além de sexo casual. Nathan, por outro lado, se mantinha muito tranquilo e guardou seu celular no bolso para poder encarar a situação que acontecia no meio do salão.

Morais, agora dançava um twerk com um rap aleatório que ecoava por todo o local, animando ainda mais os convidados presentes. Um sorriso nasce no canto dos lábios do tatuado quando vê o gesto malicioso que a garota faz ao jogar os cabelos pro lado e encarar seu meio-irmão, sorrindo enquanto finca os dentes nos lábios. Sua bunda se mexia em perfeita sincronia com as batidas da música e faziam o tecido brilhoso do vestido quicar de acordo com que suas nádegas se remexiam. Com as mãos repousadas sobre os joelhos, a morena dançava sem se importar com quem estava olhando ou o quê falariam. Aquele era o seu momento, o seu dia, os seus dezoito anos.

Os olhos escuros de Maloley estavam completamente hipnotizados pelos movimentos que Clarice faziam com o corpo. Aos poucos, algumas outras meninas se juntavam com a morena e tentavam copiar seus movimentos na dança envolvente, mas mesmo com tantas mulheres bonitas e elegantes reunidas num lugar só, talvez ele não admitia pra si mesmo tão cedo, mas não tinha olhos para absolutamente mais ninguém.

Morais captava toda a sua atenção e todo o seu desejo. Sua cabeça só conseguia pensar em como seria se ela dançasse dessa forma em seu colo, enquanto rebolava junto da sincronia de uma música imaginaria no seu pau. As ideias mais maliciosas possíveis se contorciam em sua mente. Vê-la sendo tão poderosa daquele jeito, sendo totalmente ela, deixava o garoto ainda mais louco por ela, se é que aquilo ainda era possível.

— Ainda boiola pela Becky, Nathan? — Samuel tira Nate dos seus devaneios com sua pergunta. Ele olha para o loiro com os olhos confusos e logo volta sua atenção para a pista, vendo que próximo da sua garota, Becky D'Blanc também dançava e tentava copiar os passos da aniversariante. Também percebendo que, a cada jogada de cabelo e uma rebolada novo, Becky demonstrava uma expressão de raiva e queria à todo custo se sair melhor que Clarice.

𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, 𝗺𝗮𝗹𝗼𝗹𝗲𝘆.  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora