Capítulo 16

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CAROL 

Chegamos em casa por volta de 4 da manhã.
Quando estava subindo para acompanhar a Day, Rafa segurou meu braço.

- Posso falar com você, Ca?

- Uhum. 

- Você sabe que pode me contar qualquer coisa né? Sabe que pode confiar em mim.

- Sei. - sorri um pouco nervosa.

Ele continuou me encarando como se esperasse uma confissão.

- Carol, eu te conheço. Eu tô vendo na sua cara que você tem algo pra falar e tá aí relutando e ao mesmo tempo quase explodindo de ansiedade. 

- Nossa, tá tão na cara assim?

Ele assentiu e estava completamente certo. Sempre fomos confidentes e eu senti que não aguentaria mais esconder nada.

- Então Rafa, é que eu… Eu e a Day… - Falei com a voz trêmula de tanto nervosismo.

- Vocês estão apaixonadas. - ele completou a frase segurando minhas mãos.

Abaixei a cabeça, sem coragem de encará-lo e ele me puxou para um abraço.

- Eu percebi, Carol. Há muito tempo não te vejo assim tão entusiasmada com alguém.

- Mantém só entre a gente, por favor! Não tô pronta pra falar com ninguém sobre isso, principalmente com a mãe e o pai.

- Eu sei, eu sei. Acho que não vai ser fácil quando esse dia chegar, mas eu vou estar sempre com você. - disse beijando o topo da minha cabeça.

- Obrigada. Você é um irmão maravilhoso.

- Eu só quero que você seja muito feliz, meu amor. Agora vai lá dar atenção pra Day. E só pra constar, eu adorei ela.

Quando entrei no quarto Day já havia tomado banho e estava na cama mexendo no celular.

- Demorou, baby. Tá tudo bem?

- Tá sim. Deixa eu tomar um banho e já volto.

Tomei banho e ao retornar para o quarto, Day já estava quase dormindo.
Apaguei as luzes e fui deitar ao seu lado.

- Rafa sabe da gente.

- Ué, mas como? Você contou?

- Ele simplesmente já sabia, eu só confirmei.

- E como você tá em relação a isso? - disse acariciando meu rosto. 

- Bem. O Rafa é muito parceiro e protetor. É diferente do Renan, que fica mais na dele. Ele disse que talvez vá ser difícil quando eu contar pro meus pais, mas ele vai ficar do meu lado.

- Eu também vou estar aqui pra você, gatinha. Não se preocupa com isso agora não. Faz as coisas no seu tempo. Ok? Minha ciumentinha. - disse me abraçando.

- Eu não sou ciumenta, Dayane. Aquela garota que é bem folgada, né.

- Ah eu não achei não. Ela foi legal no pedido de desculpas. 

- E foi legal também dar em cima de você né? - Falei tentando me soltar do abraço.

- Eu tô brincando, calma. Não sai de perto não. Fica aqui agarradinha comigo.

- Essa vozinha de bebê não vai colar.

- E isso aqui? - falou dando beijos no meu pescoço e me apertando contra seu corpo.

- Passou tão rápido o fim de semana… daqui a pouco você já tá indo.

- Volta comigo. Já falou com os teus pais sobre morar em São Paulo?

- Uhum. Já falei, meu bem. Mas é complicado… Muita coisa pra eu resolver.

- Carol, você já sabe que lá tem mais chances da gente viver da música. Na festa que o Vitão me levou eu conheci muita gente que tá começando e uma mina que trabalha na mesma gravadora que o Vitão assinou contrato. Ela meio que descobre novos talentos. Eu quero te levar até ela.

- Nossa, seria ótimo.

Um breve silêncio no quarto.

- Carol?

- Hum.

- Então, eu queria fazer algo bonitinho, mas eu vou embora de tarde e não vou conseguir esperar até a gente se ver de novo.

O quarto estava iluminado apenas pela luz suave que vinha da janela.
Levantei um pouco para olhá-la a fim de demonstrar que eu estava prestando atenção.

- Você quer namorar comigo? - ela perguntou acariciando meu rosto e colocando algumas mechas para trás.

Inclinei meu rosto, deixando um beijo na palma da sua mão. Meu coração estava acelerado e por mais que eu estivesse insegura quanto ao fato de ter que me assumir para a minha família, não podia negar todo aquele sentimento que percorria meu corpo e me causava arrepios toda vez que ela me olhava, sorria, tocava minha pele ou simplesmente quando falava qualquer coisa. A simples presença dela era capaz de fazer com que eu quisesse ficar próxima o tempo todo, como se tivesse um imã atraindo nossos corpos.
Aproximei meu lábios do dela, beijando de forma delicada.

- Eu quero. Conhecer você foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida!

De repente ela sorriu iluminando não só o quarto, mas também a minha vida inteira. Céus, como eu estou apaixonada!

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