Capítulo 35

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CAROL

Tivemos um final de semana maravilhoso e eu pude finalmente voltar a sentir aquela sensação gostosa de dormir agarrada com ela, a parte ruim é que agora as noites voltaram a ser frias e solitárias.
Eu e Nando colocamos o plano em prática rapidamente e em uma semana ele esteve conosco almoçando ou jantando umas três vezes.
Minha mãe não se aguenta de tanta felicidade, está praticamente me empurrando para cima dele. Reviro os olhos só de lembrar.

- Filha, posso entrar?

Olho para a porta entreaberta e vejo que ela já estava dentro do quarto.

- Bem, você já entrou.

Ela caminha sorridente e senta na cama, como se fossemos amigas de escola conversando sobre o primeiro namoradinho.

- Ai, filha. Estou tão feliz por vocês. O Nando é um ótimo rapaz. 

- Sim, mãe, ele é. - respondo apática.

- Hmm, então está tudo resolvido sobre aquele assunto. Quer dizer, você já esqueceu aquela menina, né?

Sinto raiva pela forma que ela se refere a Day, mas não posso colocar tudo a perder.

- Tudo certo. Eu estou com o Nando.

- Isso é ótimo… ele foi seu primeiro namorado e acho que agora você está tomando a decisão certa. Não tenho nada contra ela, filha, que isso fique bem claro. Mas não gostei dela ter enfiado essas coisas na sua cabeça. 

Dou um impulso para levantar da cama, indo em direção a porta.

- Mãe ela não… Argh… me deixa sozinha, por favor. Estou com dor de cabeça.

- Tá, tudo bem. Não está mais aqui quem falou.

Tranco a porta e retorno para a minha cama. 

A situação aqui está ficando insuportável. - resmungo sozinha no quarto enquanto atendo meu celular.

- Oi gatinha. Como estão as coisas aí?

Meu rosto logo se ilumina quando vejo Day na chamada de vídeo.
Ela está sentada no estúdio, vejo algumas pessoas atrás dela conversando e no meio a atrevida da Isa.

- Tudo indo bem, amor. O Nando esteve aqui alguns dias e até então todos acham que estamos namorando. Só o Rafa que sabe da história.

Ela revira os olhos. 

- Aff. Ele precisa estar enfiado aí com tanta frequência?

- Já conversamos sobre isso, amor. Ele só veio almoçar e jantar, a única coisa que ele faz é pegar minha mão. 

- E já é muito né? Diga-se de passagem.

- Adoro quando você fica assim, toda ciumenta. - digo atrevida.

- Carol, é sério. Eu não vou descansar enquanto você não estiver aqui do meu lado… Só de pensar nesse moleque segurando tua mão eu fico à beira de ter um troço.

- Meu Deus, Dayane. Que drama! Você sabe que eu te amo, né?

- Tá amor, só não precisa ter muito contato com ele, tá? Não quero ele encostando em você não. - ela faz biquinho.

Estava tudo ótimo até surgir um par de mãos apoiados no ombro dela, a Isa se intrometendo na conversa.

- Oi, Carol. Tudo bem, flor?

- Oi, Isa.

O rosto de Dayane fica pálido.
Pelo olhar que estou lançando ela sabe exatamente o que eu quero: as mãos daquela vadia longe dela.

- Então, Isa… legal te ver, mas estamos num assunto particular aqui… flor.

- Sim, claro. Apareci só pra dar um oi mesmo - ela acaricia o ombro de Day - Te espero então, Day. Preciso falar com você depois.

Isa sai do estúdio e meu olhar fulmina Dayane.

- Que foi, amor?

- Ela vai te esperar pra quê?

- Não leva a sério não, ela é meio maluquinha. Vai ver não é nada ou algum assunto de trabalho mesmo.

- O que tem de maluca, tem de atrevida né, Dayane? Achei que ela ía sentar no teu colo e participar da conversa. Eu ainda não engoli essa história do barzinho, é bom você parar defender ela e...

- Tá bom, beijinho. - ela se inclina na câmera fazendo um bico enorme.

Day tem a mania de contornar a situação falando isso e sim, eu sempre relevo. Como recusar essa carinha, gente?

- Abre o olho com ela, só isso. - digo mais calma.

- Vem logo pra cá, amor.

- Só mais três semanas, amor. Torce pra dar certo.

- Já deu, gatinha.

- Beijos, vou me arrumar e vou na casa da Bia. Falei aqui em casa que ía ao cinema com o Nando.

- Hum, tá ok amor. Se cuida.

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