Capítulo 63

499 50 58
                                    

CAROL

- Está confortável assim? - Nando fala ajeitando alguns travesseiros na minha cama.

- Sim. Obrigada por me deixar ficar aqui até eu decidir o que fazer da vida.

- Ei, você pode ficar o tempo que precisar, ok? 

Nando pega minhas mãos e deposita um beijo casto, saindo do quarto em seguida.

Hoje foi mais um dia difícil e eu fui o mais cedo que pude buscar as minhas coisas para não encontrar com a Day, mas quando cheguei ela já estava lá. 
Precisei tirar forças de onde não tinha pra fazer tudo aquilo.
Enquanto eu arrumava a mala, ela tentava argumentar minha decisão de ir embora… Aquilo só podia ser uma piada. O que ela quer que eu faça? Que eu bata palmas enquanto ela transa com outra?

Eu só conseguia imaginar todas as vezes em que discutimos por causa da Isa e Day praticamente jurou que me amava me olhando nos olhos. Eu fui tão cega, meu Deus, tão ingênua. Eu enfrentei tanta coisa pra ficar com ela, me submeti a forjar uma mentira para os meus pais só para ficar com a Day e ela me retribui da pior forma possível. Que ódio!

Meu choro chega sem piedade. Cubro minha boca com as mãos para que o Nando não escute os gemidos de dor que deixo escapar. Eu nunca me senti tão sozinha e tão sem rumo. Mas vou precisar continuar o meu trabalho, não posso me permitir sofrer agora que estou prestes a lançar o EP.
Eu vou dar a volta por cima e a Day vai se arrepender muito de ter feito isso. Eu espero de coração que ela evolua depois disso, pois ninguém é feliz brincando com o sentimento dos outros.

- Por que Dayane? Por que você fez isso? Tudo que eu queria agora é poder arrancar de mim todo esse sentimento. Sinto mais raiva de mim por continuar alimentando um sentimento que nunca foi correspondido.
Talvez o Nando esteja certo… Tudo aconteceu muito rápido entre a gente... O namoro, a decisão de morar juntas. Eu deveria ter pensado melhor antes de decidir dividir parte da minha vida com outra pessoa que acabara de conhecer.

Fito o teto no escuro do quarto e tento pensar na minha carreira. É isso! Devo me ocupar o suficiente pra não pensar nela. Não demorou muito o sono veio, agradeci mentalmente pelas poucas horas que eu teria sem ter que sentir nada em relação a Dayane.
No dia seguinte, ouço Nando bater suavemente na porta. Abro e o encontro com uma bandeja de café da manhã.

- Bom dia, Ca. Imaginei que fosse preferir ficar sozinha hoje também, então trouxe seu café aqui. 

- Obrigada, Nando! - Sorrio gentilmente e pego a bandeja das mãos dele com cuidado, colocando na mesinha ao lado da cama.

- Se você quiser, podemos trabalhar de casa hoje. Tem um mini estúdio que montei aqui.

- Seria perfeito. Tudo que eu quero é ocupar minha mente, mas confesso que hoje não estou a fim de sair de casa.

- Tudo bem, ficamos aqui então. Vou ligar pra gravadora e pedir que tragam suas coisas e alguns equipamentos que faltam.

- Sabe de uma coisa? Ainda bem que eu não estou completamente sozinha aqui… Eu tenho você, meu amigo.

Nando alcança meu rosto fazendo carinho na minha bochecha.

- Sim… Como nos velhos tempos.

Após tomar meu café e Nando ter recebido as coisas da gravadora, me arrumei e fui encontrá-lo no cômodo que ele havia transformado em estúdio.
Passamos boa parte do tempo trabalhando e o único assunto que tínhamos era sobre música. Com isso, as horas foram passando e foi mais fácil para mim. Tive um dia produtivo e pude organizar muita coisa, eu praticamente não pensei na Day.
Tirei um tempinho para falar com a minha família também, exceto o Rafa. Ele era o único que sabia do meu relacionamento com a Day e eu não estava preparada para contar a ele tudo que tinha acontecido.
Quando a noite chegou, Nando pediu comida em um dos meus restaurantes favoritos e ficamos vendo filme até tarde.

○●○●○●○●○●○●○●○●○●○●○●○

Roi... Eu já volto!

CloserOnde histórias criam vida. Descubra agora