Capítulo 67

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CAROL

Não sei quanto tempo eu fiquei ali parada observando a porta que tinha acabado de bater.
Day passou por ela com tudo, mas antes me lançou um olhar que fez um frio percorrer todo o meu corpo.
O assunto entre nós está encerrado. Essas foram as últimas palavras ditas e eu não consigo explicar o tamanho do mal estar por tudo isso que aconteceu agora.

Nando me encarava com uma cara de bobo.

- Me desculpa, Nando – digo me afastando dele – Não era pra ter acontecido isso.

- Tudo bem, Carol. Não precisa se desculpar.

- Eu preciso sim. Meu Deus! Eu estava tão cega de raiva que agi por impulso!

Comecei a sentir um enjôo forte e fiz uma cara feia.

- Você tá bem, Ca?

- S-sim... Quer dizer, é apenas um mal estar. Você pode me deixar sozinha um pouco?

Nando me encara confuso.

- Tá, tudo bem. Qualquer coisa eu vou estar na outra sala.

Assim que Nando saiu da sala, eu corri para o banheiro e coloquei tudo para fora. Apesar de estar magoada com a Day, ver a reação dela depois de eu ter beijado o Nando me deixou muito nervosa. A vingança tem um gosto extremamente amargo e eu acabei de experimentar isso.

Eu e o Nando voltamos para casa, a princípio pensei que ele não tocaria no assunto, mas engano meu. Depois que saí do banho e fui para o meu quarto não demorou muito ele apareceu por lá.

- Posso entrar?

- Sim, claro!

Nando entrou e se sentou na ponta da cama.

- Então... Eu sei que você está um pouco confusa ainda, mas eu não me arrependo de ter correspondido o beijo hoje.

- Nando, por favor... - Tento interromper mas ele continuou falando.

- Não, eu preciso falar... Me escuta, por favor!

Me ajeitei na cama e continuei prestando atenção nele.

- Eu sei que você acabou de sair de um relacionamento e eu não estou querendo te forçar a nada. Mas é que... Poxa Ca, eu gosto tanto de você! A gente teve uma história linda e eu pensei que talvez a gente pudesse reatar isso. A gente não precisa ter pressa, eu posso esperar o seu tempo – Nando segura as minhas mãos e beija.

Respiro fundo para digerir tudo que eu ouvi. Eu tive um dia péssimo, eu ainda não me recuperei totalmente em relação a Day e ele vem propor de ficarmos juntos. Isso é sério? Me pergunto mentalmente.

- Olha Nando, eu não sei como falar isso sem que você se sinta magoado. Me desculpa, mas esse sentimento não é recíproco. Eu não quero outro relacionamento agora, eu terminei com a Day, mas isso não significa que eu não sinto mais nada por ela. Tudo que eu quero é que esse sentimento por ela passe logo... E em relação a você, é só amizade mesmo. Eu tenho carinho, tenho um pouco de apego a você por tudo que vivemos antes, mas ainda assim continua sendo um sentimento de amizade.

O sorriso que Nando esboçava no rosto foi desaparecendo à medida que eu falava e ao final, tudo que eu consegui ler em seus olhos foi decepção.

- Eu vou ser paciente... Como eu disse, você ainda está confusa.

Nando saiu do quarto e eu fiquei boquiaberta com o que eu acabei de ouvir. Como assim? Eu acabei de falar que não quero nada com ele. Como assim vai ser paciente?

Sei que ele está acostumado a ter tudo o que quer, sempre foi assim desde quando éramos crianças. A família abastada nunca lhe negou qualquer pedido e eu vejo agora que ele se tornou um homem incapaz de lidar com o sentimento de rejeição.

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