Capítulo 19

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DAY

Acho que fiz uma boa apresentação na reunião, eu estava confiante em relação a tudo que o Pedro falou.

Me despeço do Vitão e Isa e pego um uber para casa.
No caminho tento falar com Carol por chamada de vídeo, mas ela não atende e retorna em seguida com uma chamada de voz.

- Oi amor, é que não deu pra atender. Sei lá, meu celular meio que travou. *barulhos*

- Entendi. Acabei de sair da reunião, te liguei pra falar como foi. Tá ocupada? Tá uma barulheira aí.

- Ah sim... É... Baby, a gente pode se falar depois? Eu tô um pouco ocupada agora.

- Uhum, claro meu bem.

- Você tá indo pra casa agora?

- Tô no caminho. Mais 15 minutos e eu chego.

- Ok. Te ligo daqui a pouquinho então. Beijos, te amo.

- Também te amo, gatinha.

...

Chego em casa, tiro o tênis jogando no canto e vou até a geladeira em busca de alguma coisa pra comer, mas não tem nada, pelo menos nada que eu queira.

Resolvo tomar um banho primeiro e depois peço alguma coisa pra comer.

Logo que saio do banho, ainda enrolada na toalha, ouço meu telefone tocar.

- Day, você já chegou?

- Oi amor. Já.

- Que bom. Eu tenho uma surpresa pra você. Pedi pra entregar aí.

- Como assim? Passei na portaria e não me avisaram nada.

- Você vai receber pessoalmente aí.

- Ué, mas...

- É amor. A campainha vai tocar aí já já. Depois me fala se gostou. Beijos.

- Calma aí, esp.. - Ela desliga o telefone antes que eu termine de falar.

A minha namorada faz umas coisas que não dá pra explicar. - balanço a cabeça sorrindo.

Enquanto procuro algo para vestir a campainha toca. Só pode ser a surpresa que a Carol falou. Me apresso revirando a gaveta e a campainha continua tocando insistentemente.

- Já vai. Quanta pressa! - Grito.

O barulho está me irritando tanto que resolvo atender do jeito que estou: de short runner e um top preto.

Abro a porta e junto com ela a minha boca.

- Então é assim que você atende as pessoas quando eu não estou aqui? - Carol fala levantando uma sobrancelha e me olhando de cima a baixo com um sorriso malicioso nos lábios.

Continuo sem palavras. Ela então entra e me beija.

- Surpresa, amor!

- Não tô acreditando. Quer me matar do coração, Caroline? - abraço ela apertado.

- E aí? Gostou da surpresa?

- Foi a melhor da minha vida. - respondo com um sorriso largo.

- Então, eu tô com um monte de malas ali fora no corredor. Será que tem espaço pra mim aqui?

- Mentiraaa! - falo indo até o corredor para ver as malas - E seus pais?

- Eu não falei que estava resolvendo tudo pra vir morar em São Paulo?

- Sim, mas você falou essa semana que faltava um detalhe, que não ía dar agora e...

- Então, faltava só a passagem. Eu quis chegar de surpresa. - ela se aproxima e me dá mais um beijo.

- Tá feliz, amor?

- Muito - sussurro nos lábios dela.

...

Ajudei Carol a colocar as malas no quarto e enquanto ela estava no banho, eu pedia o nosso jantar.

- Pediu o quê, amor? Tô com fome.

- Hum... Eu pedi pizza.

- Tá ótimo. Que foi que cê tá me olhando aí com essa cara?

- Cara de idiota né? Eu não consigo parar de sorrir. Eu tô a ponto de explodir de tanta alegria. Você me deixa muito trouxa, Caroline. - falo ajeitando o cabelo para o lado.

- Vai vestir uma blusa. Não me responsabilizo pelos meus atos se eu te pegar. - ela joga a toalha em mim e vai para o quarto.

...

Após a pizza, ficamos deitadas no sofá assistindo TV. Contei da reunião, de tudo que rolou lá e ela também fica animada com a possibilidade da assinatura do contrato.
Ela se aconchega no meu peito e começo a acariciar seus cabelos. Não demora muito, sinto sua respiração pesada, inclino a cabeça para observá-la... Ela havia dormido ali mesmo.

Tento acordá-la com todo cuidado, falando baixo e dando beijos no topo de sua cabeça .

- Amor...

- Humm.

- Vem, vamos pro quarto. Cê tá muito cansada da viagem.

Ela levanta meio sonolenta e quando deitamos na cama, ela se aconchega novamente no meu peito. Continuo acariciando seus cabelos. Era como se nossos corpos soubessem automaticamente o que fazer, encaixando-se perfeitamente um no outro.

Um sentimento de paz invade o quarto e aquece meu coração. Faz tempo que eu não me sinto assim. Sorrio ao lembrar do termo que descreve bem essa sensação e que eu li por acaso na internet quando eu nem imaginava que teria Carol na minha vida:

Pronoia - é o que você sente quando tudo parece estar funcionando a seu favor.

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