Capítulo 57

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CAROL

- Filha, que saudade! Olha só pra você, está com uma cara ótima!

Minha mãe me abraça, praticamente me esmagando. Retribuo, mas rapidamente me afasto em busca de fôlego. 

- Oi mãe, que surpresa né! Poxa, podia ter avisado que aí dava tempo de programar algo legal… Quando que você volta mesmo?

- Ah eu quis fazer essa surpresa, ver pessoalmente como você está. Enfim, não se preocupe com a minha volta. Já resolvi tudo com o Nando.

Ela fala passando por mim e deixando a mala no canto.

- Vem sogrinha, vou mostrar seu quarto.

Lanço um olhar mortal para o Nando, mas sou completamente ignorada enquanto eles seguem em direção ao quarto. Decido acompanhar, pois não confio muito nos dois.

- Bom, mãe, vou deixar a senhora se organizar aí no quarto e descansar um pouco da viagem. Qualquer coisa que precisar, meu quarto é o segundo à direita e o do Nando fica no fim do corredor.

- Vocês dormem em quartos separados?

Hesito um pouco para responder, mas logo penso numa resposta coerente.

- Ué, mãe, não somos casados. Não quero apressar as coisas… Como a senhora diz, tudo no tempo certo né!

- Tá certa, filha. Tem razão!

Deixamos ela no quarto e antes de entrar no meu, Nando me segura pelo braço.

- Tem certeza que não é melhor… Hmm… Você sabe… ficar lá no meu quarto? Eu posso pegar um colchão... Só pra não ficar muito na cara, afinal ela acha que moramos juntos né.

- Quê? Tá doido? Claro que não. Eu já expliquei e ela entendeu. Tá tudo certo.

- Eu sei… Perguntei só pra confirmar mesmo.

Olho incrédula para ele antes de pedir licença e me trancar no quarto. 
Como sobreviver a esses dois dias nessa casa? Se forem dois dias né, porque até agora ela não me confirmou quando vai embora.

Como eu já esperava, Day me liga e eu atendo no mesmo instante. 

- Oi, amor.

- Oi, e aí? Tudo certo?

- Ah, tá né… Deixei ela no quarto de hóspedes e agora estou em outro quarto aqui.

- E o encosto?

- Está no quarto dele, não se preocupe com isso. 

Após um breve silêncio ouço Day suspirar do outro lado da linha.

- Poxa, cê acredita que o apartamento já está vazio aqui sem você?

- Eu mal saí daí e já quero voltar. A noite vai ser a pior parte… Quem vai brigar comigo puxando a coberta?

- Tá mas em minha defesa, eu não puxo a coberta de birra. Só tento te mostrar que ela é grande o suficiente pra duas pessoas e não uma, como você pensa.

- Ah mas eu puxo sem perceber.

Faço biquinho como se estivesse conversando pessoalmente com ela.

- Eu vou aí dormir com você! Vou entrar pela janela.

- Igual nos filmes de adolescente? - Sorrio ao perguntar.

- Sim, baby… Igual nos filmes de adolescente.

Day suspira novamente.

- Acha que sua mãe vai me odiar pra sempre?

- Ela não te odeia, Day.

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