Closer

Capítulo 68

CAROL

Marcos? Arthur? Espera eu já ouvi esses nomes antes...
Continuo prestando atenção no resto da conversa e o que eles falam ao final me atinge em cheio. A voz de Dayane ecoava na minha mente e então tudo começou a fazer sentido.

Flashback on

"[...] tinha dois caras lá na festa que são da gravadora. Arthur e Marcos… Até perguntei se eles conheciam você e o Nando.

Amor, tô sentindo algo estranho.
Ontem era como se eu tivesse desmaiado por muito tempo e depois quando acordei não conseguia pensar com clareza.

Eu não te traí, eu não fiz isso! 

PARA DAYANE! PARA DE SER FINGIDA, PORRA.
NÃO ENCOSTA ESSA MÃO SUJA EM MIM NUNCA MAIS!"

Flashback off

- Meu Deus! Não pode ser! - Digo colocando a mão na boca para abafar o som. Num impulso empurrei a porta fazendo os dois se assustarem.

- O que está acontecendo aqui? – Pergunto ofegante.
Marcos olhou para mim visivelmente assustado. Mas ao contrário dele, Nando enfiou a mão no bolso, abriu a carteira e calmamente começou a contar algumas notas entregando para Marcos em seguida. 

- Toma. Dá um jeito nisso. Agora pode sair daqui.

Marcos pegou as notas e saiu rapidamente passando por mim como se eu fosse invisível. 

- Nando, isso tudo que eu acabei de ouvir...

- É Carol, é isso mesmo que você ouviu. Eu dopei aquelas duas e mandei tirar umas fotos - ele respondeu naturalmente. 

Meu coração batia acelerado, como se fosse sair do peito a qualquer momento. Precisei me apoiar em uma das cadeiras e tentar controlar a respiração. 

- Você armou tudo. Você é um monstro, doente. Eu vou sair daqui agora.

- Pra que a pressa, meu bem? Senta aí que nós vamos ter uma conversinha.

- Nem morta! Eu não fico mais um segundo nessa casa, quem dirá perto de você. 

Viro as costas para o Nando, mas rapidamente ele adianta o passo antes que eu toque na porta.

- Eu disse que nós vamos ter uma conversinha - Nando fala entre dentes.

Sua mão aperta o meu braço com força, praticamente me arrastando de volta e me empurrando na cadeira. Gemo de dor ao sentir minhas costas colidindo na cadeira. A expressão dele me assusta, seus olhos estão frios como eu nunca tinha visto antes, mas tento não me intimidar na frente dele.

- Isso que você fez foi muito sério. Não tem conversa. Eu quero sair daqui agora, entendeu?

- Ah, Caroline - ele diz com um sorriso perverso nos lábios - Seu mal é ser muito teimosa, argumentar demais. Aliás, isso é uma coisa que eu quero que você mude daqui pra frente. Minha namorada deve ser gentil e não discordar do que eu falo ou faço.

- Eu nunca vou namorar com você!

- Ok. Vou te dar duas opções - Nando puxa outra cadeira e senta de frente para mim - Sei que você é uma garota esperta e vai escolher certinho - fala passando a mão no meu rosto e eu tento me esquivar.

- Opção um. Você fica aqui e as coisas continuam como estão ou opção dois, você vai embora, mas não lança o EP e...

- Você não pode me impedir de lançar um trabalho que é meu! - Sorrio sarcástica - Não preciso da sua gravadora, então eu fico com a opção dois e sim, vou levar minhas gravações para lançar em outro lugar.