CAROL
Acordei cedo e deixei a mesa do café posta pra quando a Day acordar, admito também que fiz isso mais por ansiedade mesmo.
Eu preciso ter uma conversa muito séria com o Nando, saber de uma vez por todas o que tá acontecendo.Fiquei pensando no que a Day falou ontem antes de dormir e me senti um pouquinho culpada, mas não posso falar com ela antes de saber a verdade. Tudo que eu tenho até agora são palavras soltas que o Nando falou, bêbado, por sinal.
Vou até o quarto e Day está dormindo como um anjo, não resisto e tiro uma foto. Só assim porque ela detesta ser fotografada. Em compensação no celular dela deve ter um álbum completo de fotos minhas que ela costuma tirar quando estou dormindo.
Engatinho sobre a cama, acordando ela com um monte de beijos. Ela acorda e tenta virar o rosto, mas consigo beijar sua boca.
- Amor, para. Eu acabei de acordar!
- E daí?
- E daí que eu estou com bafo e preciso escovar os dentes.
- Nossa! Sério? Não tô sentindo… Não fede o hálito dela gente, será que eu tô muito apaixonada?
Falo alto como se tivesse uma plateia nos observando.
- Vem tomar café comigo.
- Tá, mas por que acordou tão cedo hoje?
- Vou resolver umas coisas.
- Cedo assim?
- Daqui a pouco, amor. Vem logo!
Falo indo em direção a cozinha.
Depois de tomar o café, me arrumei e fui direto para a casa do Nando. Para todos os efeitos, Day acha que estou indo na gravadora. Não quis deixá-la preocupada.
…
Aperto a campainha insistentemente até que a porta se abre.
- Carol? - Nando aparece forçando os olhos por conta da claridade.
- Precisamos conversar - digo já entrando no apartamento.
Ele suspira em desânimo.
- Tá. Deixa eu lavar o rosto pelo menos.
- Eu aguardo, não estou com pressa. Cadê seus pais?
- Não voltaram de viagem ainda, devem ficar fora mais um tempo.
Aguardei até que ele fizesse sua higiene matinal e voltasse para a sala.
- E então?
- Eu que pergunto, Nando. Você me falou um monte de coisas ontem e estou até agora tentando entender.
- Olha, eu não lembro direito. Eu bebi e posso ter falado algumas coisas sem pensar.
- Só me interessa saber uma coisa: Por que falou da Day ontem como se ela estivesse escondendo algo de mim?
Nando esfrega as mãos no rosto.
- Primeiramente obrigado por perguntar, Carol, eu já estou bem melhor sim. E em segundo, o que eu falei da Day é uma das coisas que falei sem pensar.
- Você tá falando sério?
- Sim. Mas se você ficou com a pulga atrás da orelha já não é culpa minha, é sinal de que ela não é tão confiável assim.
- Ai não é nada disso. Só fiquei pensando no que você falou porque realmente não faz sentido, eu confio na Day.
Um breve silêncio permaneceu na sala.
- E sobre o que você falou que sente por mim? - Pergunto baixo e sem olhar pra ele.
Nando pigarrea antes de responder.
- É verdade... Não vou fingir que não sinto mais nada além da amizade porque é mentira. Mas tem toda essa questão de você estar namorando uma menina… fazer o quê?!
- O problema não é a Day, Nando, nunca foi. Mesmo antes dela aparecer na minha vida eu já não podia corresponder ao que você sente. Desculpa, mas da minha parte é só amizade mesmo.
Nando fica em silêncio analisando o peso das palavras que eu disse.
- Você me assustou ontem - falo em um tom mais calmo.
- Não sei porquê agi daquela forma. Me desculpa, Carol.
- Tudo bem. Nunca vi você desse jeito, então a bebida tem a sua parcela de culpa também.
Bom então era isso… Tudo foi esclarecido, né?- Carol, tem mais uma coisa… A sua mãe.
- O que tem ela?
- Ela tá vindo visitar a gente.
Me levanto do sofá assustada.
- Quê? Como assim? Pra quê?
- Ela falou só comigo porque quer fazer uma surpresa pra você.
- Nossa! Eu não sei o que fazer.
- É simples! Você vem passar o final de semana aqui.
Sento novamente e coloco as mãos na cabeça.
É uma péssima hora pra minha mãe vir… E como assim ela decide isso do nada? Ela não costuma viajar assim.- Valeu por avisar, tô indo nessa.
- Por nada! Depois a gente combina como vai ser então.
Volto para casa meio atordoada. A Day vai surtar e não é pouco. A gente não tem um minuto de paz. Eu já deveria saber que não dá pra sustentar uma mentira por muito tempo. Dessa vez ela vem passar um final de semana, mas e depois quando resolver ficar mais tempo?
DAY
- MANO, MAS NEM FUDEN…
- Dayane!? - Interrompo antes que ela termine de xingar.
- Amor, não! Nem pensar! Como assim passar o final de semana lá como se vocês fossem casal?
- Mas pra minha família eu namoro com ele, lembra?
- Isso tá estranho, Carol… Nada tira da minha cabeça que ele chamou ela pra vir de propósito.
- E o que ele ganha fazendo isso, Day? Sério, não faz sentido. Ele disse que ela quer fazer uma surpresa pra mim.
- Faz sentido sim! Você sabia que ele anda falando que foi teu namorado? Ele falou pra Isa! Tem noção do quanto isso é estranho? Tipo, pra quê contar algo de anos atrás?
- Day, mas não tem jeito. Ela vai vir e eu não tenho outra opção.
- Você pode simplesmente acabar logo com isso e abrir o jogo pra ela, Carol. Vai deixar ela te chantegear com esse negócio de doença até quando?
No calor do momento as palavras saem antes que eu pense. Carol abre a boca para falar, mas logo desiste e fica me encarando com um ar de decepção.
- Baby, não foi o que eu quis dizer - engulo em seco.
- Pra você é mais fácil falar né, Day?
Abraço Carol em um pedido mudo de desculpas por ter falado merda.
- Olha, fica calma. A gente vai resolver isso, ok? São só dois dias.
Ela assente com a cabeça e eu deixo um beijo sobre os olhos dela. Uma lágrima escorre na hora e eu puxo Carol para o meu colo. Ficamos assim por um bom tempo no sofá até ela se acalmar e me pedir pra fazer brigadeiro de panela.
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Closer
Fanfiction~ CONCLUÍDA Uma amizade improvável que começou em um reality show musical, o despertar de um sentimento novo e a corrida em busca de um sonho. Só vem! ⚠️ Conteúdo adulto 🔞