Capítulo 62

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DAY

Eu praticamente implorei pra Carol não ir porque algo me dizia que depois que ela cruzasse aquela porta ela não iria voltar. Mas ela nem se deu o trabalho de olhar para trás.
Estou confusa e assustada, não consigo entender as fotos. Tento lembrar em que momento eu estive  sozinha com a Isa, mas minha mente parece um grande borrão.

- Meu Deus! Não quero acreditar que eu bebi a ponto de fazer uma besteira dessa!

Vou deslizando no chão e Vitão me segura antes que eu caia.

- Day, senta aqui na cama. 

- Vitão, eu não traí a Carol. Você acredita em mim? - Digo entre soluços.

- Eu acredito, Day. Mas aquelas fotos são reais. Como explicar isso pra Carol? A mina saiu daqui atordoada, imagina descobrir uma coisa dessas assim?

Começo a chorar lembrando todas as palavras pesadas que foram ditas por Carol. Me dói a alma e o coração ser tratada dessa forma por alguém que eu sou completamente rendida e apaixonada. Uma das coisas mais estranhas da vida é que às vezes leva um bom tempo para amar alguém, mas para odiar acontece num piscar de olhos. A Carol me odeia agora e eu não tenho ideia do que fazer pra provar que não fiz nada… Na real, estou tão confusa que nem eu mesma consigo acreditar que eu não tenha feito.

- Eu preciso ver a Isa, ela deve ter algo pra me falar.

Tento levantar da cama, mas Vitão me impede.

- Ok. A gente vai falar com ela, mas não hoje. Tenta dormir um pouquinho que amanhã tudo se ajeita.

- Eu não consigo dormir assim, Vitão. Eu preciso resolver agora, a Carol tem que me ouvir.

Pego o celular e começo a ligar para Carol, mas após diversas tentativas a ligação é encerrada imediatamente. Ela restringiu meu número.
Abro o WhatsApp e vejo que ela está online.

- Carol, por favor, vamos pra casa conversar sobre isso. Eu prometo que amanhã tiro essa história a limpo, mas não me deixa. Eu não vou conseguir dormir sem antes resolver isso.

A resposta vem mais rápido do que eu esperava.

- ME ESQUECE DAYANE. VC NÃO EXISTE MAIS PRA MIM.

Em seguida a foto de perfil some e minha resposta fica presa na tela. 

- Carol me bloqueou - falo baixinho e Vitão me abraça.

- Eu sei que você não gosta de nada mal resolvido e é tão impaciente quanto eu, mas hoje não tem jeito. A Carol tá magoada e quanto mais você ficar atrás dela é pior. Vocês duas precisam esfriar a cabeça.

Assinto e ele se levanta.

- Aonde você vai?

- Para o meu quarto, nenis. Qualquer coisa pode me chamar lá.

- Fica aqui até eu dormir - peço num fio de voz com os olhos cheios de lágrimas e pela cara que ele faz eu tenho certeza que meu estado é digno de pena.

Vitão senta na ponta da cama e dá uma leve batida no colchão indicando que eu deveria deitar. Deito e ele me cobre, ajustando sua postura para que mesmo sentado ele consiga fazer cafuné na minha cabeça.

No dia seguinte, às seis em ponto eu acordo para ir embora.
Pego um uber e em vinte minutos estou entrando no apartamento. Tudo intacto, do jeito que deixamos antes de sair.

- Ela não passou por aqui ainda - falo respirando profundamente antes de me sentar no sofá. 

Não lembro quanto tempo fiquei ali, acordei com o barulho da chave na porta e prontamente levantei.
Carol entra e leva um pequeno susto quando me vê, mas logo desvia o olhar e passa por mim sem dirigir uma palavra.
Vou atrás dela no quarto e apenas observo Carol pegar várias peças de roupa e jogar na mala, dava pra perceber que ela estava com muita raiva ainda.

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