Capítulo 45

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Isa sai da cabine e fica no meio da gente para lavar as mãos. 

- É mesmo, Day? - continuo a conversa ignorando a presença de Isa.

- Amor, a gente já conversa sobre isso em particular.

- Fecha o zíper pra mim Carol?

Reviro os olhos e fecho a roupa da Isa. Ela percebe a tensão no ar.

- Hmm… vou indo então. Err… Obrigada Carol.

A porta bate indicando que Isa havia saído. Day dá um passo na minha direção e a porta range novamente.

- Esqueci minha bolsa.

Day estende a bolsa por cima do ombro.

- Obrigadinha… Tchau.

- Amor, eu fui buscar…

- Day, esquece! Não tô a fim de fazer o papel da namorada louca e ciumenta não.

Ela franze a testa estranhando minha calma.

- Mas nem tem porquê! Ela é só uma colega de trabalho. Eu sei que em 99% das vezes parece que ela tá dando em cima de mim, mas não é. É só o jeito dela. E todo mundo sabe que eu te amo e não escondo isso de ninguém. Enfim, ela só esqueceu o celular no carro e perguntou se eu podia acompanhar ela até o estacionamento, foi por isso que eu...

- Shh, tá bom. - coloco meus dedos nos lábios dela. - Vamos aproveitar a sua noite.

Volto para o salão e Day atrás de mim tentando acompanhar meus passos. 
Se essa Isa pensa que vai me tirar do sério hoje, não vai.

Paro a primeira bandeja de tequila que passa por mim e pego dois copos.

- Ei amor, vai com calma.

- Você não tem convidados para receber? Não tem que ficar ali com o pessoal da gravadora? Pode ir que eu tô muito bem aqui.

- Para com isso! 

Ela me puxa pela cintura, enfiando uma mão na minha nuca e me beija.
Sinto um calorzinho no coração que no momento não sei distinguir se é da tequila que desceu com tudo ou a sensação de ter a Day me pegando desse jeito na frente de todo mundo.

Ela circula o polegar no bico do meu peito por cima da roupa e depois aproveita para tocá-lo enfiando a mão pelo decote.

A iluminação do salão havia mudado para que o ambiente se tornasse próprio de uma pista de danças, então não dava para ninguém perceber, a não ser quem estivesse realmente muito atento, o que eu duvido muito com a quantidade de bebidas que estavam oferecendo ali.

O ar vai fazendo falta e eu puxo o lábio inferior dela prendendo entre os dentes.
Ela tenta continuar o beijo, mas eu me afasto. Ajeito meu decote e arrumo o cabelo para o lado.

- Pode ir lá que eu vou cumprimentar alguns amigos também - Dou as costas para ela e saio no meu melhor rebolado.

Day volta a dar atenção para o pessoal da Head Media e tira algumas fotos para divulgação.
Posso sentir seu olhar queimando em mim enquanto estou conversando com alguns conhecidos, ignorando completamente a existência dela e de Isa.

Convidamos o Nando também, na verdade foi mais uma insistência minha do que da Day. Depois do que ele fez pela gente, minha gratidão por ele só aumentou.
Percebo que ele acaba de chegar na festa e vou até ele.

- Nando! - dou um abraço demorado, como fazíamos antes na época da escola.

- Uau! Se eu fosse a Day não deixaria você sozinha assim - Ele pega minha mão e me faz dar uma volta completa.
Aproveito o embalo e continuo conversando sem soltar a mão dele. 

Nunca fui de fazer joguinhos, mas estava tão puta pela Day ter sumido da festa com a Isa que decidi não ficar por baixo da situação.

- Vem, vamos pegar uma bebida.

Ando de mãos dadas com ele até o bar. Olho de relance e percebo Day nos observando com um olhar mortal, mas não me importo.

Mais quatro doses e eu já estou visivelmente alterada. Posso perceber isso pelo tanto de palavras sem sentido e risadas durante a conversa.

Sinto Day se aproximando por trás, me envolvendo num abraço nada discreto e beijando meu pescoço.

- Ué, a dona da festa por aqui? - Pergunto irônica, tentando disfarçar as sensações que meu corpo estava sentindo só com o abraço dela.

- Vim ficar com a minha namorada...
Tudo bem, Nando? Que bom que veio.

- Tudo sim. Parabéns pelo EP Day e agradeço o convite.

- Bom, a Carol insistiu! - ela responde e continua beijando meu pescoço.

- Vou no banheiro. - Nando se retira e só depois que ele está longe a Day me solta e vem para minha frente.

Levo o copo à boca, mas na metade do caminho Day tira da minha mão e toma tudo.

- Não acha que já bebeu demais?

- Não, não acho. Estou tentando ter uma noite agradável assim como a sua.

Day não responde nada. Ela sabe que se continuar nesse assunto vai acabar em discussão.
Ao invés disso ela me puxa para ela e assume o controle do beijo. Por um momento esqueço minha raiva e permito que ela conduza tudo, me fazendo arfar e gemer baixinho quando ela força o quadril no meu. 

- Vem comigo no banheiro - Ela sussurra no meu ouvido, fazendo minha calcinha molhar.

- Não quero. Pode ir lá que eu te espero aqui.

- Você entendeu. Vem logo!

Permaneço alguns segundos travando uma luta interna: minha mente diz não, mas meu corpo diz sim.
Quando me dou conta já estamos nos atracando na cabine do banheiro. Ela sugando meu peito sem pena e eu vendo estrelas.

- Como tira isso? - ela resmunga baixo tentando abrir o cinto da minha roupa.

De repente tudo começa a girar e só dá tempo de empurrar a Day e vomitar na tampa do vaso.

- Ah não, baby!!! - Day fala levantando a tampa para mim.

Me abaixo e continuo jogando fora toda a tequila. Boa! Eu tô de parabéns, esqueci de comer e bebi todas na festa.

Day segura meus cabelos para evitar que sujem. Levanto com os olhos lacrimejando devido a força que fiz para vomitar.

- Vem cá - Ela arruma minha roupa e me conduz até a pia.

- Eu avisei né? 

- Day a última coisa que eu quero ouvir é isso. Eu sei que você avisou - Falo irritada.

- Vamos pra casa.

- Quê? Não! É a sua festa. Eu posso ir sozinha.

- Carol, eu não vou te deixar sozinha.

- O Nando pode me levar. Sério, curte sua festa. 

- Ata! No way! Vem, vamos pra casa… E a festa já está acabando também. 

Ela pega na minha mão e saímos.

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