Capítulo 41

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DAY

O aeroporto estava bem calmo. Acho que a movimentação maior costuma ser de manhã e a noite. Estava quase cochilando na cadeira quando me assusto com os passos de uma multidão pela área de desembarque.

Fico em pé e aperto os olhos para enxergar melhor. Logo vejo um pontinho ruivo caminhando no meio do povo. É ela!
Espero para que ela se aproxime mais, pois seria inútil andar no sentido contrário ao das pessoas.

Assim que ela me vê, corre para me abraçar e eu a pego girando de leve pelo ar.

- Deu certo amor. - a voz dela sai embargada enquanto me beija

- Deu sim, amor. Agora somos só nós duas. 

Nando continua parado nos observando com cara de paisagem.

- Bom, ela está entregue.

- Nem sei como te agradecer, Nando. Você é um anjo! - Carol o abraça dando um beijo no rosto.

- É verdade, Nando. Obrigada por tudo que você fez. - agradeço também. 

Tenho que admitir que talvez eu esteja errada sobre ele.

- Não foi nada, meninas! Carol, não esquece que eu moro relativamente perto de você agora. Qualquer coisa é só me ligar, vê se não me esquece hein! Vamos manter contato. Depois te ligo para combinarmos sobre a entrevista na gravadora.

- Ah! Já contou pra ela? - Reviro os olhos pensando que agora Carol será praticamente obrigada a manter contato com ele.

- Ué, amor. Você sabia?

- Sim, ele me contou e disse que faria surpresa pra você. 

- Vocês dois de segredinho, quem diria! Nando, pode deixar que manteremos contato. Serei eternamente grata. Fique à vontade para visitar a gente. Né, amor? - ela me encara sorridente.

- Ah, sim. Claro! - respondo apática.

Nos despedimos dele e seguimos em direção ao nosso lar.

Carol sai do banho enrolada em uma toalha, aproveito que ela está distraída procurando uma roupa na mala e fico atrás dela toda sorridente.

- O que foi? Quando você me olha assim com essa cara só podem ser duas coisas: fez besteira ou quer me contar uma novidade.

- Tenho algo pra você, baby. - aumento mais ainda o sorriso.

Pego a mão dela e coloco o pequeno embrulho amarrado com um laço de fita vermelha. Ela abre com cuidado.

- Que coisa mais linda, Day! Eu amei!

- Essa é a primeira lembrança da vida que estamos construindo juntas. Os chaveirinhos são pra lembrar que não importa o que aconteça, você tem a chave do meu coração.

- Pra sempre! - ela fala, completando a frase que estava gravada neles. - É lindo demais, amor.

Envolvo sua cintura com um braço e colo nossos lábios.
Não dá para descrever como é tê-la de volta. Saber que seu perfume vai invadir todo o ambiente, que vou acordar com sua voz rouca e manhosa ao lado e que de agora em diante meus dias vão estar completos e finalmente voltando a fazer sentido.
Caroline é bem mais do que eu já imaginei que poderia ter um dia. Eu soube desde o início que se me entregasse a ela não seria fácil desapegar depois.

Fechos os olhos sentindo seus lábios beijarem cada canto do meu rosto. Ahhh! Que saudade disso! Aperto mais o corpo dela contra o meu, desejando que a gente fique assim pra sempre.

- Baby, vamos pedir alguma coisa pra jantar. - Falo com dificuldade enquanto meu rosto está espremido nas mãos delas.

- Não. Deixa que eu vou preparar algo pra gente. Vou cuidar da minha namorada agora porque eu aposto que ela só comeu besteira durante esse tempo. Mas antes deixa eu colocar uma roupa. - ela sai em direção ao banheiro, ajustando a toalha sobre o corpo enquanto eu permaneço admirada, custando a acreditar que ela realmente estava de volta.

- É bom colocar uma roupa mesmo, gatinha. Eu tava quase puxando essa toalha. 

- Safada! - Ela olha para trás e dá uma piscadinha, antes de entrar no banheiro.

- O que você vai fazer? - pergunto ao chegar na cozinha abraçando-a por trás. 

- A única coisa comestível que tem nessa cozinha: um pacote de macarrão quase vencido. Meu Deus, amor, o que você andou pedindo pra comer?

- Tá bom, baby. Está ótimo.
Ah eu pedia comida congelada também, não era só besteira. Amanhã a gente faz algumas compras. - falo distribuindo alguns beijos em seu pescoço.

- Amor você está parecendo aqueles macaquinhos que ficam grudados nas costas das mães.

- É que eu tô com muita saudade da minha namorada, mas ela não me dá atenção. - continuo com a boca colada em seu pescoço. 

- Mas eu tô dando atenção. Vou te alimentar, cuidar de você.

- Tem um celular vibrando - olho para a bancada -  É o teu amor - entrego para ela.

- É o Rafa. Oi Rafa. Sim, cheguei bem fica, tranquilo. Tá, pode deixar. Te amo!
Ele quer falar com você. - fala me devolvendo o celular.

- Oi Rafa. Uhum... É sério que você tá me falando isso? Claro que sim, você sabe disso. Ué, nem precisa aceitar, eu não vou devolver mesmo. Tá bom. Um beijo.

- O que ele disse? - ela me encara confusa. 

- Disse pra eu cuidar de você e que ele não aceita devoluções. Aí eu respondi que não ía te devolver mesmo.

- Nossa! Eu sou uma piada pra vocês? - coloca a mão no peito ofendida.

- Bem, pelo menos não foi a tua mãe que ligou, né? 

- Ai, nem fala. Eu sei que ela vai ficar me ligando e vai ligar para o Nando também por isso até combinei uns discursos com ele. Conheço bem a minha mãe…
Bom, o jantar está pronto amor. Me ajuda a colocar a mesa, só vou pegar essa assadeira de vidro aqui pra colocar o macarrão. - Ela fica na ponta dos pés e dá alguns pulinhos tentando alcançar. Sorrio ao ver a cena.

- Baby, não! Deixa que eu pego pra você. - falo, mas ela acaba alcançando a assadeira e passa por mim toda convencida por ter conseguido.

Minha baixinha marrenta está de volta.

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