"Uma leitura leve e marcante, com personagens queridos que vão conquistar seu coração."
Lorena Medeiros é uma jovem que carrega consigo grandes responsabilidades. Desde a dolorosa morte de sua irmã, Lorena se tornou responsável pelo pequeno Maycon...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Colocar os pés outra vez nesse país me trouxe lembranças, flashs de momentos felizes da minha infância ao lado da minha família completa me tomam, sinto a súbita vontade de chorar quando um bolo se forma em minha garganta.
Perder meu pai e minha avó aos dezessete anos foi devastador, passei a morar com minha mãe em Boston por falta de escolha. Meu avô Joaquim ficou por aqui aos cuidados de profissionais, senti sua falta todos os dias, e terrivelmente sentia que de certa forma havia o perdido também.
Depois do colégio ingressei em uma universidade, o sonho dos meus pais era me ver se formar em administração ou qualquer outro curso que me capacitasse à cuidar dos negócios da família. Passei oito anos nos EUA e enquanto isso, um dos funcionários de confiança de meu pai, ficou responsável pela nossa agência de viagens, as coisas estavam indo bem até agora, Roberto está passando por uma situação delicada, sua saúde não anda muito bem. Por isso, agora preparado, tomarei a frente de tudo, os papéis já estão prontos esperando por mim. Entendo que será um grande desafio, mas pretendo passar por cima de qualquer dificuldade como meu pai sempre me ensinou a ser.
A casa permanece da mesma forma, o jardim ainda está sendo bem cuidado, pedi a minha mãe que permanecesse com os funcionários, daríamos um jeito de pagá-los com os cuidados da casa, afinal, ela é importante para mim.
Quando abro a porta, sinto o cheiro delicioso de comida, logo Mirian surge na sala com um vasto sorriso nos lábios. Essa mulher trabalha conosco desde que me entendo por gente, senti sua falta mais do que pode imaginar. Deixo minhas malas no canto da sala e sem pedir permissão a abraço com força. Demora um tempo para que eu a liberte dos meus braços e então, Mirian seca algumas lágrimas que descem dos seus olhos.
— Você cresceu, está tão lindo, Gu! Que saudade que senti de você, meu menino.
— Lindo eu sempre fui. E sobre saudade, acho que nem sei descrever o quanto. — Seu sorriso me atinge uma outra vez, me sinto mais leve estando diante dela.
— Claro que sim! Seu quarto está limpo só esperando por você. Fiz a lasanha de quatro queijos que tanto amava, suba deixar suas coisas e venha comer logo.
— Exatamente como me lembro, pensei que quando completasse meus vinte e cinco não receberia mais ordens da senhora. — Provoco e recebo um pequeno tapa no braço. — Vou subir, estou ansioso para provar da sua comida outra vez.
Andar pelo corredor vazio, observar as portas dos quartos fechadas e o silêncio, me deixa triste e preocupado com meus dias seguintes. Sei que passarei boa parte do meu tempo contemplando o silêncio e a ausência da família. Não passo muito tempo me apegando a lembranças e pontos negativos de estar aqui, deixo minhas malas no canto da cama de casal, me observo no espelho e reparo no cansaço evidente, as horas dentro do avião me deixaram destruído. Pretendo descansar mais tarde depois de toda a euforia passar.
