C A P Í T U L O 11

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														Foi um fim de semana intenso, neurônios fervilhando, coração apertado e um medo terrível de tomar decisões que possivelmente possam prejudicar minha vida profissional

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Foi um fim de semana intenso, neurônios fervilhando, coração apertado e um medo terrível de tomar decisões que possivelmente possam prejudicar minha vida profissional.

Dizer adeus àquele emprego foi angustiante, mesmo que Joaquim esteja precisando de uma companhia, me sinto uma maluca por ter dito sim. Deixei meu coração falar mais alto, às vezes me arrependo, outras não. Fico o tempo todo me julgando por não ter resistido. Maycon está feliz, sabe que agora não ficará mais muito tempo fora de casa, e ouvir dos lábios de Gustavo, que eu poderia levar meu sobrinho sempre que precisasse, foi realmente bem  absorvido pelo garotinho.

Combinei de assinar os papéis da demissão, Suzana não se importou muito com a minha partida, Dora lamentou e Jussara me chamou de maluca, mas depois surtou quando contei a proposta que Gustavo me fez. Maria me deu um abraço forte, Celma lamentou muito e os demais me pediram para visitá-los sempre que pudesse. A verdade é que amo cada um deles como se fossemos uma família. Seco algumas lágrimas que escorrem por meus olhos antes de abrir a porta do salão onde costumávamos dançar.

Não contive minha surpresa ao ver alguns dos funcionários reunidos juntos dos pacientes. Haviam algumas bexigas, um bolo que parecia muito saboroso e alguns copinhos descartáveis coloridos espalhados pela mesa.

Jussara foi a primeira a me abraçar, foi impossível não me render às lágrimas, e com isso recebi um abraço coletivo de algumas enfermeiras e cuidadoras.

—  Te acho uma maluca, mas se realmente conseguiu um salário melhor, estou contente e muito feliz por você! —  Dora me diz enquanto seca uma de minhas lágrimas.

—  Obrigada, Dora!! Obrigada meninas por essa surpresa... Eu juro que não esperava.

—  Conseguimos convencer a Laura, foi difícil, a ridícula da Suzana quase barrou nossa festinha, mas perdeu... Detesto aquela mulher. —  Jussara não se importa com discrição e finge sentir náuseas quando menciona a mulher.

Todas acabamos rindo do seu jeito de agir e falar. Sentirei mesmo muita falta dessas pessoas.

—  Jussara andou me dizendo que seu chefe é um verdadeiro pedaço de mau caminho. —  Clara, uma das enfermeiras me cutuca os ombros enquanto deixa um sorriso sugestivo nascer nos lábios.

—  Não sei de onde a Jussara tira essas coisas.  —  Sinto as bochechas queimarem, e nem mesmo entendo a razão.

—  Ah não sabe? Dos olhos, meu bem. Porque é a única coisa que se precisa ter para enxergar toda aquela beleza. —  Reviro os olhos diante do seu comentário. —  Vai dizer que estou mentindo? —  Uma pequena rodinha se formou, e agora todas estão me olhando atentamente.

—  Ele é bonito sim. Mas eu não fico reparando muito, o Gustavo é como qualquer outro homem que tenha uma boa aparência... Nada de diferente... —  Por um momento seus olhos aparecem em minha mente.

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