C A P Í T U L O 31

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												É totalmente estranho para mim acordar nos braços de um homem, pela primeira vez passei uma noite com Gustavo e confesso que tive medo do que isso significaria, mas como sempre ele tem sido compreensivo comigo, mesmo depois de jogar so...

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É totalmente estranho para mim acordar nos braços de um homem, pela primeira vez passei uma noite com Gustavo e confesso que tive medo do que isso significaria, mas como sempre ele tem sido compreensivo comigo, mesmo depois de jogar sobre ele uma enxurrada de informações e tristezas da minha vida.

Devagar, retiro seu braço de cima do meu corpo, Gustavo se mexe um pouco e fico o observando, seu semblante tranquilo denúncia o sono profundo, passamos uma parte da noite conversando depois adormeci em seu peito recebendo carícias e beijos, acho que adoraria ficar com ele assim todas as noites, mas entendo que seria pedir muito por agora, estamos caminhando lentamente e mesmo assim tudo está muito bom, às vezes tenho medo de que algo possa nos separar, mas eu sei que lutaria por ele até não ter mais forças antes de deixá-lo partir para longe de mim.

Coloco os pés no chão e caminho lentamente para fora do quarto, o corredor me assombra como sempre, mesmo sabendo que o dia já amanheceu lá fora ainda preciso apressar meus passos e torcer para não cair no escuro desesperador do cômodo. Maycon ainda dorme, fico aliviada porque sei que se acordasse e não me visse faria perguntas, e não sei se conseguiria responder todas elas.

Deito sobre a cama fria e começo a imaginar o quão sem graça serão minhas próximas noites depois de descobrir que dormir com Gustavo é tão bom e acolhedor.

[...]

Tomar café com os Monteiro é animador tanto para mim quanto para Maycon, já nos acostumamos com tanto carinho que recebemos e nem foi preciso tanto tempo. Joaquim ainda está agradecido pelo dia que passamos no asilo, e se eu pudesse planejaria momentos assim todos os dias só para vê-lo bem.

Depois da refeição, nós nos reunimos na sala para conversar. Do lado de fora o vento gelado se espalha para todo canto, dias assim são os mais difíceis para Joaquim, ele sempre fica mais abatido pela dor que sente, a compressa com água quente ajuda, mas não é tão eficaz. Os remédios são a melhor solução agora e mesmo assim a dor persiste, ainda mais depois de um dia agitado que passou.

—  Vô, como se sente? —  Gustavo toca o ombro de Joaquim, e em seus olhos consigo enxergar a preocupação.

—  Um pouco de dor nos joelhos apenas, nada de mais, meu filho. —  Joaquim não esboça um sorriso como costuma fazer, está sempre tentando demonstrar ser super forte, mas hoje não está sendo capaz de esconder.

—  Quer ir ao médico? Talvez a Laís possa ajudar com algum remédio...

—  Não precisa disso, Gustavo, eu estou bem! Nada de chamar a Laís.

Ele ainda continua implicando com a mulher, a personalidade de Joaquim fica cada vez mais forte,  é um dos efeitos da idade avançada. Laís é uma ótima profissional, não gosta muito de conversas e fica sempre calada, mas nos acostumamos com seu jeito... Bom, alguns de nós.

—  Precisa se agasalhar mais...

—  Lorena tem razão, Joaquim, vou pegar outro casaco e uma coberta! —  Mirian se levanta decidida.

Antes De DesistirOnde histórias criam vida. Descubra agora