C A P Í T U L O 3

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												Quinta-feira

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Quinta-feira. A semana de trabalho está prestes a encerrar, me sinto aliviada por poder descansar no final de semana, já tenho tudo organizado em mente. Penso em passar o dia todo assistindo filmes, Maycon terá que abrir mão dos seus jogos, ou então estarei disposta a esconder seu aparelho e controle.

Acabo rindo sozinha quando me lembro da sua felicidade ao ganhar o presente, foi realmente sofrido e por sorte consegui um bom anúncio na Internet, valeu a pena o esforço em juntar o dinheiro e ver o sorriso estampado em seu rosto.

—  Por que está rindo sozinha? —  Joaquim me faz voltar a realidade com sua aparição repentina. Toco o peito bem onde meu coração dança em batidas.

—  Que susto, Joaquim. —  Ele sorri abertamente achando graça. —  Eu estava me lembrando do dia em que dei um presente que o Maycon tanto queria... Se lembra dele?

—  Oh sim, me lembro bem! Devia trazê-lo qualquer dia, aquele menino é uma graça.

—  Ele é terrível também, gostaria de trazê-lo, ele gostou muito do senhor. Mas sabe como é, a Suzana não gosta muito dessas coisas. —  Faço uma careta e Joaquim demonstra compreender.

—  Então... Pode levá-lo para me visitar quando eu sair daqui. —  Joaquim me olha com cuidado, não demonstra muito de suas emoções, mas espera por alguma reação da minha parte. —  Não sei se já te disseram, mas meu neto está cuidando das coisas para me tirar daqui. 

—  Sim, fiquei sabendo disso. —  Me esforço para não demonstrar nenhum indício de tristeza.  —  Está feliz?

—  Sim, muito. —  Responde sorrindo abertamente. Isso me deixa aliviada. —  Mas sentirei falta... Talvez demore a me acostumar de novo com o silêncio.  —  Percebo uma certa preocupação também.

—  Virá nos visitar? —  Pergunto esperançosa. Quero muito manter contato com ele, Joaquim tem sido um grande amigo, acho que nunca me afeiçoei tanto a alguém.

—  Claro que sim. Não conte aos outros... —  Joaquim se aproxima do meu ouvido com uma expressão traiçoeira. — ... Virei sempre que puder visitá-la, sentirei mais falta sua do que dos outros cuidadores. —  Ele se afasta me deixando rir baixinho. Tem um pouco de euforia em mim também.

—  Gostei de saber disso, aliás, vou sentir muita falta também. —  Suspiro baixinho e deixo um sorriso casto nos lábios. —  Prometa se cuidar? —  Ele assente. —  Prometa também que vai deixar pelo menos um dia da semana para assistir um filme e relaxar?

—  Talvez eu assista um bom filme, mas não esses de romance meloso que tanto gosta, Lorena. —  Joaquim força uma careta e me faz cair em risos outra vez. Sabia que reagiria assim.  —  Mas , gostaria de receber sua visita em minha casa, me faria muito bem. Meu neto com toda a certeza não se incomodaria.

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