C A P Í T U L O 9

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																					Acho que não exagerei quando imaginei uma casa grande

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Acho que não exagerei quando imaginei uma casa grande. Claro que não, a família Monteiro tem uma linda mansão. Olho rapidamente para as minhas roupas, minha simplicidade nem combina com todo esse luxo. Algumas pessoas da minha rua me olharam surpresas, um carro enorme desses na frente da minha casa, no mínimo devem pensar que alguém está me bancando. Só de imaginar isso, sinto raiva.

Sou independente, e sempre será assim, mesmo com pouco tenho o suficiente para me manter viva e pronta a lutar por mais.

Maycon salta do carro e vai direto para a pequena cascata no meio do jardim, ele pisa sem dó em cima da grama, e quase sinto meu coração errar uma batida com o medo de passarmos vergonha na casa de Joaquim.

—  Sai daí garoto! —  Maycon me olha assustado, não vê nada de errado e volta para mim com uma expressão meio emburrada. —  Fica só do meu lado, Maycon, deixa de ser curioso.

—  Só fui dar uma olhadinha, tia. —  Resmunga.

O tal César sorri para nós de um jeito educado, mas tenho certeza que por dentro está querendo nos levar de volta. Tenho até medo de ficar por muito mais tempo aqui e estragar alguma coisa.

Caminhamos até a porta como o motorista indicou. Antes de chegar completamente, há uma mulher entre a faixa dos cinquenta anos eu diria, ela tem um grande sorriso no rosto, seu vestido vai até os joelhos, a estampa é florida, seus cabelos estão presos em um coque simples.

—  Boa noite, você deve ser a Lorena! Me chamo Mirian. Ouvi muito sobre você nessa casa, é um prazer finalmente te conhecer.  —  Mirian me puxa para um abraço inesperado, mas muito bom. Me senti acolhida por alguns segundos. Seus olhos caem para Maycon e novamente outro sorriso contagiante surge. —  Como vai, Maycon? Também ouvi muito sobre você.

Gustavo caminha até a porta com as mãos nos bolsos da calça, a forma como anda confiante, me chama a atenção. Gustavo Monteiro é um homem lindo, isso não nego, seus olhos azuis são como o céu e ele faz questão de exibi-los com seu olhar intenso, só desvio de sua atenção quando Mirian toca meu braço.

—  Venha, vamos jantar! Joaquim está esperando os dois.

Gustavo chega até nós, Mirian se assusta um pouquinho e Maycon já entra em minha frente para cumprimentá-lo.  Não tenho mais seus olhares em mim  quando Gustavo abaixa para cumprimentar Maycon.

—  Olá, Maycon, como você está?

Os dois se cumprimentam em um toque de mãos, como se fossem amigos próximos. Maycon gosta dele, e parece que Gustavo entende isso muito bem. Espero que essa gentileza toda não seja apenas para me fazer ceder. E me refiro da mesma forma sobre o jantar, que aliás, cheira muito bem.

—  Estou bem, sua casa é muito grande. —  Maycon observa tudo, está impressionado. Também estou, mas a diferença é que sei disfarçar, coisa que Maycon não se importa nada em fazer.

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