C A P Í T U L O 5

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																									Maycon e eu passamos uma tarde toda assistindo filmes, é bom poder tê-lo por perto de mim

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Maycon e eu passamos uma tarde toda assistindo filmes, é bom poder tê-lo por perto de mim. Se não fosse por ele, meus dias não seriam felizes, eu teria que conviver com a solidão.

Beijo sua bochecha antes de puxá-lo para um abraço apertado enquanto os créditos vão subindo pela tela.  Maycon não gosta de tanta demonstração de carinho, principalmente quando faço isso na frente dos seus colegas, mas insisto porque sei que chega o momento em que tudo o que precisamos é de um abraço para acalmar tempestades dentro de nós, desta forma, saberá que não precisa ter restrições comigo. Meus braços estarão sempre abertos para ele.

—  Já chega, tia. —  Resmunga me fazendo rir baixinho e soltá-lo. O garoto  cruza os braços, emburrado, se afastando para sentar na outra ponta do sofá.

—  Como pode me rejeitar desse jeito, Maycon? Aposto que seus amigos abraçam as tias deles.

—  Não abraçam, não.

—  E como sabe? Andou perguntando? —  Cutuco a lateral do seu corpo e Maycon se contorce forçando para não rir. Me afasto um pouquinho dando trégua ao garoto quase ofegante. 

—  Eu não perguntei, tia. Mas eles não abraçam ninguém, estamos crescendo e meninos grandes não abraçam as tias e nem os pais.  —  Maycon agora me olha esperando que eu diga algo. Mas na verdade estou mesmo sem palavras.

— Essa é a maior besteira que já ouvi em toda a minha vida, garoto. Precisa trazer seus amigos aqui, vou ensiná-los direitinho como se faz. Nem pense que vou facilitar para você e deixar de abraçá-lo. Não tem nada de errado em demonstrar o que sente, Maycon. 

—  Se você está dizendo... Então é porque é verdade. —  Ergue os ombros despreocupado com qualquer coisa.

—  Isso significa que posso te dar um super abraço agora? —  Deixo evidente um sorriso travesso, abro os braços insinuando uma aproximação.

—  Não tia, ah não!! —  Maycon corre pela casa fugindo de mim.

Não demora nem um segundo e já estou correndo atrás dele. Dessa vez o garoto não me escapa.

[...]

Coloco o café sobre a mesa, Maycon ainda dorme e permito que acorde mais tarde como todo o domingo. O sol está estalando do lado de fora, me permito aproximar da janela e observar o início da movimentação da rua. Não é um lugar muito movimentado por automóveis, mas as pessoas estão sempre andando de um lado para o outro, principalmente em dias de feira.

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