"Uma leitura leve e marcante, com personagens queridos que vão conquistar seu coração."
Lorena Medeiros é uma jovem que carrega consigo grandes responsabilidades. Desde a dolorosa morte de sua irmã, Lorena se tornou responsável pelo pequeno Maycon...
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Tudo está caminhando muito bem, a ansiedade me toma a cada minuto que passa, hoje mesmo irei buscar meu avô e trazê-lo para casa. Mirian está animada, já organizou tudo, comprou roupas de cama, pijamas, um abajur e algumas outras coisas de decoração. É nítido o quanto está animada, Mirian é como se fosse da família, não consigo vê-la de outra forma.
Deixo a empresa depois de uma manhã turbulenta, neste momento estamos enfrentando declínios nas vendas e não consigo encontrar formas de resolver o problema sem me extressar. Entro em meu carro, gosto de dirigir porque me faz bem, me acalma, mas em boa parte dos dias peço ajuda ao meu motorista César, ele é também um bom amigo.
Não penso em ir para casa e vou direto ao asilo, ainda me deixa atormentado não ter ajudado meu avô antes, entendo que o lugar seja organizado e tenha profissionais capacitados, porém, nada pode ocupar ou substituir o carinho de uma família. Lembro-me da nossa união, de todos os momentos que tivemos. Foi tudo único e ficará guardado em minha memória para sempre, prefiro eternizar estes sorrisos ao invés de reviver toda a dor que senti quando meu pai e minha avó partiram.
Sou recebido por Suzana, a mulher não parece ser amigável e me pergunto quantas pessoas com a mesma personalidade trabalham aqui.
— Não sei se nossa coordenadora te avisou, mas Joaquim ganhou uma festa de despedida, foi organizada por algumas funcionárias. Quer que o chame agora mesmo?
Uma festa de despedida parece bom, diz muito sobre como meu avô é querido por aqui, fico feliz, muito feliz.
— A festa ainda está acontecendo?
— Sim. — Suzana checa o relógio de pulso e ergue os olhos para mim logo depois. — Faz dez minutos que começaram.
— Acho melhor esperar. Talvez seja melhor voltar mais tarde. — Olho para o corredor que dá acesso a um salão, posso ouvir alguns ruídos, me parece música. Meu avô não é tão apreciador de coisas barulhentas, ele sempre preferiu o silêncio. — Pode perguntar a ele se quer ir embora agora? — Talvez meu avô precise ser salvo. Fico imaginando como deve estar se sentindo lá dentro.
— Fique à vontade para perguntar a ele!! — Suzana esticou as mãos na direção do caminho onde devo seguir para encontrá-lo. — No final do corredor à direita!
— Obrigado!
Suzana apenas acena e deixa o ambiente para entrar em uma das salas que presumo ser sua. Caminho pelo corredor pensando em como posso tirá-lo de lá sem parecer rude, tenho certeza que essas pessoas possuem as melhores das intenções, mas cada vez que chego perto o som se torna ainda mais alto, é um tipo de forró não sei ao certo, pobre avô Joaquim.
Abro a porta e me deparo com uma cena que jamais imaginei em toda a minha vida. A felicidade estampada nos rostos é quase contagiante, mas o que me impressiona não é isso, e sim o quanto meu avô parece contente no meio dessas pessoas.
