"Uma leitura leve e marcante, com personagens queridos que vão conquistar seu coração."
Lorena Medeiros é uma jovem que carrega consigo grandes responsabilidades. Desde a dolorosa morte de sua irmã, Lorena se tornou responsável pelo pequeno Maycon...
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Dias exaustivos são mais recorrentes do que imaginei que seria. Dirigir a empresa não está sendo fácil, Roberto não pode estar sempre presente por conta da sua saúde comprometida, e sinto sempre os olhares fulminantes em minhas costas quando passo pelos funcionários.
De primeira, achei que seria mais tranquilo, porém, acabo de descobrir que por mais maduro e capacitado, em outros olhos ainda sou um garoto. Isso me deixa frustrado, às vezes sinto desejo de jogar tudo para o alto, mas meu avô sempre me dá os melhores conselhos. E sei que não sou tão imaturo a ponto de correr dos problemas. Posso enfrentá-los e sempre estarei disposto a isso.
O maior problema é não ter muito tempo ao lado do Avô Joaquim, em muitos momentos percebo que não há muitos sorrisos, não há muita empolgação nos seus dias. Às vezes ouço sobre suas lembranças alegres e divertidas no asilo, e percebo que sente falta de estar no meio das amizades que construiu. Se completaram três meses desde a minha volta, muitas coisas ainda precisam se encaixar e quando acontecer, estarei disposto a passar mais tempo ao lado dele.
César dirige devagar pela rodovia, horário de pico sempre tem congestionamento, é uma rotina, talvez a que mais detesto. Ouço o telefone tocar, o nome de Mirian brilha na tela.
— Oi Mirian, está tudo bem?
— Não muito... Estamos no hospital.
Suas palavras ainda que cautelosas me atingem com força. As mãos trêmulas e o coração agitado me atrapalham quando tento dizer alguma coisa.
— Eu e Laís estamos com ele. Joaquim está bem, o médico disse que ele ficará em observação hoje. Venha até aqui, estamos no Hospital Roman.
— Estou chegando...
A ligação se encerra, peço a César que me leve até o hospital. Pouco depois de quinze minutos já estamos na frente. Desço correndo pedindo informações na recepção, meu desespero é o bastante para assustar as funcionária, mas pouco me importa, só preciso vê-lo.
Mirian está sentada ao lado de Laís, a enfermeira do meu pai, a contratei na semana em que o trouxe para casa, é uma boa profissional, é séria, meu avô às vezes reclama disso, ele gosta de sorrisos. E quem não gosta?
— Oi, meu filho... — Mirian se levanta, seus olhos estão avermelhados, denunciando o choro.
— Oi, Mirian, o que aconteceu?
— Seu avô sentiu dores e muita falta de ar, ligamos para a emergência do hospital na hora em que ele se queixou. Dei aspirina para ele enquanto não chegavam, acredito que isso tenha ajudado. Ele teve um infarto, mas o médico acaba de dizer que está tudo bem. Ele tomou um calmante, estava muito agitado. — Laís explica com tranquilidade.
— Onde ele está? Eu quero vê-lo. — Peço desesperadamente. Mirian toca minha mão como se precisasse me acalmar.
— O médico disse que logo poderemos vê-lo, sente-se um pouco, meu filho.
