C A P Í T U L O 39

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									Joaquim tem passado dias difíceis, mesmo com a medicação sente muita dor, principalmente nos joelhos

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Joaquim tem passado dias difíceis, mesmo com a medicação sente muita dor, principalmente nos joelhos. Fica difícil caminhar com ele, e nossas leituras nem parecem mais tão prazerosas. Às vezes conseguimos tirar dele alguns sorrisos, mas se tornaram momentos mais raros.

Regina ainda está aqui conosco, completaram-se duas semanas desde a sua chegada, ela tem se esforçado bastante para me aceitar, até que nos damos bem, tirando os momentos em que ela decide argumentar sobre possíveis detalhes do casamento.

Por falar nisso, ainda não acredito completamente que irei me casar, às vezes me pergunto se realmente é necessário corrermos tanto para organizar uma festa, mas meu coração me diz que estamos no caminho certo. Gustavo me convenceu de realizarmos a cerimônia no final do mês, também me disse que havia prometido ao avô que faríamos tudo aqui mesmo em sua casa, até gostei da ideia, quero algo simples, o problema é convencer Regina de que não precisamos de decorações luxuosas.

- Lorena, o que está fazendo? - A voz de Regina me causa um susto desnecessário, e quando me viro para ela, percebo suas feições que não demonstram felicidade alguma.

- Comendo bolo?! - Ergo o pratinho de plástico que Mirian acabou de me entregar. - A senhora quer um pedaço? - Como resposta ouço um grunhido baixinho.

- Por que está comendo bolo, enquanto deveria estar se arrumando? O fotógrafo acabou de chegar... Onde está o Gustavo? Vocês são como crianças!!

- Estou aqui, mãe!! - Gustavo surge pela porta e deixa um beijo na bochecha da mãe, que continua com seu estresse medonho. - Por que está com essa cara?

- Lorena?! - Regina arqueia as sobrancelhas para mim enquanto cruza os braços. Seus olhos recaem para o bolo em minhas mãos e depois para o meu corpo.

Não preciso de muito para entender o seu recado, por isso, - como uma boa garota-, deixo o delicioso chocolate na mesa. Gustavo me olha segurando os risos enquanto passo por eles. Se eu soubesse que seria assim, na certa preferiria organizar o casamento em pelo menos uns três anos, e de preferência sem a ajuda de Regina.

O vestido esticado sobre a cama ainda está dentro da sua capa, não tive a chance de vê-lo pessoalmente, Regina me disse que é uma peça importada e que foi feito sob medida, nunca vesti algo assim e tenho até medo de estragar alguma coisa. Ouvi tanto que não poderia exagerar na minha alimentação para não engordar e fiquei traumatizada.

Depois de descer o zíper e ficar frente a frente com o vestido mais elegante que já vi, deixou-me pasma. Ele é longo, tem alças finas e um detalhe trançado no decote, colocá-lo no corpo e me olhar no espelho me fez desconhecer a mim mesma, mas não nego que adorei me sentir mais bonita, Regina tinha razão quando mencionou que a cor dourada realçaria o tom da minha pele.

Regina planejou tudo, o fotógrafo, o maquiador e a moça que fez os cachos lindos em meus cabelos. Lá fora tudo está iluminado com luzes especiais para as fotos, mesmo estando diante do céu escuro, sinto como se ainda fosse dia. Depois de estar pronta, Regina me olhou como se eu fosse sua obra de arte, se não a conhecesse diria que quer me dar um abraço, mas isso está muito longe de acontecer, ainda sou a mulher que roubou o coração do seu filho e quer roubá-lo completamente se casando com tanta pressa, fica tudo bem evidente no seu olhar, mas aprecio todo o esforço que está fazendo, apesar da situação, gosto dela.

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