Samuel se encostou no seu corpo, ajoelhado de costas na sua frente, um braço erguido para trás, a mão tocando no seu cabelo, a outra mão tateando suavemente seu quadril, o tato era a única fonte de localização que podiam contar naquela escuridão afinal.
Toni riu com malícia, reagindo tardiamente por causa da surpresa.
— A gente pode fazer do jeito que tu quiser — falou-lhe ao ouvido.
O abraçou, as mãos tocando o peitoral, escorregando corpo abaixo, detendo-se no quadril e puxando-o contra seu corpo. O músico resfolegou e gemeu baixo, imediatamente o moreno soube que era por causa do contato direto nas costas marcadas.
Mesmo que o mais velho não tivesse consciência do quanto estava sendo óbvio, Toni não podia mais ignorar isso.
— Era isso que tu queria desde o começo né?
Fez questão de falar baixo, deixando o ar quente da sua respiração chegar a pele sensível do pescoço, para depois abaixar seu rosto provar o sabor salgado do suor, fazendo Samuel se contorcer um pouco.
Moveu o quadril, esfregando seu pênis entre as nádegas do marido e de todas as respostas que sabia que poderia receber, entre justificativas nervosas e acanhadas, ou até mesmo o silêncio vergonhoso de sempre, jamais esperou que Samuel prontamente fechasse mais os dedos finos nos seus cabelos pretos, ansioso, a respiração agitada expandindo o tórax de modo que podia sentir.
— Sim… porque eu… gosto, que você me… segure assim, desse jeito — falou baixo, afetado.
Enquanto pronunciava cada palavra, o mais velho tomou conta das suas mãos e as colocou no próprio quadril, como uma referência ao que acaba de dizer. Toni sentiu os lábios finos tocarem o canto da sua boca e imediatamente correspondeu, guiando a se encaixarem num beijo molhado enquanto segurava firme onde Samuel silenciosamente pedia e o penetrava novamente.
Estava amaldiçoado aquela maldita escuridão, pois deixava todo o contato um pouco sem jeito, por tanto tentou se manter junto, nada de posições loucas ou mirabolantes. Seus corpo estavam próximo, praticamente colados e movimentos eram lentos e gostosos, a penetração não era tão profunda devido a posição, mas isso não era relevante. Ter Samuel febril de desejo, se empinando contra o seu corpo, os dedos emanhados no seu cabelo puxando sem querer os fios e poder ouvir os gemidos baixo e sensuais, isso sim era relevante.
— É assim, Samy? É assim que tu gosta que eu "te segure"? — implicou, rindo secretamente ao repetir a última parte.
Dizer obscenidades não era um ponto forte do seu marido, mesmo em momentos em que o tesão lhe roubavam o juízo. Aquele singelo "me segure" era o equivalente a dizer "me fode", mas esses pequenos detalhes Toni aprendeu com o tempo e a convivência. Não é que Samuel nunca houvesse dito algo mais sujo na cama, mas era extremamente raro que algo assim lhe escapasse da lucidez, mesmo quando esta quase lhe faltava.
Novamente Toni não esperava ter uma resposta, mas teve uma mesmo assim e mesmo que não fosse algo obsceno, provavelmente como qualquer outro cara faria, foi a resposta mais improvável e ousada que podia esperar.
— Não… mais forte…
Seu coração deu pulos no peito, enquanto acelerava suas investidas, impulsionando o mais velho para frente algumas vezes. Samuel soltou seu cabelo, abaixou o braço e se deixando levar pelos impulsos, foi cedendo, se inclinando para frente e logo estava com as mãos apoiadas na cama.
Mesmo que o músico não visse um sorriso sacana enfeitou o rosto do personal trainer, pois afinal havia finalmente compreendido. Samuel não queria o ritual rotineiro do sexo morno e comedido que a falta de privacidade os obrigava a contentar-se cotidianamente, ou o sexo sentimental e contemplativo que desfrutaram das últimas vezes, onde Toni se focava em seduzí-lo e agradá-lo até que gozasse, sendo seu próprio êxtase reduzido a consequência do ato.
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Segredo de Família
RomanceOito anos se passaram, Samuel, Toni e Luz acabaram formando uma família como qualquer outra. A menina que antes idolatrava o irmão mais velho se revolta, no auge da adolescência, quando Samuel se recusa a falar sobre, Mauro, o pai biológico da irmã...