Joshua Grant - 39

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Fizemos um tour pelo meu apartamento, mostrei os dois andares e terminamos na cozinha, com algumas interrupções pelo meu celular tocando.

Hary estava com o livro de receitas sobre a ilha da cozinha, com os punhos da camisa dobrados até os cotovelos e um palito na boca.

— Já percebeu que não tenho cozinheira? — me sentei ao lado de Eve na ilha olhando para o Hary.

— Esse cara é um explorador. — brincou Hary. — Ainda bem que me paga bem.

— Não fala isso para Eve! Ou ela vai achar que eu sou pior que ela pensava antes.

— Ela casou com você! — ele apontou para mim. — Ainda desconfio que você tenha hipnotizado-a para aceitar a se casar com você.

Gargalhei olhando para Eve.

— Ele me fez promessas... — ela riu. — Promessas luxuriantes!

— O amor é cego! — Hary disse de uma forma engraçada que nos fez rir.

— Anda logo e diz o que vai fazer para o jantar... — reclamei a apanhando o livro de receitas.

— Eu apenas estava exercitando a minha leitura. — brincou ele.

— Viu só!? Depois eu o exploro! — comentei com Eve apontando para Hary.

— Hary! — ela emitiu aquele sorriso convincente — Eu preciso comer!

— Muito bem! Alguma sugestão? — Hary a encarou sorridente.

— Eu pensei em filé a parmegiana. Já estou aguando aquele molho de tomate, aquele fio de queijo derretido

— Ela quer filé a parmegiana. — repeti.

— Muito bem! Vamos ver... — ele apanhou o celular, procurou algo e levou ao ouvido. — Hary Smith, falando. Preciso de três pratos completos...

— Pede também uma salada de couve de Bruxelas com azeite extra virgem de ervas finas.

Hary concordou e fez o pedido, enquanto isso fiquei babando pela minha linda esposa.

— Há quanto tempo você está com esse ser que te explora, Hary?

— três... Quatro anos. — ele disse colocando o celular sobre o balcão. — Eu era um bêbado maldito... Jogava horrores e perdi tudo para uma maldita garrafa de uísque e cartas de baralhos.

— E esse moço te resgatou?

— Sim! - Hary concordou. — Levei uma surra por não ter dinheiro para pagar o que devia... Além de ele pagar, ainda me levou para seu apartamento, me deu um lar, um emprego e roupas.

— Uma semana depois te mandei para uma clinica para se reabilitar e tratar. — expliquei. — Ele iria dirigir... Precisava estar sóbrio.

— Olha só! Foi bom pra os dois. Ele não te enlouquece às vezes, Hary?

— Ele sempre me enlouquece. — Hary riu gostosamente. — Mas é um bom rapaz.

— Isso aí! Fale bem de seu chefe para a mocinha aqui. — brinquei.

—-Você tem namorada, Hary?

— Não quero encrenca, moça! — Hary ergueu uma das sobrancelhas apanhando uma garrafa de vinho e a colocou na mesa.

— Minha cozinheira, Tessa, é solteira!

— Olha só ela querendo me arrumar uma namorada. — Hary riu. — Já sou velho, Sra. Grant!

Apanhei duas taças de vinho e coloquei sobre a ilha, abri o vinho e servi a nós dois.

— A Tessa é uma beldade! — ela insistiu rindo

FINO TRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora