Eu vinha me sentindo culpado por ter bloqueado o número de Joshua no celular de Eve, e por não permitir a entrada de qualquer coisa que viesse por parte daquele homem, até ver a interação dele com Eliza naquela festa. Observei os dois, até sumirem do salão. Eliza surgiu quase meia hora depois, ajeitando os cabelos e não demorou para que ele retornasse ao salão, vindo da direção oposta. Mas era claro que eles estavam juntos e tentavam disfarçar.
Era esse homem que estava tirando o sono da minha irmã!
Observei o comportamento de Joshua, durante praticamente toda festa, aguardando um momento em que ele estivesse sozinho para me aproximar.
Logo, ele estava abordando outra mulher, deixei o meu ponto de observação e segui até ele.
— Eu realmente achei que poderia estar enganado sobre você! — a moça a sua frente estranhou a minha abordagem, mas ele não pareceu nem um pouco desconfortável. — Vai iludir mais uma?
— Não acha que está sendo indelicado querendo arrumar confusão numa festa que nem é sua. — ele tentou me desestabilizar.
Olhou para a moça e pediu licença para que nós dois pudéssemos conversar.
— Não quero arrumar confusão. Eu só achei que depois de tantas flores, o seu interesse pela minha irmã fosse autêntico. Mas, ela é só mais uma, não é mesmo?
Ele perdeu aquele sorriso cínico encarando o meu rosto com surpresa.
— Havia um interesse... Mas ela recusou todos. — ele se manteve sério.
— O que só prova que minha irmã é uma mulher esperta e não está disposta a ser mais uma na sua lista extensa.
— Então qual é o problema de um homem exercitar sua masculinidade. Ou você não faz isso ou, está perdendo muito tempo para ser babá da sua irmã que, anda praticando mais que você. Acho que ela nem está nem aí para a sua vida sexual, já ela sabe muito bem curtir uma noite quente. — Ele devolveu a taça para o garçom. — Aproveite a festa, Sr. Kavanaugh! Tem muita mulher aqui louca para serem levadas para a cama, e ser bem cuidada. — ele fez um aceno para mim. — Passar bem. — ele disse dando as costas.
— Só fique longe da minha irmã, Grant! Aproveite a Eliza. Ela está disponível!
— Grant parou no meio do caminho virando-se para mim, sorriu balançando a cabeça.
— Você está com ciúme! Aproveite para trocar o óleo. — As pessoas que estavam a nossa volta ficaram chocadas e ele deixou a casa.
— O que foi isso? — uma jovem de cabelos pretos channel se aproximou.
— Só o Grant sendo o idiota que ele é verdadeiramente!
— Ele sempre teve pavio curto. Meu pai adora o Sr. Grant por ser sempre direto e sem rodeios. — ela estalou a boca chateada. — Mas tem horas que a verdade pode machucar. — Ela apanhou uma taça de champanhe e entregou—me. — Christina Green, muito prazer!
— Thomas Kavanaugh! Ele é seu amigo?
— Na verdade trabalho para ele. — ela fez uma careta. — Bem! Formei-me em advocacia a pouco tempo.
— Entendo! — ri de lado, finalmente uma companhia agradável naquela festa
— É a primeira vez que vejo freqüentando as festas dos meus pais. — ela segurou em meu braço me fazendo andar.
— É filha do Sr Davis. Sua mãe é uma mulher encantadora
— É sim! Esses dois se amam muito. Eu sou filha do segundo casamento do meu pai. Tenho outros irmãos mais velhos, mas... Como eles não se dão, passei a ser a filha única de papai.
— Entendo! — dei de ombros, ela era uma mulher além de inteligente, bonita.
— E sua irmã, porque não veio? — ela parou próximo ao bar.
— Eve está um pouco apática nos últimos dias. — suspirei, sentindo novamente aquela sensação de culpa, mas lembrei porque eu tinha feito aquilo
— Sinto muito. Sei que vocês dois são muito agarrados. — ela sorriu. — Deve ser muito bom ter uma irmã... E pelo jeito acho que discutiu com o Sr. Grant por causa de um coração partido.
— Na verdade, para evitar um coração partido! Eve... É mais sensível do que parece! Ela... — me calei pra não falar muito. — Deixa pra lá!
— Tudo bem. — ela acariciou meu braço e meu ombro. — Você fez bem em proteger quem você ama.
— Às vezes eu exagero um pouco, mas é porque eu a amo.
— Sempre exageramos... Até pelos nossos filhos. — ela sorriu apontando para o retrato onde ela estava com um bebê no colo. — Engravidei com 16 anos. Faço tudo por ele. E sim! Sou mãe solteira e ainda bem que tenho pais maravilhosos que nos apóia.
— Que idade ele tem agora?
— Sete anos. O nome dele é August Green.
— August é um nome bonito! E onde está o pequeno?
— No quarto com a babá. — ela apontou para cima. — Quer conhecê-lo?
— Talvez outro dia, não vamos tirar o sossego do rapazinho!
Ela mordeu o canto da boca e concordou.
— Tem filhos, Sr. Kavanaugh! — ela apanhou uma taça para ela de champanhe.
— Ainda não, mas pretendo ter quando encontrar a mulher certa. Seu filho gosta de cavalos?
— Adora! Papai o leva a um ARAS aqui perto para ter aulas de equitação. Ele diz que é ótimo para August aprender elegância e ficar com as costas eretas. Computadores e vídeo games acabam com a postura. — ela riu gostosamente. — Você gosta de cavalos?
— Minha irmã e eu temos um ARAS e alguns garanhões. Você e seu filho poderiam ir passar uma tarde lá comigo. Espero não estar sendo muito atrevido
— Imagina! Será um prazer passar um dia diferente, August vai adorar. — ela disse animada dando um gole da champanhe.
Um tilintar de um sino foi soado e a voz da Sra. Green soou alto chamando a todos para se juntarem a mesa e jantarem.
— Finalmente! — disse ela. — Estou com fome.
— Na verdade, eu também! — concordei e a acompanhei sorrindo

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FINO TRATO
RomanceJoshua Grant e Evellyn Kavanaugh, dois empresários destemidos que apostam todas as suas fichas no poder e na sedução. O que começou com uma atração terminou em um romance para lá de fino TRATO, tanto no amor como nos negócios.