Joshua Grant - 15

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Foi uma surpresa para mim quando no café da manhã Hary me estendeu o jornal apontando para o leilão de cavalos, um deles era justamente a Égua que eu havia ganhado a corrida graças a esperteza de Hary.

— Eu nem tenho um Aras para colocar um animal deste.

— A Sta. Kavanaugh vai estar presente. Ela deseja a égua. — ele disse me alertando para um encontro.

Coloquei o jornal na mesa e me levantei rapidamente apontando para Hary.

— Roupas formais... Não quero chamar atenção. — subi correndo quase caindo da escada.

Puxei do closet algumas roupas que usava raramente e as vesti, escovei os dentes, arrumei meu cabelo e desci indo direto para a garagem, já que Hary ainda nem tinha tirado o carro para fora, entramos e seguimos para o mesmo jokey que foi a corrida.

Por sorte ainda estava cedo e tivemos a oportunidade para ver os animais e conferir a tal égua, não tinha a pretensão de comprar, pois ela seria leiloada pelo mínimo de 18mil dólares. Achava muito para um bicho que não me serviria para nada.

— Senhor! — Hary chamou a minha atenção quando ele avistou Evellyn.

— Ela está mais linda ainda. — disse baixo acariciando o pelo do animal.

— Vá falar com ela. — ele sugeriu.

— Não! Teremos tempo. Deixe ela se sentir a vontade. — me voltei para ele. — Não quero que ela pense que sou uma ameaça.

— Está bem. — ele concordou e voltamos a examinar os cavalos.

Logo fomos convidados para nos sentar e como sempre gostava de ficar nos fundos, deixando todos se sentirem importantes por estarem em evidencia e sair nas fotos. Evellyn e Eliza se sentaram na segunda fileira e Eliza olhou para trás acenando para mim, apenas sorri seco, pois não me interessava em nada àquela mulher fútil.

E o leilão começou com os cavalos e éguas que eram os azarões, serviam apenas para reproduzir e formar campeões. Pra falar a verdade fiquei mais interessado em ficar olhando para Evellyn, e Eliza achando que estava levando todo o crédito.

— Senhora e senhora! A última atração do leilão. Estrela... Égua vencedora do ultimo premio do Jockey Club. Com apenas três anos, cor caramelo, linhagem de pais campeões. Começaremos com o lance de 18mil dólares.

— Aqui! — levantei minha plaquinha. — Pois queria chamar a atenção de Eve.

— Primeiro lance dado. — o leiloeiro informou. — 18.500?

Ela voltou—se para mim e semicerrou os olhos, erguendo a mão.

— 19.000 para a Sta. Kavanaugh. — ele apontou para ela. — Escuto 19.500?

— Aqui... — disse um senhor da terceira fila.

— 19.500 para o Senhor Ford. 20 mil dólares.

— 21 mil dólares. — ergui a minha plaquinha, Hary sacudiu a cabeça e riu.

— 21 mil para o cavalheiro da ultima fila — ele apontou para mim e eu e Eve nos encaramos. — 22 mil dólares? 22 mil...

Um senhor subiu sua plaquinha e o leilão começou a ficar interessante e quando estávamos em 38 mil dólares com o lance de Eve, pois agora a disputa era entre eu e ela, nos olhamos novamente e o leiloeiro já estava para bater o martelo, meu sangue ferveu e eu disse.

— 60mil dólares. — todos olharam para mim, pelo meu tom de voz e pelo valor.

Evellyn me encarou, eu sorri desafiador, instigando para que ela cobrisse o lance.

— 60.100 mil dólares... — o leiloeiro já estava vendo a sua comissão gorda a sua frente. — Alguém!?

Ela me olhou desafiadora e ergueu a mão.

—65 mil!— repetiu imperativa.

Ela me olhou com um sorriso vitorioso de quem sabia que aquela égua não teria serventia, estreitei os olhos para ela. Novamente o homem estava pronto para bater o martelo favorável para Evellyn.

— 100mil dólares. — disse e o coro de Hôooooooooo... invadiu o lugar.

Evellyn olhou para mim e se voltou para o leiloeiro que a encarou, ela sacudiu a cabeça em negativa e o homem bateu o martelo depois de confirmar três vezes por mais lance.

— Onde o senhor vai colocar essa égua? — Hary me perguntou num tom engraçado.

— Na minha cama... Eu acho! — me levantei para receber os cumprimentos dos donos da égua.

E fiquei de olho em Evellyn enquanto conversava com o leiloeiro, Hary iria fazer o pagamento.

Ela não se daria por satisfeita se não viesse me confrontar, então se aproximou a passos lentos e sensuais.

— 100 mil dólares por uma égua, Sr Grant?! O senhor queria muito esse animal!

— Ela é o meu coringa. — sorri para ela. — Foi uma bela disputa. Mas atingi o meu objetivo. — Fiz sinal para caminharmos um pouco e esperei ela aceitar.

Ela deu de ombros e concordou, se pondo a caminhar ao meu lado

— É uma pena! Eu pretendia dá-la ao meu irmão!

— Seu irmão já tem muita coisa com que se preocupar. — respondi. — A esse exato momento ele está em Boston com Sr. Smith, dono de uma indústria de ferro, estou certo? — eu a olhei enquanto caminhávamos. — Porque não me acordou quando foi embora?

— Era importante pra você ser acordado?

— Sim... Eu daria um jeito para que ficasse.

— Não daria não! — ela disse com um tom que parecia querer esconder amargura. — Como sabe onde meu irmão está agora?

— Era para estar no mesmo lugar. — completei e parei de andar. — Ao menos poderia ter aceitado o envelope que foi com uma das flores... — disse irritado, me sentindo um idiota.

— Flores? — ela estranhou. — Do que está falando, Grant?

— Não se faça de sonsa, Evellyn! Eu mandei flores e além de não as receber, você me bloqueou no seu telefone no dia seguinte. Se não foi bom, se não fui romântico o suficiente para você devia ter me dito... Mas o modo como se comportou foi tão... Tão... Vil.

— Vil? Sabia que era um cafajeste, Sr Grant! Mas não imaginei que fosse um mentiroso também. Tentando me enganar e fazer com que me sinta culpada, é muito baixo da sua parte.

— Mentiroso? Eu! — gargalhei sarcástico. — Olhe o seu celular e me mostre se não bloqueou meu número.

— Ah, por favor, homem! Poupe-me. O que foi dessa vez? Primeiro você enjoou do brinquedo, agora resolveu que ainda é cedo e quer brincar um pouco mais. Qual é o seu plano tentando me desestabilizar?

Encarei aquele rosto e uma bola se formou na garganta.

— Você realmente quis brincar comigo e é você quem quer me desestabilizar. Afastei-me. — Entendi o seu joguinho, Evellyn, entendi o seu jogo. — dei as costas e Eliza estava ali, parada e de boca aberta, fechei a sua boca. — Cuidado para não entrar mosca. — E deixei o local indo para o meu carro.

"Para o inferno tudo isso".


FINO TRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora